Mal fevereiro começou, encomendei dois livros pelo Book Depository. Para quem não sabe, o Book Depository é uma livraria online que se situa em Londres e vende livros em inglês, mas não só. Também já vi no site livros em francês, espanhol e alemão. O mais importante em relação a esta livraria é o facto de não termos que pagar transportes! Além disso, os livros vêm sempre em excelentes condições e vêm com uma oferta: um marcador original feito por clientes ou trabalhadores da livraria.
A partir de agora, os marcadores serão estes: marcadores para colorir. Os responsáveis pela livraria acharam graça à moda dos livros para colorir para adultos e decidiram criar novos marcadores baseados nessas mesmas pinturas para os clientes!
Até agora, tenho gostado imenso da minha experiência com o Book Depository, apesar de, ultimamente, os livros demorarem um mês a chegar a casa. O que conta é que eles chegam sempre e em boas condições. Para quem quiser comprar livros em inglês, esta livraria online é uma excelente opção!
Como estava a dizer, em fevereiro encomendei dois livros:
Tive mesmo que adquirir o livro mais recente de Ruta Sepetys, uma autora norte-americana que tem feito muito sucesso desde que publicou o seu primeiro livro, Between Shades of Gray. O primeiro romance já foi editado em Portugal, tendo como título O Longo Inverno. Li-o no ano passado e foi, sem dúvida alguma, uma das melhores leituras de 2015! Em Portugal, também já foi editado o segundo romance da autora, Sonhos de Papel, mas ainda não sei se o compro em inglês ou em português. Até poderia tê-lo encomendado em fevereiro, mas quis mesmo comprar Salt to the Sea porque só leio críticas positivas em relação a este novo romance.
Deixo, então, a sinopse (traduzida por mim) de Salt to the Sea:
Em inícios de 1945, um grupo de pessoas viaja pela Alemanha, unidos pelo desespero em alcançar o navio que poderá levá-los para longe da terra devastada pela guerra. Quatro jovens, cada um assombrado pele seu próprio segredo sombrio, narram as suas histórias inesquecíveis. Fãs de A Rapariga que Roubava Livros, de Markus Zusak, e The Siege, de Helen Dunmore, serão totalmente absorvidos. Este romance inspirador é baseado numa história verídica da Segunda Guerra Mundial. Quando o navio alemão Wilhelm Gustloff afundou no porto no início de 1945, tinha mais de 9000 refugiados civis, incluindo crianças, a bordo. Quase todos afogaram-se. Ruta Sepetys, autora aclamada de O Longo Inverno, de modo brilhante, imaginou a história deles.
O trailer oficial do livro (sem legendas).
O outro livro que eu decidi encomendar foi um clássico norte-americano: Little Women, de Louisa May Alcott.
Já vi a adaptação cinematográfica duas ou três vezes e adorei! É claro que fiquei interessada em ler o clássico e comprei-o!
Little Women já foi editado algumas vezes em Portugal, com o título Mulherzinhas. Assim, deixo uma sinopse que foi retirada do site da Bertrand:
Plano Nacional de Leitura Livro recomendado para o 3º ciclo, destinado a leitura autónoma.
As irmãs Meg, Jo, Beth e Amy conhecem algumas dificuldades depois da partida do seu pai para a guerra e dos problemas económicos que a família enfrenta. Mas o espírito lutador e de união que reinam naquele lar ajudam-nas a seguir em frente. Quer em casa quer nas relações com os amigos e vizinhos, elas conseguem surpreender e continuar e ser fiéis aos seus sonhos, vivendo cada dia com esperança e boa-disposição. Uma história em que o amor e a coragem se revelam mais fortes do que todas as dificuldades que estas quatro raparigas, juntamente com a sua mãe, têm de enfrentar.
Trailer do filme As Mulherzinhas.
Bem, agora tenho que pensar nas próximas encomendas!
Sinopse retirada do site da Bertrand
Plano Nacional de Leitura Livro recomendado para o 6º ano de escolaridade, destinado a leitura autónoma.
