Feliz Dia das Bruxas! Tendo em conta o dia de hoje, decidi responder à Halloween Creatures Book Tag!
Como está originalmente em inglês, apresento-vos uma tradução feita por mim. O desafio foi criado por Anthony, do blogue Keep Reading Forward, que já não existe. Encontrei o desafio aqui. Acrescento, ainda, que não respondo a todos os elementos do desafio.
Bruxas: Uma personagem ou um livro mágico.
Escolho Wicked Fox, de Kat Cho, um livro YA de Fantasia Urbana inspirado na mitologia coreana!
Sinopse: Gu Miyoung, uma rapariga de 18 anos, tem um segredo: ela é uma gumiho, uma raposa com nove caudas que devora a energia de homens para poder sobreviver. Como são poucas as pessoas que acreditam nas velhas histórias atualmente e há muitos homens maus dos quais ninguém terá saudades, a moderna cidade de Seoul é o lugar perfeito para se esconder e caçar.
Mas depois de se alimentar numa lua cheia, Miyoung cruza-se com Jihoon, um rapaz humano que está a ser atacado por um goblin na floresta. Ela quebra as regras de sobrevivência para salvar o rapaz e acaba por perder a sua pérola de raposa, a sua alma de gumiho.
Jihoon sabe que Miyoung é mais do que uma rapariga bonita, pois viu as caudas dela na noite em que foi salvo por ela. A sua avó costumava contar-lhe histórias sobre gumihos e os seus poderes e o perigo que eram para os homens. Ele sente-se atraído por ela de qualquer forma.
Com forças mortíferas no fundo, Miyoung e Jihoon desenvolvem uma amizade ténue que acaba por ser algo mais. Mas quando um jovem shaman tenta reunir Miyoung à sua pérola, as consequências são desastrosas e reacendem uma contenda que existe há gerações.
Miyoung vê-se forçada a escolher entre a sua vida imortal e a vida de Jihoon.
Lobisomem: O livro perfeito para ler à noite.
Vou falar de um livro que ainda não acabei de ler. A Maldição do Ex, de Erin Sterling, tem sido a minha companhia nestas noites mais frescas de outubro. Tem sido uma leitura leve e engraçada!
Sinopse: Há nove anos, Vivienne Jones tratou do seu coração partido como qualquer jovem bruxa faria: com vodca, banhos de espuma… e amaldiçoando o namorado. Era uma brincadeira, algo feito para durar um dia ou dois. Mas quando Rhys Penhallow, descendente dos fundadores da cidade, destruidor de corações e irritantemente lindo como sempre foi, regressa a Graves Glen, para o festival anual de outono, tudo se torna um desastre. Vivi percebe que o seu pequeno feitiço pode não ter sido assim tão inofensivo. E, além da maldição, precisa ainda de resolver a enorme atração que sente por Rhys…
Frankenstein: Um livro que realmente te chocou.
Queria MUITO queThe Ones We're Meant to Find fosse publicado cá em Portugal. Um livro YA de Ficção Científica que tem reviravoltas muito boas. Uma delas chocou-me imenso. Uma das melhores reviravoltas que já li!
Sinopse: Cee acordou numa ilha abandonada há três anos e não sabe como lá chegou. Agora com 18 anos, ela vive numa cabana com um android e uma única memória: ela tem uma irmã e ela deve escapar para encontrá-la.
Na segurança da eco-city que flutua acima da Terra, agora dizimada por desastres naturais, Kasey, de 16 anos, faz o luto por Cee, que deve estar morta. Ela também quer escapar: a eco-city deveria ser um santuário para as pessoas que querem salvar o planeta, mas os seus habitantes são capazes de tudo para terem um refúgio, até mentir. Estará Kasey pronta para usar a tecnologia para ajudar a Terra, apesar de ter falhado a sua irmã?
Cee e Kasey pensam que se conhecem bem e que o seu mundo é verdadeiro. Ambas estão erradas.
Ceifador: Uma personagem que nunca deveria ter morrido.
O que dizer sobre este último livro da trilogia de Suzanne Collins? Umas quantas personagens morreram e deixaram-me mesmo triste! No entanto, percebe-se o porquê de a autora ter tomado a decisão de as matar. Foi uma forma de mostrar como a guerra é extremamente injusta, principalmente quando falamos de crianças.
Sinopse (pode conter spoilers em relação aos restantes livros da trilogia): Katniss Everdeen não devia estar viva. Mas, apesar dos planos do Capitólio, a rapariga em chamas sobreviveu e está agora junto de Gale, da mãe e da irmã no Distrito 13. Recuperando pouco a pouco dos ferimentos que sofreu na arena, Katniss procura adaptar-se à nova realidade: Peeta foi capturado pelo Capitólio, o Distrito 12 já não existe e a revolução está prestes a começar.
