Felizmente, as editoras portuguesas já começaram a colocar livros novos nas lojas! Lançaram uns quantos livros nestes últimos dias de maio, mas apenas gostaria de ler um, o novo livro de João Tordo, que eu já tinha mencionado em março. Deveriam ter começado a vender o livro no dia 31 de março, mas decidiram adiar para o dia 26 de maio.
Ao contrário do mercado editorial português, as editoras norte-americanas não pararam de publicar livros, se bem que acabaram por adiar imensos lançamentos. Ainda assim, muitos livros novos foram para livrarias americanas este mês.
Normalmente, falo sobre 3 ou 4 lançamentos. Desta vez, vou referir 5 livros!
The Ballad of Songbirds and Snakes, de Suzanne Collins, é uma prequela da trilogia Os Jogos da Fome. A ação passa-se 64 anos antes dos eventos do primeiro livro da trilogia e esta novidade foca-se no Presidente Snow, quando este tinha 18 anos e ainda não era uma figura importante no Capitólio. Não só iremos saber mais sobre as origens dos jogos sangrentos e violentos, como também iremos reencontrar algumas personagens da trilogia e conhecer outras totalmente novas, como Lucy, a tributo do distrito 12 que irá participar nos Jogos da Fome e terá Snow como seu mentor.
O livro foi lançado pela Scholastic no dia 19 de maio.
A Editorial Presença já confirmou a edição portuguesa deste livro, que será publicada em outubro deste ano.
Once Upon an Eid é uma antologia infantojuvenil organizada por S. K. Ali e Aisha Saeed. Este livro contém 15 contos sobre muçulmanos e escritos por autores muçulmanos. Estão relacionados com o evento religioso mais alegre do ano, o Eid.
A editora Abrams, pela chancela Amulet Books, publicou este livro no dia 26 de maio.
Clap When You Land é mais uma história em verso de Elizabeth Acevedo. Neste livro, conhecemos as perspetivas de duas protagonistas, Camino Rios e Yahaira Rios. Camino vive para o verão, altura em que o pai vai à República Dominicana visitá-la. Mas, desta vez, no dia em que o avião do pai deveria aterrar, Camino chega ao aeroporto e vê multidões a chorar.
Em Nova Iorque, Yahaira vai ao escritório do diretor da escola, onde a mãe se encontra para lhe dizer que o seu pai, o seu herói, morreu num acidente de avião.
Separadas pela distância, e pelos segredos do Papi, as duas raparigas são agora forçadas a enfrentar uma nova realidade onde o pai está morto e as suas vidas mudaram para sempre.
É um romance sobre o luto, o amor, a dificuldade de perdoar e as ligações agridoces que moldam as nossas vidas.
Em The Henna Wars, de Adiba Jaigirdar, Nishat não quer perder a sua família, mas ela também não quer esconder mais quem realmente ela é e as coisas ficam mais complicadas quando uma amiga de infância regressa à sua vida. Flavia é bonita e carismática e Nishat apaixona-se por ela imediatamente. Mas, quando uma competição escolar convida alunos a criar os seus próprios negócios, ambas decidem mostrar os seus talentos como artistas de henna. Numa luta para provar quem é a melhor, as suas vidas acabam por ficar mais entrelaçadas, mas Nishat não consegue não gostar de Flavia, especialmente quando ela parece gostar dela também.
À medida que a competição vai aquecendo, Nishat tem uma decisão a tomar: permanecer no armário pela sua família ou colocar de lado as suas diferenças com Flavia e dar uma oportunidade à relação.
A Page Street Publishing Co. lançou este livro no dia 12 de maio.
Por fim, em Parachutes, de Kelly Yang, adolescentes que vão viver (em casas privadas) e estudar nos EUA enquanto os seus pais ricos ficam na Ásia são conhecidos como parachutes. Claire Wang nunca pensou que acabaria por ser um deles, até ao momento em que os pais tiram-na da sua vida privilegiada em Shanghai para ela ir para uma escola secundária na Califórnia.