Harry Potter está prestes a começar o seu quinto ano na Escola de Magia e Feitiçaria de Hogwarts. É, aliás, com ansiedade que aguarda o regresso às aulas para rever os seus amigos Ron e Hermione que, estranhamente, deram muito poucas notícias durante o Verão. Contudo, o que Harry vai descobrir neste novo ano em Hogwarts vai transformar radicalmente todo o seu mundo e a sua vida...Esta é mais uma apaixonante aventura de Harry Potter cheia de suspense, segredos e, claro, muita magia, escrita pela incomparável J. K. Rowling!
Opinião: No quarto livro, eu percebi que a história estava a tomar um rumo mais adulto, mas é neste quinto que tudo fica mais complexo, principalmente com as leves referências políticas. Portanto, J.K. Rowling, como sempre, fez um excelente trabalho ao retratar que os jovens também se interessam pela situação política em que vivem e que são capazes de tentar mudar e lutar pelo mais correto.
Em relação à escrita, esta continua simples e cativante. J.K. Rowling, nos livros de Harry Potter, nunca tem descrições enfadonhas, mas sim mágicas e que nos fazem desejar por uma Hogwarts verdadeira. Além disso, ela sabe criar frases profundas, maravilhosas e inspiradoras. Apesar de a história ter sido narrada num passo mais lento, não senti que fosse maçadora. Simplesmente o próprio mundo mágico tem mais detalhes e há mais ação neste livro. Assim, ainda bem que a sua escrita é simples e é ainda adequada para os mais novos, embora este quinto volume retrate assuntos mais complexos e, de certa forma, adultos.
Em relação à história em si, A-DO-REI! Adorei absolutamente a representação da política neste livro. Estamos perante um Ministério, o Ministério da Magia, que não assume as suas responsabilidades e mente à sua população. Aliás, prefere omitir as verdades e tenta impedir ou, até mesmo, punir aquele que se atrever a confrontá-los. É uma organização que prefere ignorar o regresso de Voldemort por terem medo dele. No entanto, temos jovens que, ao verem certos adultos confrontarem as omissões do Ministério , cria um grupo que pretende treinar para lutar contra o mal: O Exército de Dumbledore. Por acaso, decidiram homenagear o diretor de Hogwarts pois é ele que tenta persuadir o Ministério a aceitar a realidade. Ao longo do ano letivo, vários alunos de Hogwarts, secretamente, treinam feitiços para combater contra Voldemort e dos Devoradores da Morte, feitiços esses que foram proibidos pelo próprio Ministério. Não vêem o quão brilhante isto é? A autora está praticamente a ensinar aos adultos que os jovens também se interessam pela vida política e pretendem pôr mãos à obra! Eu estou sempre a ouvir os mais velhos a dizerem que a minha geração não presta porque não se interessa pela situação do país e coisas do género, mas depois vem escritores como J.K. Rowling a afirmarem que os jovens ainda são a esperança da Humanidade. Sendo inspirados pelas pessoas certas, Harry Potter e os amigos tentam mudar o seu mundo e ensinar ao Ministério que o melhor é agir.
É também neste livro que a linha original do enredo, isto é, a afronta entre Harry Potter e Voldemort, desenvolve-se e percebemos melhor a ligação entre estas personagens bastante distintas. Um outro aspeto positivo, que também está relacionado com a vida política no mundo mágico, é a presença de Umbridge em Hogwarts como professora de Defesa Contra a Magia Negra. Foi um golpe fenomenal da autora, uma vez que esta personagem trabalha no Minitério, ocupando um cargo importantíssimo, mas acabou por ser professora de uma disciplina que deveria ensinar aos jovens formas de se protegerem contra o mal, como Voldemort e o seu exército. É magnífica a maneira como Rowling, simbolicamente, indica que o Governo adora controlar as pessoas, a ponto de as conduzir à ignorância. E foi isso que Umbridge fez, uma vez que não ensinou nada de jeito aos alunos sobre defesa contra a Magia Negra. O que o Ministério não previu foi a revolta dos próprios jovens, que decidiram assumir o papel de lutadores.
