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A Biblioteca da Daniela

A Biblioteca da Daniela

O Dia Mundial da Poesia foi instituído a 16 de novembro de 1999, na 30.ª Conferência Geral da UNESCO.


O dia 21 de março foi escolhido para celebrar a poesia como forma de diversidade criativa que nos ajuda a compreender o mundo que nos rodeia. Este dia serve, então, para promover a leitura e o ensino da poesia a nível mundial e para valorizar quem a escreve e a publica.


A UNESCO defende que, neste dia, devemos reconhecer os movimentos poéticos nacionais, regionais e internacionais. Por isso, espera-se que, neste dia, as instituições públicas e privadas de cada país (escolas, municípios, comunidades poéticas, museus, associações culturais, editoras, autoridades locais, etc.) promovam atividades ligadas à poesia.


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Em relação à poesia portuguesa, sabe-se que a nossa literatura embarca grandiosos poetas que são conhecidos em todo o mundo, como Luís de Camões e Fernando Pessoa. Ainda temos outros poetas que, apesar de não serem conhecidos mundialmente, são, certamente, muito valorizados no nosso país, nomeadamente António Nobre, Florbela Espanca, Natália Correia, Eugénio de Andrade, Cesário Verde, Miguel Torga, Sophia de Mello Breyner Andersen, entre outros.



Como hoje também é o Dia da Árvore, deixo-vos um poema relacionado com a Natureza:






Qual é o vosso poeta favorito? Têm antologias poéticas em casa?


A rede de livrarias Bertrand decidiu, no ano passado, criar o primeiro prémio literário português que tem como júri os leitores e os livreiros. As votações começaram no dia 20 de dezembro e os votantes poderiam escolher uma obra em prosa (romance, conto ou novela) que tivesse sido editada em 2016 e que tivesse sido marcante. A pré-seleção contou com 55 livros e, em janeiro, divulgaram a lista dos dez livros finalistas.

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Neste concurso, participaram livros nacionais e internacionais, como podem ver pela lista dos 10 finalistas.

Esta semana, finalmente anunciaram a obra vencedora da 1.ª edição do Prémio Livro do Ano Bertrand. Os portugueses escolheram....




História da Menina Perdida, de Elena Ferrante, é o quarto volume da coleção A Amiga Genial. Desde a publicação do primeiro livro, A Amiga Genial, que Ferrante tem conquistado os leitores portugueses, bem como leitores de outras partes do mundo. É também importante indicar que Elena Ferrante é, na realidade, um pseudónimo, o que intriga muitos leitores quanto à identidade da escritora que, em princípio, vive em Nápoles, Itália.


Como obra vencedora, História da Menina Perdida terá, ao longo de 2017, um lugar de destaque nas livrarias Bertrand.


O concurso contou com mais de 20.000 votos, número que veio mostrar "uma enorme vontade e interesse por parte de todos aqueles que lidam diariamente com livros e que ganharam voz para reconhecer publicamente os seus livros e autores preferidos", segundo fontes da rede de livrarias portuguesa.

O segundo lugar foi atribuído a Vaticanum, de José Rodrigues dos Santos, enquanto O Evangelho Segundo Lázaro, de Richard Zimler, ficou em terceiro lugar. Mais abaixo, poderão verificar os lugares ocupados pelos restantes finalistas.





Leram algum destes livros? Ficaram contentes com a escolha?






E aqui estão as outras 7 escritoras que receberam o Nobel!


Em 1993, Toni Morrison foi a primeira escritora afro-americana a receber o grande prémio da Academia Sueca. Destacou-se pelos seus "romances caracterizados pela força visionária e pela importação poética, dando vida a um aspeto essencial da realidade americana". Morrison foi reconhecida internacionalmente após a publicação do romance Song of Solomon. Nasceu a 18 de fevereiro de 1931 e é natural de Ohio, Estados Unidos.


Morrison sempre quis mostrar as mulheres negras como pessoas fortes e marcantes.


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Três anos mais tarde, o prémio foi para a polaca Wislawa Szymborska. Em 1996, foi reconhecida graças à "poesia que, com uma precisão irónica, destacou o contexto histórico e biológico em fragmentos da realidade humana". Nasceu a 2 de julho de 1923 e faleceu a 1 de fevereiro de 2012. Antes de morrer, publicou Chwila, em 2006.

Szymborska ficou conhecida como a "Mozart da poesia".


