The Cruel Prince, o primeiro livro da trilogia The Folk of the Air, de Holly Black, é um romance de Fantasia que que tem como protagonista Jude, uma rapariga que, na infância, bem como as suas duas irmãs, foi raptada por um homem que faz parte do mundo das fadas, que se mantém longe dos humanos. Aos 17 anos, Jude só quer fazer parte desse mundo mágico, mas cruel, um lugar que despreza os humanos. Para ganhar um lugar na corte, ela deve não só enfrentá-lo, como também sofrer as consequências. À medida que ela se envolve cada vez mais nas intrigas da corte, ela desenvolve as suas capacidades de enganar e fazer sangrar os outros. Contudo, quando uma traição ameaça o reino, Jude terá de arriscar a sua vida e ter uma aliança perigosa para salvar as irmãs e todas as fadas.
Holly Black é conhecida por ter escrito as Crónicas de Spiderwick, uma coleção que também foi escrita por Tony DiTerlizzi,e a coleção Magisterium, livros infantojuvenis que escreveu com Cassandra Clare. Contudo, penso que Black ficou ainda mais conhecida e passou a ser mais admirada quando publicou The Cruel Prince. De facto, este livro tem as suas qualidades, embora, para mim, não sejam muitas.
O enredo, lá no fundo, é bastante simples. Duas raparigas humanas e uma rapariga metade fada, metade humana são raptadas e levadas para um mundo de fadas, passando a viver lá com quem as raptou. Entretanto, uma delas, Jude, quer ser respeitada e levada a sério nesse reino, embora não seja uma fada. Por isso, ela decide fazer tudo por tudo para obter um cargo importante nesse mundo. No entanto, algumas fadas não gostam dela e maltratam-na. Além disso, as intrigas das fadas podem dificultar os planos de Jude, se bem que ela nunca desiste.
Para mim, uma das partes mais estranhas do enredo é o rapto. A autora não poderia ter inserido essas raparigas humanas de uma outra forma? Afinal, elas, ao crescer, acabam por não se importar com o facto de terem sido raptadas e de já não terem uma grande ligação com humanos. Mal pensam nos pais, por exemplo. Acrescento que a cena do rapto deu a entender que essa situação foi traumática para as três raparigas e, por isso, sempre achei que guardassem rancor para com o raptor e o mundo das fadas, mas isso só é visto numa das raparigas, uma que até tem uma relação com uma humana e gostaria de ter a vida que tinha antes. Quanto às outras duas, como Jude, vemos o contrário: querem imenso ficar no mundo mágico e desempenhar cargos importantes. De resto, acho que não tenho outros grandes problemas com as escolhas narrativas de Black. Contudo, também não me lembro de tudo o que li, pois a leitura foi realizada no início do ano passado. De qualquer forma, o enredo é fácil de compreender, tendo algumas surpresas interessantes aqui e ali. Tem coisas típicas dos livros de Fantasia, o que não é mau, claro. Ainda assim, as personagens são os elementos mais marcantes do livro.
Jude não é a típica heroína de livros de Fantasia para jovens adultos. Normalmente, as personagens principais femininas apoiam o Bem e lutam contra o Mal, querem salvar os outros e não têm crueldade no seu coração, o que não quer dizer que não sejam capazes de lutar e de magoar alguém, claro. Jude é muito diferente dessas personagens. Ela é extremamente ambiciosa e, apesar de querer proteger e salvar os que ama, não sente muita culpa por criar e executar planos que prejudicam as vidas dos outros. Não lhe interessa se tem de enganar, mentir ou esconder coisas, pois o mais importante é ter o que quer. Ela, na minha opinião, é uma personagem "cinzenta", ou seja, não é inteiramente má, mas também não é uma boa pessoa.
Cardan também é como Jude, mas a autora criou um background que pode servir como justificação dos seus atos e comportamentos. Cardan cresceu como uma vítima nas mãos do seu irmão e do seu pai. Sofria danos físicos, psicológicos e emocionais. Mas será isto o suficiente para que o leitor crie compaixão por ele? Será que ter uma história de vida triste e repleta de violência pode justificar atitudes más? Acho que é isso que Black explora através desta personagem. Cardan é também um bully, pois está sempre a maltratar Jude por ser uma humana que age como uma fada. No entanto, parece haver uma paixão entre eles, algo que não gostei muito de ler. Não só vemos muito pouco dessa suposta paixão, como também eu acho que esta relação pode transmitir ideias erradas quanto a relações amorosas. Já chega de rapazes a maltratar raparigas e a gozar com elas porque "gostam" delas. Isso é tóxico e problemático. Não me interessa se ele escreveu uma carta onde só dava para ler repetidamente o nome de Jude. Ele foi mau para com ela desde o início e ela também não é simpática com ele. Não sei como a autora desenvolveu a relação deles nos próximos livros, mas penso que não era necessário ela criar esta relação. Bastava explorar a complexidade cinzenta das personalidades deles para ter uma história interessante.
As personagens secundárias são também interessantes, mas praticamente têm os mesmo traços das personagens principais. Os protagonistas são mesmo o ponto forte deste livro.
A escrita de Black é simples e bonita. Não me pareceu ser densa e complicada como alguns grandes nomes do género da Fantasia. Consegue ser um pouco poética aqui e ali, embelezando mais o livro. Portanto, a escrita também é um ponto positivo de The Cruel Prince.