Não posso dizer mais sobre o enredo, mas está fenomenal! Pode ter sido desenvolvido lentamente, mas teve mesmo de ser assim devido aos temas retratados.
Quanto às personagens, como sempre, são elas que dão um toque magnífico à história. Qualquer leitor cria facilmente uma ligação com todas elas, já que cada uma tem imperfeições e qualidades que nos são familiares. Achei o Harry um pouco mais irritadiço, mas continua a ter a sua piada e é um excelente companheiro de aventuras. É um rapaz muito confuso, que pretende encarar os seus problemas sozinho, mas é também um jovem que se importa muito com os seus amigos. É muito corajoso e não tem vergonha em admitir que não aguenta mais certas situações. Ron continua a ser o "comic relief", isto é, tem sempre piadas para dizer, tal como os seus irmãos, os gémeos Fred e George. É inseguro e odeia essa mesma falta de autoestima; contudo, ele consegue superar os seus momentos infelizes. Hermione é sempre o cérebro do grupo e ninguém pode mudar isso. É sempre astuta e não se importa do que os outros pensam quando ela mostra que sabe muito. Tal como disse na opinião do livro anterior, a menina Granger é um exemplo espetacular para os miúdos, e também para os graúdos. A maior surpresa é Neville Longbottom, que nos livros anteriores era um rapazinho fraquinho, muito desastrado e não se defendia por ter muito medo das consequências. Todavia, ele surpreende os amigos com as suas palavras de encorajamento. É também neste livro que sabemos um pouco mais sobre a sua família, ou seja, o estado mental dos pais, que foram torturados pelos seguidores de Voldemort antes de Neville nascer. Portanto, o pequeno desastrado está a crescer e foi uma agradável surpresa. Luna Lovegood, uma das novas personagens do livro, desempenha um papel muito importante, mas mais para o leitor e não tanto em relação ao enredo em si. É uma forma extraordinária de mostrar às crianças que elas podem ser diferentes e que não vale a pena ouvir as maldades dos outros. Luna nunca quis saber do que os outros diziam, nunca! É excêntrica, sonhadora e muito honesta. É capaz de entender a natureza humana de maneira excecional. E adoro o nome dela, Luna. Significa "lua" em latim e tem tudo a ver com esta menina sonhadora!
A personagem que mais se destaca é Umbridge. A miserável professora que adorava castigar inocentes. Ela é o exemplo perfeito do uso excessivo e abusivo do poder! É sinistra, cruel e representa tudo o que está de errado na política! Ao contrário dela, temos a professora McGonagall, que é brilhante e o seu sarcasmo é imbatível. Simplesmente fantástica! Já Dumbledore foi demasiado passivo para o meu gosto, apesar de ter entendido a sua lógica perante a situação do Harry.
Só tenho pena que a escritora não tenha desenvolvido muito a parte da Ordem da Fénix. Aliás, não sabemos muito sobre este grupo de feiticeiros que desafiou e lutou contra Voldemort na Primeira Guerra. Apenas sabemos que era enorme, tinha muitos jovens, como James Potter, o pai de Harry, e os seus amigos e a mulher, Lily. Além disso, também era constituída por professores de Hogwarts, como o próprio Dumbledore e a professora McGonagall, e alguns funcionários do Ministério da Magia. De resto, não há mais informações interessantes. Portanto, neste aspeto, o livro é fraco, até porque o título deste quinto volume é Harry Potter e a Ordem da Fénix. Supostamente, deveríamos conhecer mais sobre este grupo. Assim, a classificação deste volume terá uma pequena diferença em relação aos livros anteriores.
Concluindo, J.K. Rowling, novamente, fez um excelente trabalho neste quinto livro, que contém muitas palavras sábias, momentos divertidos, mas também é muito simbólico. As alusões à vida política estão fenomenais e as novas informações sobre o mundo mágico são sempre muito interessantes e encantadoras. Mais uma vez, aconselho a leitura dos seus livros!