De repente, encontra-se na casa de estranhos, sem ter alguém para lhe dizer o que deve fazer pela primeira vez na sua vida. Ela rapidamente abraça a sua recente liberdade, especialmente quando o parachute mais bonito, Jay, convida-a para sair.
Dani De La Cruz, a irmã anfitriã de Claire, não poderia estar menos entusiasmada por ver a mãe a arrendar um quarto para Claire. Uma estrela estudantil e da equipa de debate, Dani está determinada em ir para Yale, mesmo que isso signifique competir com jovens privilegiados que compram o caminho para o topo. Mas os planos de Dani desviam-se inesperadamente do caminho quando o treinador de debate começa a trabalhar com ela em privado.
Enquanto elas seguem os seus próprios caminhos, Dani e Claire continuam a colidir, estabelecendo um percurso que irá mudar as suas vidas para sempre.
Foi lançado pela HarperCollins Publishers Inc no dia 26 de maio.
Prontos para a segunda Batalha das Capas? O livro selecionado para hoje é Os Jogos da Fome, o primeiro volume da trilogia de Suzanne Collins. Escolhi este título, pois hoje é o dia do lançamento da prequela, The Ballad of Songbirds and Snakes. Irá focar-se num Presidente Snow mais jovem e nos 10.º Jogos da Fome.
Em primeiro lugar, mostro-vos a edição portuguesa, mas antes de a Editorial Presença ter começado a usar um cartaz da adaptação cinematográfica como capa:
Comentários: É uma capa muito simples e as cores podem não ser as melhores se a capa estiver num mar de capas coloridas. No entanto, é intrigante. Quem ainda não leu poderá pensar: "O que é este pássaro amarelo? Está a segurar uma flecha? Mas porquê? E o que é o círculo à sua volta?". O próprio título também deixa o leitor curioso. É depois da leitura que percebemos que a capa, afinal, é muito simbólica e representa muito bem o livro. Há uns anos, depois de ler o livro, pensei: "Bem, o mimo-gaio, isto é, o pássaro, simboliza as pessoas dos distritos, que se sentem presas e oprimidas devido ao governo do Capitólio, estando, por isso, preso dentro de um círculo. Segura a flecha, que, com um arco, passa a ser uma arma e, por isso, representa a luta". No entanto, a capa ganha um valor mais profundo apenas após a leitura, podendo não captar muito a atenção de quem ainda não leu o livro.
Conclusão: Simples, mas muito simbólico após a leitura. Apesar disso, pode não ser muito atrativa para quem desconhece a história.
De seguida, temos uma das capas das várias edições dos EUA:
Comentários: É o oposto da capa anterior. Cores alegre e berrantes. É uma capa em neon. Como foi feita depois da capa original (igual à capa portuguesa), ela tem o símbolo icónico do mimo-gaio e é idêntico ao que vemos na primeira capa. Contudo, isto não tem nada a ver com a essência da história, se bem que esta capa é capaz de deixar o leitor curioso. Além disso, ao estar exposto numa mesa cheia de capas coloridas ou muito escuras, irá destacar-se, pois é mesmo muito berrante. Quando a editora Scholastic Press divulgou esta imagem nas redes sociais, a maioria odiou-a (eu fui uma das pessoas que não gostou muito), mas algumas gostaram e deram um significado à capa. Há quem diga que esta capa faz lembrar o modo de vida do Capitólio, a capital de Panem, uma cidade rica, colorida e repleta de vida. De facto, para o leitor que sabe como o Capitólio é, isso é verdade. Quase todos os habitantes do Capitólio adoram moda e roupas e objetos estranhos. Nesse sentido, a capa faz sentido. Apesar disso, não sei se foi uma boa ideia fazerem uma capa como esta.
Conclusão: Não tem nada a ver com a capa original, sendo o oposto dela. De facto, é muito colorida e pode facilmente captar a atenção do leitor, mas não tem muito a ver com a história. De qualquer forma, a editora deve ter tido algum lucro graças a ela, uma vez que há muitos leitores que adoram colecionar edições diferentes de um mesmo livro.