Concluindo, não me admira que The Cruel Prince tenha sido um sucesso lá fora e cá. Consegue ser um pouco inovador dentro da Fantasia para jovens adultos por ter muitas personagens cinzentas e dinâmicas fascinantes (se bem que, como já disse, não gosto da ideia da relação amorosa entre os protagonistas). Todavia, estava à espero de algo mais. Queria um universo mais bem explorado logo no primeiro livro e mais personagens com personalidades diferentes. Ainda assim, pode ser uma boa leitura para quem não lê muita Fantasia.
Classificação: 3.5/5 estrelas.
Embora as editoras americanas tenham lançado imensos livros este mês, apenas selecionei um livro para esta publicação.
Cinderella is Dead, um romance de Fantasia para Jovens Adultos de Kalynn Bayron. Já passaram 200 anos desde que Cinderela encontrou o seu príncipe e o conto de fadas acabou. As raparigas agora devem aparecer no Baile Anual, onde os homens do reino selecionam as suas esposas tendo como base a elegância da jovem. Se não for possível fazer uma combinação, as raparigas não escolhidas nunca mais são vistas novamente. Sophia, uma rapariga de 16 anos, preferia casar com Erin, a sua melhor amiga de infância, e não fazer uma parada à frente de pretendentes. No baile, Sophia decide fugir e vai para o mausoléu da Cinderela. Lá, ela conhece Constance, a última descendente conhecida de Cinderela e das suas meias-irmãs. Juram, juntas, derrubar o rei de uma vez por todas. Entretanto, elas aprendem que há mais por descobrir em relação à história da Cinderela.
Bloomsbury YA publicou este livro no dia 7 de julho.
Julho está cheio de novidades literárias fantásticas! Gostaria mesmo muito de comprar estes livros publicados pelas editoras portuguesas.
Em primeiro lugar, temos uma nova edição de Anne of Green Gables graças à Minotauro, uma chancela do Grupo Almedina. Ana dos Cabelos Ruivos, de Lucy Maud Montgomery, é o primeiro livro de uma coleção sobre Ana, uma órfã que, devido a um erro, foi parar a Green Gables e foi adotada por dois irmãos, Matthew e Marilla. É com eles e com os novos amigos que Ana, uma menina doce, inteligente e cheia de imaginação, irá aprender o que é uma família, a amizade e o amor.
Vai estar nas livrarias a partir do dia 30 de julho.
Há uns tempos, escrevi uma publicação sobre capas de diferentes edições deste livro. As capas da editora Coerência (editora brasileira) continuam a ser as minhas preferidas, mas a capa da Minotauro também está muito boa, pois dá para ver que foi baseada na série Anne with an E (podem ler a minha opinião sobre a primeira temporada aqui). Além disso, é apelativa quer para um público mais adulto, quer para o público infantil.
De seguida, temos um romance finalista do Booker Prize de 2019. 10 Minutos e 38 Segundos Neste Mundo Estranho, de Elif Shafak, é sobre Leila Tequila, cujo cérebro estava a resistir apesar de o seu coração já não estar a bater. Cada minuto após a sua morte permite-lhe visualizar uma recordação, incluindo memórias relacionadas com os seus amigos, que estão agora desesperados para tentar encontrá-la.
A Editorial Presença irá colocar o livro nas lojas a partir do dia 15 de julho.
A Dança da Água, de Ta-Nehisi Coates, vencedor do National Book Award, tem como protagonista Hiram Walker, que nasceu escravo numa plantação na Virgínia. Depois de a sua mãe ter sido vendida, ele perdeu as memórias que tinha dela, mas ganhou um poder misterioso. Anos depois, quando quase se afoga num rio, Hiram é salvo por esse mesmo poder. A partir daí, ele passa a querer fugir da única casa que alguma vez conheceu.
Vai ser publicado pela Cultura Editora, estando à venda nas lojas físicas a partir do dia 24 de julho.
A seguir, temos Os Vivos e os Outros, de José Eduardo Agualusa. Daniel Benchimol, personagem d' A Sociedade dos Sonhadores Involuntários e do Teoria Geral do Esquecimento, regressa ao novo romance de Agualusa. Na Ilha de Moçambique, quando está a decorrer um festival literário que reúne imensos escritores africanos, ocorre uma grande tempestade no continente, deixando os escritores totalmente isolados durante sete dias.
Por último, temos a estreia de Matilde Campilho no mundo dos contos. A autora apresenta o seu novo livro desta forma: «Este é um livro de histórias. Narrativas que foram surgindo um dia depois do outro, às vezes durante a tarde, outras logo pela manhã, e a maioria delas quando a noite já havia caído. Talvez o escuro seja mais propício às histórias. Seja como for, de uma maneira ou de outra, todas quiseram chegar-se à luz. Nem que fosse por um segundo. Umas chegaram-se tanto que passaram a ser, elas mesmas, a candeia que iluminou uma noite inteira. Nestas páginas estão retratos imaginários, e dentro desses retratos podem inscrever-se, à vez, coisas como: uma paisagem; um objeto; uma pedra; um bicho; um fogo; um gesto; um instrumento musical; um rosto; um deus. Por vezes, essas coisas vivas e mortas misturam-se num só retrato, como acontece na vida.»