Agora estão todos a contar com Katniss para continuar a desempenhar o seu papel, assumir a responsabilidade por inúmeras vidas e mudar para sempre o destino de Panem - independentemente de tudo aquilo que terá de sacrificar… o último volume da trilogia Os Jogos da Fome é ainda mais emocionante e deixará os leitores rendidos ao seu ritmo e enredo arrebatadores.
Zombie: Um livro que te fez ter fome por mais.
Li A Hipótese do Amor este ano e, agora, só quero continuar a ler os livros de Ali Hazelwood. Devoraria a lista de compras dela e tudo!
Sinopse: Quando um relacionamento falso entre cientistas encontra a irresistível força da atração, as teorias de uma mulher sobre o amor, cuidadosamente calculadas, são postas à prova.
Olive Smith, uma estudante de doutoramento em Biologia, não acredita em namoros duradouros. Após terminar o relacionamento com Jeremy, percebe que a sua melhor amiga, Anh, gosta dele e decide juntá-los. Para a convencer de que não se importa e de que está feliz e a namorar, Olive precisa de o provar, mas, pressionada, entra em pânico e resolve beijar o primeiro homem que vê: Adam Carlsen, um jovem professor de outro departamento. Olive acaba por ficar chocada ao perceber que este tirano do laboratório da Universidade de Stanford, conhecido por deixar os estudantes em lágrimas, aceita manter a farsa e fingir que é, realmente, seu namorado.
Quando uma conferência científica corre mal e ameaça a carreira de Olive, Adam surpreende-a de várias formas... e uma pequena possibilidade científica, o que era apenas uma hipótese sobre o amor, transforma-se então numa experiência inesperada.
Uma história maravilhosa imersa num ambiente académico. Um tubo de ensaio para a vida.
Vampiro: Um livro que te sugou a vida.
Onde Crescem os Limoeiros é um livro que toda a gente deveria ler. É um livro soberbo e lindamente escrito. Deveria estar a receber mais atenção no nosso país!
Sinopse: Uma história de amor e perda.
Um país em plena revolução. Quanto estamos dispostos a pagar por aquilo em que acreditamos?
Quando os gritos pela liberdade se começam a ouvir na Síria, Salama está a estudar Farmácia. Por esses dias, ainda tem consigo os pais e o irmão mais velho, e há até um rapaz com quem se irá encontrar para falar de casamento.
Porém, de repente, a guerra civil instala-se no país e Salama vê-se no meio de um hospital onde cada vez mais pessoas chegam a precisar de ajuda. Agora voluntária, a jovem de 18 anos sente que o seu coração está como Homs, a cidade onde nasceu: destruído. Os pais e o irmão morreram. Só lhe resta Layla, a sua cunhada grávida, que quer tanto proteger.
Sair do país parece ser a solução, mas Salama está tão ligada àquelas pessoas, à sua terra, onde, mais do que uma guerra, acontece uma revolução pela qual é preciso - e vale a pena - lutar. E Kenan, o rapaz de 19 anos que acaba de ali chegar, com os sonhos desfeitos e disposto a mostrar ao mundo o que se passa, pode ser mais uma grande razão para ficar. Porque a esperança é como os limoeiros em Homs: há-os em cada casa, em flor, e por mais que os tentem destruir, continuarão sempre a crescer.
Fantasma: Um livro que ainda te assombra.
É um livro que me "assombra" por ser um dos favoritos de sempre! Falo imensas vezes sobre ele sempre que alguém quer ler YA Contemporâneo! Mais um que deveria ser publicado cá!
Sinopse: A protagonista é Skye Shin, uma rapariga coreano-americana bissexual e gorda que quer fazer parte de um grupo de K-Pop e, por isso, decide participar num concurso de K-Pop. Ao longo do concurso, Skye irá enfrentar muitos preconceitos relativamente ao seu corpo, que em nada corresponde aos padrões de beleza da indústria de música coreana, mas Skye não desiste. Nem tudo é mau no concurso, pois é lá que conhece amigas fantásticas e um rapaz incrível, Henry Cho. Conseguirá ela ganhar o concurso, concretizar os seus sonhos e não ceder à pressão dos padrões de beleza tóxicos da sociedade?
Múmia: Um livro que preservarias ao longo do tempo.
No Meu Bairro é um livro repleto de ilustrações bonitas, poemas magníficos e mensagens maravilhosas e lindamente humanas. Perfeito para toda a gente e todas as idades!