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Em 2004, o galardão foi para Elfriede Jelinek, argumentista e novelista austríaca. Nasceu a 20 de outubro de 1946 e recebeu o Nobel graças ao "fluxo musical das vozes e contra-vozes em novelas e peças de teatro que, com um extraordinário zelo linguístico, revelam o absurdo dos clichés da sociedade". Explora principalmente os temas da opressão feminina e do poder na sociedade de consumo.


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No seu país, é vista como uma figura polémica.


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A comité sueca, em 2007, atribuiu o Nobel de Literatura a Doris Lessing, escritora britânica, por ser uma "contadora épica da experiência feminina". Lessing, por ser "cética" e por ter "uma força visionária", foi capaz de "escrutinar uma civilização dividida". Nasceu a 22 de outubro de 1919 e faleceu a 17 de novembro de 2013.


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A decisão da Academia sueca foi uma surpresa para alguns críticos literários. Por exemplo, o norte-americano Harold Bloom disse que a decisão seguiu a via do "politicamente correto".


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Em 2009, o Prémio foi entregue à alemã Herta Müller, que se destaca pela "densidade da sua poesia" e pela "franqueza da sua prosa". Nasceu a 17 de agosto de 1953 e a sua ficção foca-se na violência sofrida pela minoria alemã que vivia na Roménia da ditadura comunista.


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Para além de novelista, Müller é também ensaísta e poetisa.


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As mais recentes galardoadas são Alice Munro e Svetlana Alexievich.


A canadiana Alice Munro recebeu o Prémio Nobel da Literatura em 2013 por ser uma "mestre do conto contemporâneo". Nasceu a 10 de julho de 1931 e, antes do Nobel, já tinha recebido outros grandes prémios, como o Prémio Internacional Man Booker, em 2009.

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Munro é conhecida como a "Chekov do Canadá".


Por fim, em 2015, a Academia Sueca decidiu atribuir o Prémio à bielorussa Svetlana Alexievich, cuja "escrita polifónica é um monumento ao sofrimento e à coragem do nosso tempo". Alexievich, por também ser jornalista, relatou as experiências de homens e mulheres soviéticos e pós-soviéticos, falando, principalmente, acerca da Segunda Guerra Mundial e do desastre de Chernobyl.


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Svetlana Alexievich nasceu a 31 de maio de 1948, na Ucrânia, e estudou Jornalismo na Universidade de Minsk.

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E já vos apresentei as 14 mulheres galardoadas com o Prémio Nobel da Literatura! Agora, deixo uma questão: acham que, em 2017, uma escritora será distinguida pela Academia Sueca?



Como hoje é o Dia Internacional da Mulher, decidi escrever duas publicações sobre as 14 mulheres laureadas pelo Prémio Nobel da Literatura. Sim, apesar de o Prémio já ter distinguido 110 escritores, apenas 14 são mulheres.



A primeira mulher galardoada foi Selma Lagerlöf, escritora sueca que nasceu a 20 de novembro de 1858 e faleceu a 16 de março 1940. Escreveu essencialmente romances com temas românticos e morais, focando-se em dilemas morais e em temáticas religiosas e sobrenaturais.
Recebeu o Nobel da Literatura em 1909 devido à sua "imaginação vívida" e à "perceção espiritual que caracteriza os seus trabalhos".
O livro mais conhecido da autora é Maravilhosa Viagem de Nils Holgersson Atraves da Suécia.


Selma Lagerlöf.jpg
Selma Ottilia Lovisa Lagerlöf é umas escritoras suecas mais lidas a nível internacional.
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17 anos depois, em 1926, a italiana Grazia Deledda recebeu o Nobel da Literatura por lidar com "profundidade e simpatia" os problemas humanos em geral. Nasceu a 28 de setembro de 1871 e faleceu a 15 de agosto de 1936. O seu livro mais conhecido é Canne al vento.


Nuoro, local de nascimento de Grazia Deledda, serviu como cenário de Canne al vento.

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Não foi preciso esperar muito por haver uma terceira mulher na lista dos laureados. Em 1928, foi a vez da norueguesa Sigrid Undset ser escolhida pela comité. Destacou-se "principalmente pelas suas poderosas descrições da vida nórdica durante a Idade Média". Nasceu a 20 de maio de 1882 e faleceu a 10 de junho de 1949. Foi a trilogia Kristin Lavransdatter que cativou o júri do Nobel.