Será lançado pela Tinta-da-china no dia 17 de julho.
P.S.: Esta publicação contém spoilers da primeira temporada. Cliquem aqui para lerem a minha opinião sobre a primeira temporada.
A segunda temporada começa com dois grandes pontos narrativos. Por um lado, temos a partida de Gilbert Blythe, que, após a morte do pai, decide deixar Avonlea para trabalhar num navio. O outro grande ponto é a chegada de dois desconhecidos que arrendam quartos na casa de Anne. Deste modo, temos a continuação dos últimos episódios da primeira temporada, que permite um maior desenvolvimento das personagens que já conhecemos, bem como o aparecimento de personagens novas.
A história desta temporada foi ainda mais intensa e profunda do que a primeira. Continua a abordar temas como a adoção, a família, a experiência no orfanato e a inocência da infância de uma forma bonita, mas também, por vezes, crua, principalmente quando vemos os momentos do passado de Anne quando ela vivia no orfanato. Esta temporada vai mais além e inclui outros assuntos muito atuais, como o racismo, a comunidade LGBTQIA+, o papel da mulher na sociedade, entre outros.
Começo por analisar um dos ramos narrativos, o de Gilbert, que está longe de Avonlea e a trabalhar num navio. É aí que ele conhece Sebastian Lacroix, ou apenas Bash, interpretado por Dalmar Abuzeid. Bash é um homem negro livre oriundo de Trinidade. É importante saber que ele é livre, ou seja, não era escravo de ninguém, se bem que a sua mãe ainda era escrava de uma família. Sebastian, ainda assim, sofre algum preconceito em Trinidade e em Avonlea. Em Trinidade, ainda é visto como um escravo. Em Avonlea, é visto como um desconhecido que pode ser um criminoso. É a prova de que, apesar de leis criadas para (tentar) acabar com o preconceito contra os negros para que sejam visto como seres humanos não são o suficiente. É necessário alterar os pensamentos, as opiniões, as ideias feitas das pessoas. Embora seja bom mostrar o racismo numa série como esta, Sebastian não existe apenas como uma lição para os brancos e os não-negros. Ele é uma pessoa, isto é, ele também ama, sonha, chora, festeja, vive. É um homem caloroso e cheio de amor e amizade para dar. Dá para ver isso na sua relação com Gilbert, cheia de cumplicidade e de irmandade. Podemos mesmo dizer que Sebastian é como um irmão mais velho de Gilbert e é por isso que vai viver para Avonlea. A evolução desta relação foi muito bonita e enriqueceu imenso a história.
Gilbert Blythe (Lucas Jade Zumann) e Sebastian Lacroix (Dalmar Abuzeid) em Trinidade. Fonte.
Lucas Jade Zumann continua a fazer um ótimo papel como Gilbert Blythe. Nesta temporada, a personagem não é apenas um rapaz amoroso e sensível que acabou de perder o único membro da família que lhe restava. Agora, é um rapaz a tentar ser homem mais cedo e que pretende perceber o que quer fazer com a sua vida. É, deste modo, um retrato realista e interessante do adolescente que sabe que tem de pensar no seu futuro, mas que não sabe o que há de fazer a seguir. Por isso, parte à descoberta de si mesmo. Penso que muitos jovens poderão identificar-se com a história de Gilbert.
Matthew Cuthbert (R.H. Thomson), Anne Shirley-Cuthbert (Amybeth McNulty) e Marilla Cuthbert (Geraldine James) Fonte.
Há uma outra linha narrativa principal, que é a dos estranhos que arrendam quartos em Green Gables. Logo no primeiro episódio, descobrimos as suas verdadeiras intenções e maneiras de ser. São homens ambiciosos, mentirosos e traiçoeiros que irão aproveitar-se da bondade e da ingenuidade das pessoas de Avonlea.
Para ser sincera, foi uma parte da história um pouco estranha. Começou e terminou rapidamente e não teve um desfecho propriamente dito. No entanto, serviu para ver um outro lado da família de Green Gables e dos habitantes de Avonlea, na medida em que pudemos perceber que são todos capazes de acreditar em tudo e mais alguma coisa por não conseguirem detetar maldade facilmente, se bem que não foi o que aconteceu com Sebastian. Aí, até seria interessante "estudar" a forma como Avonlea recebeu os dois desconhecidos brancos e a maneira como reagiram ao conhecerem Sebastian. Quanto aos dois homens brancos, toda a gente acreditou que eles eram boas pessoas, pois, para a comunidade, os dois não tinham um ar suspeito. Já Sebastian, para eles, tinha um aspeto diferente e, por isso, muita gente foi rude com ele.
Embora esta linha narrativa tenha durado pouco tempo, esta serviu para revelar um lado diferente de Marilla. Ela é, normalmente, uma mulher recatada e simples que não valoriza o seu aspeto e prefere ser austera. Nas suas interações com um dos forasteiros, vimos uma Marilla que pensou que poderia apaixonar-se novamente ou sentir-se bonita. Depois, foi bom ver que, apesar das novas emoções despertadas, o seu raciocínio era claro. Por vezes, parece que gostam de criar mulheres mais velhas que ficam facilmente enamoradas e deixam de ser racionais só porque um homem mais novo pode sentir-se atraído por elas. Não foi o que aconteceu aqui e ainda bem. Marilla não é, afinal, uma mulher ingénua que se deixa enganar por sorrisos.