Por fim, temos a edição de ACT, uma editora russa:
Comentários: É uma das capas mais feias que já vi. Ao ver esta, até passei a gostar mais da capa cor-de-rosa e verde. Como é que esta editora pensou que era boa ideia destacar o elemento romântico do livro? Os amores de Katniss não são o grande assunto do livro, mas sim temas políticos e sociais, como a luta contra o sistema opressivo, as diferenças de classes, a esperança por um país melhor, as consequências das guerras e da ganância, etc. Além disso, estamos a falar de uma distopia, um ramo da Ficção Científica. Esta capa não "grita" Ficção Científica. Dá a entender que o livro é um romance contemporâneo YA cheio de clichés e situações lamechas, o que não é verdade. E para que servem as gotas da chuva? E o rapaz de tronco nu? Isto resultaria mais se estivéssemos a falar de capas do Crepúsculo, a história sobre o amor de uma humana por um vampiro. Não serve, portanto, para representar um livro que contém descrições de mortes, da pobreza de muitas personagens, da fome, etc.
Conclusão: É um grande não. Não há mais nada a dizer.
O grande vencedor: A primeira capa. É mais sóbria, mas é a que representa melhor o livro como uma história de Ficção Científica.
Nesta publicação, queria apresentar-vos uma espécie de nova rubrica do blogue. Chama-se A Batalha das Capas e o objetivo é comparar as capas das edições portuguesas a capas de outros países. Isto não é algo novo no mundo dos blogues literários. Há blogues que até conseguem encontrar as "fontes" das capas, isto é, de onde vêm imagens de certas capas. De qualquer forma, decidi começar a preparar este tipo de publicações depois de ter visto umas capas brasileiras lindas de um clássico canadense.
Como será A Batalha das Capas? De vez em quando, irei preparar publicações onde podem ver as capas portuguesas, que serão comparadas a outras 2 ou 3 capas estrangeiras. Nesta primeira, irei mostrar-vos duas capas portuguesas, uma capa dos EUA e uma capa brasileira.
Qual é o "alvo" desta primeira batalha? É o livro Anne of Green Gables, de L. M. Montgomery. Devem reconhecer, pelo menos, o título, pois eu já escrevi opiniões sobre as temporadas de uma série baseada neste clássico, Anne with an E.
Para começar, vou mostrar-vos a capa da edição da editora portuguesa Relógio d'Água:
Agora, apresento-vos a capa da edição da Civilização Editora:
Design gráfico e ilustrações: Pedro Aires Pinto.
Comentários: Prefiro a capa da Relógio d'Água, se bem que, ainda assim, não gosto muito dela. Na minha opinião, nenhuma mostra a verdadeira essência da personagem principal. Devem ter escolhido esta pintura porque ela tem cabelos ruivos (tal como a protagonista) e por estar num ambiente natural (a Anne adora a natureza). Percebo que a Relógio d'Água tem e segue o seu próprio estilo quanto às capas. Usam, imensas vezes, pinturas como capas dos livros que compõem o seu catálogo. No entanto, não haveria uma melhor? Quanto à da Civilização Editora, esta também segue uma lógica. Na realidade, este livro faz parte de uma coleção organizada pela editora, a coleção Vício dos Livros, focada em clássicos. Para além de Anne dos Cabelos Ruivos, também publicaram As Aventuras de Tom Sawyer e A Ilha do Tesouro, por exemplo. Apesar de ter como objetivo o de dar a conhecer clássicos aos leitores mais jovens, deveriam ter pensado melhor no tipo de capas que a coleção iria ter. Não são muito atrativas e as cores são muito escuras. Normalmente, as cores quentes funcionam muito bem, mas, a meu ver, não neste caso. Quanto ao visual do livro, o público jovem é mais exigente, pois são os que mais julgam o livro pela capa, ou seja, a capa é a grande estratégia de marketing quando se fala em livros para crianças. Por isso, penso que a coleção poderia ter tido mais sucesso se as capas tivessem sido diferentes.