Sinopse: As diferenças que unem: um livro sobre inclusão e diversidade
Este livro representa uma forma inspiradora de vida em comunidade. É um livro sobre ti e sobre todos nós. Uma abordagem cheia de poesia à diversidade, ao respeito pela individualidade e à aceitação.
Esta obra tem a missão de mudar os estereótipos que existem na sociedade e assume, com orgulho, a diversidade, tornando-a visível para que se possa, finalmente, normalizar.
Através de uma viagem pelas interrogações e vidas de doze crianças, fala-se de diversidade de género, familiar, racial ou de credo religioso, dando ferramentas a quem educa para abordar estes temas, cada vez mais presentes na vida das nossas crianças.
Os livros são a ferramenta ideal para a normalização de uma linguagem que represente de igual forma todas as pessoas.
Assim, pela primeira vez em Portugal, vamos assumir uma proposta do sistema gramatical neutro ELU.
Boneca arrepiante: Uma capa demasiado assustadora.
Acho que nunca vi uma capa demasiado assustadora por aí, mas gosto muito da capa de O Peso de Sangue, um dos lançamentos de novembro da Desrotina Editora! Já encomendei o livro e tudo!
Sinopse: Quando os residentes de Springville — os que ainda estão vivos — são questionados sobre o que aconteceu na noite do baile de finalistas, dizem todos o mesmo... Foi a Maddy.
Deslocada no liceu da pequena cidade da Geórgia, Madison Washington sempre foi alvo de chacota para os seus colegas, algo com que sofria em silêncio porque tinha problemas mais urgentes para resolver. Até à manhã em que uma chuva inesperada revela o seu segredo mais bem guardado: Maddy é negra. Tem-se feito passar por branca a sua vida toda, a mando do seu fanático pai branco, Thomas Washington.
Na sequência de um vídeo viral que revela as raízes racistas do Liceu de Springville, os líderes estudantis elaboram um plano para mudar a sua imagem: organizar o primeiro baile de finalistas conjunto entre alunos negros e brancos, como demonstração de união e tolerância. A popular delegada de turma, branca, convence o seu namorado, o incrível quarterback negro, a convidar Maddy para ir como seu par, deixando Maddy maravilhada com a possibilidade de, finalmente, ter uma vida normal.
Mas alguns dos seus colegas ainda não estão dispostos a deixá-la em paz. O que eles não sabem é que Maddy tem ainda outro segredo... um que lhes irá custar a vida a todos.
E que tenham um Dia das Bruxas fantástico e fantasmagórico!!!
Cá estamos nós para a última publicação sobre as novidades editoriais de outubro!
Primeiro, temos Enquanto o Fim Não Vem, de Mafalda Santos. "O inspetor Lobo quer descobrir quem matou Laura. Afonso quer que o deixem escrever o que ele gosta. Gabriela quer que o inspetor Lobo faça o seu trabalho e quer que Afonso escreva o que lhe pedem. Mas Laura continua morta, os pais dela pressionam as forças policiais, e é preciso apanhar o culpado. Ou será mais que um? que forças estranhas os rodeiam sem que deem por nada? Quando Afonso perde a namorada, Júlia, num horrível acidente, vê no luto a oportunidade que precisa para parar de escrever, sem ninguém contestar.
Se o leitor acha que já percebeu este livro, podemos afirmar, com toda a certeza, que não. Porque quando pensa que descobriu o que se passou, Mafalda Santos abre outra cortina com outra realidade, desafiando-nos. Mas quando o fim, finalmente, chegar, pode ter a certeza de que não passará despercebido."
Foi lançado pela Suma de Letras a 23 de outubro.
No mesmo dia, pela Companhia das Letras, foi publicado O que é Ser uma Escritora Negra Hoje, de Acordo Comigo, de Djaimilia Pereira de Almeida. "«Fosse eu minha trisavó, preta de carapinha dura, e o meu destino seria o chicote. Ser uma escritora negra hoje, de acordo comigo, uma mulher deste tempo, é escrever contra esse facto, carregando-o às costas, sem deixar que ele me tolha.» Escrever é-lhe essencial, é na escrita que se encontra, se define, se questiona, se apazigua, foi na página que descobriu poder ser o que antes lhe havia sido impossível ser plenamente. E, no entanto, a escrita, e ainda mais viver da escrita, ter-lhe-ia sido vedado, tivesse a escritora nascido décadas antes.