Quanto a Matthew, um dos seus momentos mais doces foi a sua reunião com um amor da juventude. Nesta temporada, o telespectador percebe como os irmãos acabaram solteiros e a viver juntos. Não foi propriamente uma escolha deles, mas sim uma partida do destino. Foi tão triste, mas, ao mesmo tempo, tão delicioso ver as memórias dos dois quando eram novos e antes de serem vítimas de grandes dores. Foram momentos agridoces, mas essenciais para percebermos melhor Matthew e Marilla. Matthew é tímido por natureza e percebemos isso imediatamente na primeira temporada, mas, na segunda, conhecemos uma pessoa que o ajudava nos momentos mais difíceis, bem como a mulher que ele amava, que é um pouco o oposto dele, mas igualmente simpática e amorosa.
Portanto, foi uma boa temporada para os dois irmãos quanto ao desenvolvimento dos mesmos enquanto personagens.
Ainda sobre Green Gables, foi bom assistir à adaptação de Anne (Amybeth McNulty) à vida de estudante, adaptação essa que foi realizada aos poucos e sem a perda das melhores qualidades da menina, a inocência e a mente cheia de imaginação. Aqui, o tema do bullying é mais desenvolvido. Como está a passar pela adolescência, Anne é vítima nas mãos dos rapazes por não corresponder ao padrão de beleza feminina e à etiqueta social da época. Também é maltratada por algumas meninas, pois ainda acham que ela é muito estranha e que não é uma rapariga "normal" por valorizar imenso os seus próprios direitos e opiniões e querer lutar contra mentes fechadas e retrógradas através da sua imaginação fértil e a sua bondade desconcertante. Não é a dor e a tristeza infligida pelos outros que irá destruir a sua criatividade. Aliás, ela própria e as suas amizades (como Diana, Ruby e Cole, uma personagem nova) continuam a enriquecer a história e a mostrar ao mundo como a arte, principalmente a escrita, é uma das armas mais poderosas do mundo contra a solidão, o ódio e o vazio. Amybeth McNulty, ao conseguir mostrar tudo isto no ecrã, continua, por isso, a ser um dos grandes pontos fortes da série.
Uma outra vítima de bullying é Cole Mackenzie, interpretado porCory Grüter-Andrew. É um colega de Anne que não tem os mesmos interesses que os outros rapazes, preferindo estar a desenhar no seu canto. Não só é ridicularizado por desenhar, como também é gozado por todos acreditarem que ele é gay. Numa turma tão mesquinha, Cole nunca teve uma oportunidade para, de facto, sentir-se bem entre os outros, até conhecer Anne, que rapidamente gosta do rapaz e quer ser amiga dele. É ela que o faz ver que ele merece viver e fazer parte deste mundo, mesmo que seja um lugar, por vezes, cruel e feio que parece não querer respeitá-lo. É ela que o faz sentir que vale a pena ele ser quem ele realmente é. Tudo fica mais claro quando ele conhece a tia de Diana, Josephine Barry, uma mulher lésbica rica que viveu com o amor da sua vida até ela falecer. E é assim que aparece o sentido de comunidade do grupo LGBTQIA+. Nesta interação, vemos como é fundamental lutar contra a homofobia e respeitar o outro tal como ele é. É, também, importante que aqueles que não se encaixam no padrão cis e heterossexual encontrem alguém como eles. Quando Cole vê um pouco de si na Tia Josephine, ele aceita quem ele é e percebe que pode viver tal como é. É simplesmente perigoso vivermos numa sociedade que não quer aceitar o outro por amar alguém do mesmo sexo e/ou por querer ser quem realmente é e não o que a sociedade diz o que ele deve ser. Cole é um rapaz sonhador e amoroso, mas também uma vítima de um ódio que, contra o qual, mais tarde, consegue combater.
Uma outra grande novidade desta temporada é a chegada de uma professora nova, Muriel Stacy, interpretada por Joanna Douglas. Mrs. Stacy é uma jovem professora viúva que vai para Avonlea para ensinar Anne e os seus colegas depois de o antigo professor abandonar a escola. Os habitantes de Avonlea não a julgam por ser uma mulher que ensina crianças, pois isso não era algo fora do normal. Contudo, não gostam dela por ser muito evoluída relativamente aos seus métodos de ensino e de interação com os alunos. Não gostam de como ela é mais prática, científica e, de certo modo, "rebelde" do que o outro professor. Também não ajuda o facto de ser uma jovem mulher que prefere focar-se na sua carreira e nos seus estudantes do que na procura de um novo pretendente. Apesar das más-línguas, Mrs. Stacy não deixa de apresentar aos seus alunos o progresso e a inovação, assim como também ajuda a desenvolver o pensamento crítico deles.
Ela é, assim, a personagem que representa os bons frutos do feminismo, isto é, é ela que mostra o quão importante é a educação para as raparigas e que é possível construir uma carreira profissional apesar das ideias absurdas da sociedade. É por isso que Anne, imediatamente, cria uma ligação forte com ela, se bem que foi estranha e complicada no início, uma vez que Mrs. Stacy não conhecia bem a personalidade e o histórico familiar de Anne. De qualquer forma, a professora acaba por conhecer melhor Anne e vê nela uma aluna brilhante, enquanto Anne vê Mrs. Stacy como um modelo a seguir relativamente ao seu próprio futuro.