Ficheiro:Sigrid Undset 1928.jpg
Aos 22 anos, já tinha o seu primeiro manuscrito finalizado (um romance histórico que tinha como cenário a Dinamarca medieval).
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Dez anos depois, o Nobel foi para uma escritora americana que viveu na China. Pearl S. Buck foi a vencedora em 1938 graças às "suas descrições ricas e verdadeiramente épicas da vida camponesa da China" e às "suas obras-primas biográficas". Nasceu a 26 de junho de 1892 e faleceu a 6 de março de 1973. O seu primeiro livro publicado foi East Wind: West Wind, em 1930.


Ficheiro:Pearl Buck 1972.jpg
Foi amiga de Eleanor Roosevelt e lutou pelos direitos das mulheres e pela igualdade racial. Ganhou o Prémio Pulitzer de Ficção em 1932.

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Em 1945, o galardão foi para Gabriela Mistral, o pseudónimo da chilena Lucila de María del Perpetuo Socorro Godoy Alcayaga. Nasceu a 7 de abril de 1889 e faleceu a 10 de janeiro de 1957. Recebeu o Nobel graças à sua "poesia lírica que, inspirada por emoções poderosas, tornou o seu nome num símbolo das aspirações idealistas de todo o mundo latino-americano". Sonetos de la Muerte foi a sua primeira publicação.


A vida de Gabriela Mistral foi profundamente marcada pela morte da mãe, em 1929. Assim sendo, os temas principais dos seus poemas são o amor de mãe e a mágoa.



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Em 1966, o Prémio foi atribuído a uma escritora alemã. Nelly Sachs nasceu a 10 de dezembro de 1891 e faleceu a 12 de maio de 1970. A sua "escrita excecional, lírica e dramática, que interpreta o destino de Israel com uma força tocante" foi a razão da decisão da comité sueca responsável pelo Nobel. A sua peça mais conhecida é Eli: Ein Mysterienspiel vom Leiden Israels.


Como judia que viveu as consequências da ascensão do nazismo, Nelly Sachs passou a ser uma grande porta-voz dos judeus, expressando a tristeza e os anseios dos mesmos.

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Durante 25 anos, o Nobel nunca foi entregue a mulheres. Assim, em 1991, finalmente quebrou-se esse intervalo e o prémio foi para a sul-africana Nadine Gordimer. Nasceu a 20 de novembro de 1923 e faleceu a 13 de julho de 2014. Recebeu o Nobel devido à sua "magnífica escrita épica". Os livros são marcados pela vida política e social atribulada do seu país.


Gordimer foi uma das grandes vozes contra o apartheid na África do Sul.


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Daqui a nada, saberão os nomes das restantes laureadas!





Um dos objetivo de 2017 é ler/conhecer mais autores portugueses. Deste modo, no passado domingo, comprei o livro mais recente de Samuel F. Pimenta, um autor de 27 anos que foi muito falado no ano passado devido ao livro que publicou através da Marcador, Os números que venceram os nomes.

O seu mais recente trabalho publicado, Iluminações de uma Mulher Livre, foi escrito no âmbito da iniciativa Bolsas Jovens Criadores, promovida pelo Centro Nacional de Cultura e pelo Instituto Português do Desporto e da Juventude. Estas bolsas são "dirigidas a jovens de nacionalidade portuguesa de idade não superior a 30 anos" e pretendem "incentivar e apoiar o trabalho criativo dos jovens nas diversas áreas das artes e das letras, nomeadamente nas áreas de Música, Artes Visuais, Literatura e Artes do Espetáculo.

O novo romance é, ainda, como homenagem às mulheres, principalmente às ancestrais do autor.


Sinopse retirada do site da Bertrand:

Na aldeia onde é rejeitada e perseguida pela população, Isabel acorda com a única ideia capaz de a libertar do casamento opressor em que vive: matar o marido. Se, de início, a ideia lhe parece improvável, vai ganhando força à medida que recorda as histórias das mulheres do passado, de que a avó lhe falava quando, com outras mulheres, se reuniam em grupos femininos secretos para falarem de oráculos, curas e magia. Isabel é moderna, sensível, curiosa e sempre quis a sua independência. 

Cresceu na capital, mas mudou-se para a aldeia por causa do casamento. E foi essa união que a aprisionou numa existência de medo e abuso. Só ela pode libertar-se desse homem castigador, e ao longo de vários dias Isabel confronta-se com todos os receios e dúvidas, imaginando planos e lembrando-se dos ensinamentos da avó, procurando argumentos que fortaleçam a sua decisão, enquanto cumpre com todos os rituais quotidianos da casa com beleza e empenho poético.




Já leram algum livro deste autor?