Conclusão: Prefiro a capa da Relógio d'Água, mas poderiam ter escolhido uma pintura melhor. É bonita, mas não tem muito a ver com a personalidade da personagem, embora o seu aspeto físico seja semelhante ao da menina da pintura.
Agora, vão ver a capa de uma das muitas edições estadunidenses:
Comentários: Estamos perante uma edição de capa dura da Penguin Random House. Tal como a Civilização Editora, esta editora americana também tem coleções focadas nos clássicos. Anne of Green Gables faz parte da coleção Puffin in Bloom, onde todos os livros são de capas duras e seguem esta lógica em termos de desing, ou seja, mostram sempre o protagonista do livro, bem como elementos importantes da história. É uma capa muito bonita, pois é muito colorida e tem um ar adorável e agradável. Além disso, penso que as capas azuis funcionam muito bem muitas vezes. Este caso mostra bem isso. O cor-de-rosa não é uma cor que goste muito, mas os tons presentes nesta capa são lindos. Gosto de como a Anne tem muitos elementos da Natureza à sua volta, que até acabam por contrastar com as suas roupas mais escuras e simples. Contudo, penso que o cabelo deveria ser mais ruivo.
Conclusão: A capa da coleção Puffin in Bloom é muito bonita e teria sucesso se uma editora decidisse usá-la para uma edição portuguesa. Funcionam tanto para o público jovem, como para um público mais velho.
Por fim, podem ver a capa brasileira, a que me fez pensar que deveria ter este tipo de publicações no blogue:
Comentários: Esta capa da editora brasileira Coerência é LINDA. Uma obra de arte! E é uma capa muito inteligente. O que quero dizer com isto? Bem, a capa faz lembrar a série Anne with an E. No Brasil, há IMENSOS leitores que adoram esta série e esta editora sabe muito bem disso e a capa mostra bem a inteligência da editora e da designer. As cores que sobressaem são o laranja e o verde, que são as que também mais se destacam na própria série. Como já disse, Anne tem cabelos ruivos e ela adora a Natureza, pois dá-lhe uma sensação de liberdade e permite-lhe sonhar e imaginar. Ela passa muito tempo entre as árvores e inventa aventuras e personagens. Na série, aparece também uma raposa cor de laranja. Portanto, são cores que estão sempre presentes na série e que representam o que Anne gosta. Depois, temos as malas, que representam a viagem de Anne até Green Gables. Anne era órfã e foi adotada por dois irmãos, Matthew e Marilla. Ela não vivia em Avonlea, que é onde fica a propriedade Green Gables e, por isso, ela teve de viajar desde o orfanato até à casa dos irmãos. Depois, temos a casa dos irmãos, que é um pouco grande, mas também humilde, representando bem estas duas personagens. Temos, ainda, as borboletas e as flores, que são muito bonitas e dão vida à capa. A protagonista está no centro e corresponde ao aspeto que Anne tem na série.
Conclusão: A capa da editora Coerência é, como já disse, uma obra de arte. É muito mais simbólica do que as capas anteriores. É uma capa muito bem conseguida não só pelo ponto de vista estético, mas também pelo ponto de vista de marketing. Também funcionaria muito bem em Portugal, mas mais para o público jovem adulto e para os leitores que conhecem a série.
Capa vencedora: Sem dúvida alguma que a capa vencedora é a capa da editora Coerência devido às razões que apresentei anteriormente. Que capa linda!
Para terminar esta publicação em grande, deixo-vos uma capa brasileira de Anne of Avonlea, o segundo livro da coleção Avonlea. É também da editora Coerência e, tal como a primeira capa, também tem muito a ver com a série. Aliás, a própria designer disse que se inspirou nos últimos episódios da terceira temporada e dá para ver isso no vestido da Anne, que é praticamente igual ao vestido que a protagonista usou na série. Esta capa é ainda mais linda do que a primeira. A coleção tem 8 livros. Vou, sem dúvida alguma, continuar a acompanhar as revelações das capas desta editora.