Joanna Douglas interpreta a professora Muriel Stacy. Fonte.
Em conclusão, a segunda temporada de Anne with an E tem um enredo ainda mais rico e complexo do que o primeiro capítulo da série. Aborda imensos assuntos atuais e importantes de uma forma brilhante e o crescimento das personagens já conhecidas é incrivelmente bem conseguido. Além disso, a introdução das novas personagens também foi feita de uma maneira natural e envolvente. Posto isto, Anne with an E continua a ser uma série encantadora sobre a montanha-russa que é a vida de uma jovem de cabelos ruivos cheia de vida e de imaginação.
Classificação: 5/5 estrelas.
P.S.: Em breve, a Minotauro, chancela do grupo editorial português Almedina, irá publicar uma nova edição de Anne of Green Gables. Daqui a uns dias, poderão ler uma publicação sobre isso. Agora, queria apenas mostrar-vos a capa de uma edição brasileira de Anne of the Island, o terceiro livro da coleção. Anteriormente, apresentei-vos as capas dos dois primeiros livros, que foram recentemente publicados pela editorial Coerência no Brasil. Esta editora, recentemente, mostrou aos seus leitores brasileiros a capa do terceiro livro:
Capa do terceiro livro da coleção de L. M. Montgomery feita por Mirella Santana. Edição do Grupo Editorial Coerência. Fonte.
Foi inspirada na terceira e última temporada da série. Não é tão bonita?
Para a terceira Batalha das Capas, escolhi O Circo dos Sonhos, de Erin Morgenstern. É um romance de Fantasia sobre dois mágicos, Celia e Marco, que, num circo a preto e branco, Le Cirque de Rêves, lutam entre si devido a uma rivalidade e um jogo criados pelos seus mestres. No entanto, sentimentos florescem, tornando o jogo mais complicado. Quem irá vencer?
Este livro foi editado em Portugal pela Civilização Editora, que, infelizmente, acabou por falir. Esta é a capa portuguesa:
Comentários: É uma capa monocromática bonita e muito simbólica. O preto e o branco têm a ver com a estética do circo, que é, também, preto e branco. Depois, temos os protagonistas em grande destaque na capa, bem como elementos que normalmente encontramos em histórias sobre mágicos, como pássaros, chapéus e cartas. A seguir, temos um lenço laranja que liga as duas personagens. Já não me lembro bem de uns quantos detalhes do livro, portanto, não posso dizer se o cor de laranja é fundamental para a história. No entanto, dá para ver que simboliza a união das duas personagens, sendo esta uma união romântica. Por fim, entre eles, temos o circo. O posicionamento do circo na capa pode querer indicar que o lugar está sempre entre eles, isto é, tudo o que fazem é influenciado pelo circo ou é feito a favor do circo.
Conclusão: É uma capa bonita e com detalhes que, após a leitura do livro, ganham uma nova beleza. Mesmo antes da leitura, são pormenores que deixam o leitor curioso.
As capas das edições americanas seguem mais ou menos o estilo da capa portuguesa e, por isso, penso que não vale a pena incluí-las nesta publicação. Deste modo, avanço para a capa da edição espanhola:
Capa da edição da editora espanhola Planeta Internacional. Fonte.
Comentários: O desenho em si não é mau. Aliás, gosto do contraste entre o preto e o branco e o vermelho, amarelo e verde. Contudo, não tem nada a ver com a história. Onde está o circo? Parece que estamos a olhar para torres de um castelo. Além disso, a figura que está a sair da torre principal faz lembrar uma princesa, algo que não existe neste livro. Também não há edifícios à volta do circo no livro, ou seja, não faz sentido dar a sensação de que o circo não é algo isolado e fora do comum.
As proporções dos edifícios e da figura não me incomodam, nem as cores usadas. O problema está no facto de isto não representar nada do que faça parte da história.
Conclusão: Quem fez a ilustração tem talento, mas a capa peca por não ter detalhes que existem na história.
Por fim, temos a edição de uma editora holandesa, De Bezige Bij:
Comentários: Gostos dos tons azulados e dos detalhes pretos e brancos. A execução da ideia pode ser diferente da capa portuguesa, mas ambas partilham praticamente os mesmos elementos, como a presença dos dois protagonistas, o circo, os pássaros e o chapéu. No entanto, falha ao colocar apenas Marco como figura principal. Marco e Celia são personagens igualmente importantes. Marco não é o único protagonista, pois Celia também o é. Percebo que, aqui, a figura masculina é aquela que transmite uma aura misteriosa à capa. Contudo, Celia também poderia contribuir para o mistério da capa.
Conclusão: É uma boa capa que tem os pormenores importantes da história, mas tem como defeito o posicionamento das personagens do livro.
O grande vencedor: A capa portuguesa. Mostra bem que a magia e o mistério são os elementos-chave deste livro.
Romance is a Bonus Book é uma série televisiva coreana contemporânea e romântica que estreou em janeiro de 2019 e que está em plataformas como a Netflix. Os seus protagonistas são Cha Eun-Ho, interpretado por Lee Song-Juk, e Kang Dan-Yi, interpretada por Lee Na-Young. Eun-Ho é um editor e escritor conhecido e bem sucedido que há muito está apaixonado por Dan-Yi, uma mulher mais velha do que ele que estudou marketing e tinha emprego antes de se casar. Após o seu casamento, passou a ser uma dona de casa que tudo faz pelo seu marido e pela filha. Contudo, ela divorcia-se e passa por grandes dificuldades até que, um dia, consegue arranjar emprego na editora de Eun-Ho sem ele saber. Para que ninguém pense que ela conseguiu o lugar graças ao amigo, eles fingem ser desconhecidos, apesar de até viverem juntos.
Serão capazes de serem indiferentes quando estão juntos na editora ou os sentimentos irão falar mais alto?
Com a fama do grupo coreano BTS e o sucesso do filme Parasitas, muitas pessoas, cada vez mais, consomem produtos do entretenimento coreano. Para quem gostaria de começar a ver kdramas, penso que esta série é um bom primeiro passo a dar num caminho que promete ser longo, isto é, há mesmo muitos kdramas para ver e imensos atores talentosos na televisão da Coreia do Sul por conhecer.
É o caso dos atores que dão as suas caras aos protagonistas. Lee Song-Juk é um dos atores mais conhecidos entre o público mais jovem e feminino. Com um ar amoroso e performances incríveis, não é uma surpresa que tenha tantos fãs. O seu charme inocente e o seu talento para interpretar personagens carismáticas e atraentes fizeram, penso eu, com que ele fosse o escolhido para desempenhar o papel de um escritor e editor bonito, inteligente e sedutor. Mas ele e a sua personagem não são apenas carinhas bonitinhas. Lee Song-Juk soube tornar Eun-Ho num homem misterioso e sensível que é capaz de fazer mais do que é necessário pelas pessoas que ama. Além disso, foi um editor credível.
Lee Song-Juk é Cha Eun-Ho, a personagem principal masculina. Fonte.
Lee Na-Young não fica nada atrás. A sua personagem, Kang Dan-Yi, é algo que não é muito comum existir nos kdramas, pois é um pouco tímida e uma mulher mais velha. Mas não é exatamente por isso que quebra com as personagens femininas convencionais das séries coreanas. É uma mãe que tirou os seus estudos há alguns anos e está desempregada, ou seja, é muito difícil para ela encontrar emprego, atualizar os seus conhecimentos e aprender como é o mercado de trabalho atualmente. É, portanto, na verdade, uma das personagens mais reais que já vi num kdrama. Muitas séries coreanas preferem focar-se nos problemas amorosos e no humor, mas esta história ultrapassa isso, falando sobre o mundo editorial, o mercado do trabalho e a vida adulta. É através desta personagem que este kdrama dá a conhecer as dificuldades que uma pessoa nos seus quase 40 anos tem para encontrar um emprego, ter uma casa e sustentar a sua filha. Também mostra como é possível uma pessoa mais velha desafiar o desconhecido e crescer ao aprender coisas completamente novas. A vida não deixa de ser interessante, encantadora e cheia de novidades só porque alguém já não tem 20 ou 30 anos. Kang Dan-Yi é uma grande lição de vida para os mais novos e os mais velhos.
Lee Na-Young interpreta a personagem principal feminina, Kang Dan-Yi. Fonte.
Um aspeto positivo dos kdramas é a atenção que dão às personagens secundárias. Elas não existem para apenas fazer parte das vidas dos protagonistas e desenvolver o enredo a favor deles. Cada uma delas também tem a sua história e a sua personalidade. Às vezes, acabam por ser mais interessantes do que os protagonistas. Este kdrama tem imensas personagens secundárias complexas e que enriquecem a série. Uma das minhas personagens secundárias favoritas desta série é Song Hae-Rin, interpretada por Jung Yoon-Ji. É uma editora extremamente profissional, mas também muito simpática e divertida. No início, parecia ser apenas alguém que iria tornar complicada a relação entre os protagonistas, uma vez que ela gostava de Cha Eun-Ho. Contudo, revelou ter uma personalidade forte e fascinante graças ao seu amor pelos livros e à maneira de ser dela.
Outras personagens secundárias são importantes de um ponto de vista temático. Na editora, trabalha um casal que, entretanto, dá início ao processo do divórcio. Através deles, vemos como pessoas que já não se amam conseguem trabalhar juntas e como é possível elas ainda manterem uma relação amigável. Também há estagiários que acabaram de sair da universidade, ou seja, são personagens que representam todos os jovens que acabam os estudos e entram no mundo de trabalho com pouca experiência. Há uma outra personagem, Ko Yoo-Sun, que representa as mulheres que preferem ignorar a vida amorosa para se concentrarem na carreira profissional. Ainda assim, ela pensa, por vezes, sobre como a sua vida seria diferente se tivesse casado e sente alguma melancolia. Não querendo dar spoilers, ela acaba por ter um namorado, percebendo que as duas coisas podem existir na sua vida se ela quiser.
Personagens principais no centro e personagens secundárias nas laterais. Fonte.
Como podem ver pelas apresentações das personagens, o kdrama tem tudo para ter sucesso. As personagens parecem ser reais e o enredo é aprazível, não ignorando problemas da vida real, como o desemprego, a inexperiência da juventude no mundo do trabalho, o divórcio, etc. A tudo isto, junta-se a importância que a história dá à literatura. Um dos momentos mais marcantes da série tem a ver com um dos editores da empresa que luta imenso pelos poetas que a editora publica, mas que acabam por cair no esquecimento, pois, na Coreia do Sul, os leitores não consomem muita poesia. Esse editor até chora ao ver que ninguém quer saber da poesia, nem sequer as editoras. Noutros momentos da série, vemos livros a serem destruídos porque já não podem ser vendidos. Também vemos a forma como as editoras estudam o mercado e trabalham conforme os gostos dos leitores e os sucessos recentes. Portanto, é um kdrama mesmo muito interessante para quem gostaria de saber mais sobre o mundo editorial.
Em suma, Romance is a Bonus Book é sobre o amor que sentimos pelos outros, bem como pelos livros. Com personagens divertidas e impressionantes, um enredo simples, mas baseado em assuntos da vida real, e o mundo editorial como o cenário principal, este kdrama tem tudo para ser um sucesso entre pessoas pouco experientes no mundo das séries coreanas, bem como entre leitores e pessoas que desejam saber mais sobre o funcionamento das editoras. Recomendo muito a visualização deste kdrama.
Classificação: 5/5 estrelas.
Três Coroas Negras é o primeiro livro de uma coleção de Fantasia de Kendare Blake. É sobre a Ilha de Fennbirn, que é sempre governada por uma rainha. Em cada geração, nascem três meninas, sendo que cada uma delas tem um poder diferente. Mirabella é capaz de usar os elementos, podendo causar incêndios violentos e tempestades grandiosas. Arsinoe, supostamente, consegue fazer florir a rosa mais vermelha e controlar o leão mais feroz. Katharine pode consumir alimentos com veneno e sobreviver.
Contudo, apenas uma delas pode ser a rainha da Ilha e, por isso, as três têm de competir pelo seu lugar no trono até à morte.
Quando celebram os seus 16 anos, a batalha começa. Quem será a futura rainha da Ilha de Fennbirn?
Três palavras: cativante, apaixonante, viciante. Há tanto tempo que já não lia um livro de Fantasia para jovens adultos tão forte e interessante como Três Coroas Negras. Li-o há um pouco mais de um ano. Eu ainda estava a tirar o primeiro ano de mestrado em Lisboa. E não é que, desde que li o último capítulo, nunca mais parei de pensar neste livro? Sim, é assim tão bom.
O enredo não é algo atípico no género da Fantasia. É uma história cheia de poderes, magia, violência e morte. Ainda assim, sobressai de muitos outros livros deste género por nos apresentar um mundo governado por mulheres. No entanto, não significa que os homens sejam tratados como bichos. Também há personagens masculinas relevantes e complexas. Além disso, é uma história envolvente por nos proporcionar o desenvolvimento físico, psicológico e emocional das três protagonistas, que têm poderes que nos fazem lembrar histórias como a famosa banda desenhada sobre os X-Men. Não é raro livros de Fantasia terem personagens que conseguem controlar os elementos e os animais. Mas a autora inova quando introduz a capacidade de sobrevivência após o consumo de venenos. Foi interessante ver como ela criou esse poder e como ele pode ser tão útil e importante quanto os outros.
A história desenvolve-se como uma linha reta que vai sempre para cima. Blake é capaz de manter o leitor curioso e ansioso por mais até ao fim. Há sempre algo novo a acontecer. Não é uma narrativa parada. É como se tivesse pés e estivesse sempre a andar. Às vezes, as coisas ficam tão entusiasmantes que até corre.
Quando não há ação, temos o florescer das personagens, que muito enriquecem a história. Portanto, sim, é sobre poderes, a sobrevivência do mais forte, batalhas, mortes, mas também é sobre irmandade, amor e autodescoberta.
Fanart das três protagonistas. Da esquerda para a direita: Arsinoe, Mirabella e Katharine. Fonte.
As personagens são complexas e fascinantes. Adoro como cada uma é tão diferente e tem características muito humanas, fazendo com que o leitor se interesse por elas. Mirabella é uma rapariga poderosa e inteligente, mas também é sensível e tem um coração bom. Katharine parece ser frágil, mas possui uma grande força que, aos poucos, vai descobrindo. Arsinoe age muitas vezes sem pensar primeiro; porém, gosta de ajudar os outros.
Pode ser um livro de Fantasia, mas é um Young Adult que mostra muito bem o que é ser jovem, principalmente um que tenha tantas decisões para tomar e obstáculos por ultrapassar.
Há muitas outras personagens que representam outras facetas dos seres humanos. Umas são sedentas por poder, outras anseiam por encontrar o amor, outras não olham a meios para atingir os seus fins. É, por isso, um livro que, embora tenha elementos mágicos e fantasiosos, está cheio de representações dos diferentes tipos de seres humanos ou de sentimentos, objetivos e sonhos.
Fanart das três protagonistas. Da esquerda para a direita: Mirabella, Katharine e Arsinoe. Fonte.
Por fim, temos a escrita aliciante de Kendare Blake. Penso que a autora fez um ótimo trabalho em equilibrar os elementos de ação e os elementos mais descritivos. Ao contrário do que normalmente se encontra na literatura fantástica, o seu estilo é simples e nada penoso. É acessível mesmo para quem não está habituado a ler Fantasia. É claro que, para iniciantes deste tipo de literatura e que estão habituados a ler, por exemplo, romances contemporâneos, pode ser uma leitura um pouco difícil, pois tem muitas passagens focadas na apresentação e no desenvolvimento das personalidades das personagens e do universo mágico, mas são passagens ricas em detalhes e bem escritas.
Em suma, Três Coroas Negras é um começo promissor de uma coleção que parece ter tudo para ser uma grande história de Fantasia. Com uma escrita estimulante, um enredo interessante e personagens arrebatadoras, este romance é ideal para os fãs de Fantasia e de jovens mulheres poderosas que ainda têm muito para crescer e descobrir sobre o mundo que as rodeia e elas próprias.
Classificação: 4.5/5 estrelas.
O mundo editorial português está novamente a colocar muitas novidades no mercado. Ainda assim, esta publicação será apenas sobre quatro livros que foram lançados nos EUA no mês de junho.
I'll Be The One, de Lyla Lee, é sobre Skye Shin, uma jovem coreano-americana gorda e bissexual que participa num concurso televisivo de K-Pop, querendo quebrar as regras de que raparigas gordas não podem fazer parte de grupos de K-Pop. Depois de ter sucesso nas primeiras provas, Skye passa por imensos treinos, atuações chocantes e pelo drama típico de um reality show. No entanto, ela não contava com os padrões de beleza extremamente gordofóbicos da indústria musical coreana, a fama, o escrutínio e as borboletas na barriga causadas por Henry Cho, que também é um participante do concurso.
Apesar de tudo, Skye ainda quer ser a primeira cantora plus-size de K-Pop sem perder a competição e a si mesma.
Já encomendei este livro e espero que chegue em breve. Quero muito ler este romance sobre positividade corporal e o mundo do K-Pop!
Foi lançado pela Katherine Tegen Books no dia 16 de junho.
You Should See Me in a Crown, de Leah Johnson, é um romance contemporâneo YA que tem como protagonista Liz, uma rapariga que sempre pensou que era demasiado negra, pobre e estranha para brilhar na sua pequena e rica cidade obcecada por bailes de finalistas. No entanto, Liz tem um plano para sair da cidade: ir para uma universidade de elite, tocar na sua orquestra mundialmente conhecida e ser médica. Contudo, quando a ajuda financeira com a qual estava a contar deixa de existir, parece que os seus planos não serão realizados... Até que ela se lembra do baile de finalistas, onde o rei e a rainha do baile ganham bolsas. Apesar do seu medo pelos holofotes e da falta de vontade em enfrentar trolls das redes sociais, concorrentes mesquinhos e eventos públicos humilhantes, ela quer fazer tudo por tudo para ir para a universidade. O que torna tudo suportável é a aluna nova, Mack, que é inteligente, divertida e estranha, como a Liz. Mas Mack também é uma das concorrentes para o título de rainha do baile. Será que o amor que Liz sente por Mack irá impedi-la de concretizar os seus sonhos ou irá torná-los em realidade?
A Song of Wraiths and Ruin, o primeiro volume de uma duologia de Fantasia de Roseanne A. Brown, é inspirado no folclore do oeste africano e tem como protagonistas Malik e Karina. Para Malik, o festival Solstasia é uma oportunidade para escapar a sua terra atingida pela guerra e começar uma vida nova com as suas irmãs na cidade deserta próspera de Ziran. Porém, quando um espírito vingativo rapta a sua irmã mais nova, Nadia, como pagamento para entrar na cidade, Malik faz um acordo para matar Karina, a princesa herdeira de Ziran, em troca da liberdade de Nadia.
No entanto, Karina tem as suas próprias aspirações mortais. A sua mãe, a Sultana, foi assassinada. A corte dela ameaça causar um motim e Solstasia é como uma faca no seu pescoço. Atingida pelo luto, Karina decide ressuscitar a mãe através de magia antiga... Adquirindo um coração de um rei. Ela sabe como obter um: deve oferecer a sua mão em casamento ao vencedor da competição de Solstasia.
Foi editado pela Balzer and Bray, chancela da HarperCollins Publishers Inc. O seu lançamento foi no dia 2 de junho.
Por fim, temos Forest of Souls, de Lori M. Lee. Sirscha Ashwyn vem do nada, mas ela pretende tornar-se em algo. Depois de anos de treino para se tornar na próxima espia real da rainha, os seus planos são alterados quando shamans atacam-na e matam a sua melhor amiga, Saengo. Depois, não sabendo como, Sirscha ressuscita Saengo.
Descoberta como a primeira lightwender desde que há memória, Sirscha é convocada para o domínio do Rei Aranha. Durante séculos, ele usou a sua influência sobre Dead Wood, uma floresta antiga possuída por almas, para reforçar a paz entre os reinos. Agora, com as árvores a crescer de uma forma selvagem e sem controlo, apenas um lightwender pode contê-las. À medida que a guerra se aproxima, Sirscha deve dominar as suas novas habilidades antes que as árvores destruam a paz quebradiça ou, pior, reivindiquem Saengo, a amiga pela qual ela morreria.
Foi lançado no dia 23 de junho e publicado pela Page Street Publishing Co.
Por agora, é tudo. O que acham destes lançamentos? Que outros livros de junho gostariam de ler?