Numa reflexão pessoalíssima sobre o que é ser mulher, escritora e negra hoje, Djaimilia Pereira de Almeida, uma das mais destacadas vozes da literatura em língua portuguesa, encara a contradição que é, para uma escritora negra, viver no melhor dos tempos sem se deixar apanhar pela armadilha que esse privilégio pode encerrar.
É com liberdade que Djaimilia vai exercendo o chamamento que esteve vedado às mulheres da sua vida, como a incontáveis outras mulheres negras antes de si. É com consciência do passado e do presente que vai tacteando o espaço que existe no mundo de hoje para uma mulher negra que escreve."
A seguir, temos A Queda da Casa de Usher e Outros Contos, de Edgar Allan Poe. "Um jovem cavalheiro é convidado para a velha casa de um amigo de infância, Roderick Usher. A mansão parece concebida como cenário de um conto gótico, com a paisagem lúgubre que a rodeia, dois irmãos gémeos, o próprio Roderick e Lady Madeline, e doenças misteriosas que fazem parte da história familiar e que se manifestam em sensações sobrenaturais.
Todos os elementos do género parecem estar reunidos, e, no entanto, o suspense, o terror desta história deve-se à incerteza, pois não sabemos exactamente em que parte do mundo se situa e em que tempo decorre. Há também um lago perto do solar dos Usher, mas suspeitamos que está lá apenas para compor um final fatídico.
O conto foi publicado pela primeira vez na Burton’s Gentleman’s Magazine. Tornou-se uma das obras de Poe preferidas da crítica e a que o próprio autor considerava a mais conseguida das que escreveu. Esta edição reúne outros contos de Edgar Allan Poe, como Manuscrito Encontrado numa Garrafa, Ligeia, Uma Descida no Maelström e O Gato Preto."
Foi lançado pela Relógio D'Água a 24 de outubro.
A seguir, temos Atalanta, de Jennifer Saint. "Deixada na encosta de uma montanha, a indefesa Atalanta é deixada à mercê de uma mãe ursa e criada ao lado dos filhotes, sob o olhar protetor da deusa Ártemis.
Jurando que vai provar o seu valor ao lado dos famosos heróis da Grécia, Atalanta deixa a floresta para se juntar ao bando de argonautas de Jasão.
Mas poderá ela esculpir o seu próprio lugar nas lendas num mundo feito para homens?"
Foi publicado pela Editora Minotauro.
No dia 26, foi lançado, pela Aurora Editora, Escritores & Amores, de Lily King. "Recentemente saída de um relacionamento amoroso devastador, e de luto pela morte da mãe, Casey Peabody sente-se perdida. O romance que anda a escrever há seis anos não parece ir a lugar nenhum, ela vê as suas dívidas acumularem-se a cada mês que passa e, com trinta e um anos, todos os seus amigos estão a casar-se e a ter filhos, pelo que ela se sente cada vez mais desanimada e estagnada.
Uma escritora parada na vida. Dois homens que lhe oferecem caminhos.
É então que conhece Silas, gentil, bonito e interessado nela. Mas, apenas algumas semanas depois, Oscar, mais velho, mais fascinante e também mais problemático do que Silas, entra na sua vida, trazendo consigo os seus dois filhos. Casey fica dividida entre relacionamentos diferentes, que prometem futuros igualmente diferentes.
Ah, e ainda tem um livro para escrever…"
A Desrotina Editora também lançou dois livros ontem. Um deles foi Rapazes do Cemitério, de Aiden Thomas. "Yadriel evocou um fantasma e, agora, não consegue livrar-se dele. Quando a sua família conservadora latina tem problemas em aceitar o seu verdadeiro género, Yadriel está determinado a provar que é um verdadeiro brujo. Com a ajuda da sua prima e melhor amiga Maritza, decide realizar o ritual e parte em busca do fantasma do seu primo assassinado, Miguel, para o libertar.
No entanto, o fantasma que evoca é, na verdade, Julian Diaz, o bad boy que vive na escola, e Julian não está disposto a caminhar silenciosamente para a morte, mas sim determinado a descobrir o que lhe aconteceu e a resolver algumas pontas soltas antes de partir. Sem escolha, Yadriel concorda em ajudá-lo, para que ambos consigam o que querem.
Mas quanto mais tempo Yadriel passa com Julian, menos ele quer deixá-lo partir."
O outro livro foi Um Dote de Sangue, de S. T. Gibson. "Esta é a minha última carta de amor para vós, embora alguns lhe chamem uma confissão...
No limiar da morte, Constanta é salva por um estranho, misterioso e elegante homem que a transforma de uma filha do ferreiro de uma aldeia na Roménia medieval numa esposa perfeita de um rei imortal. No entanto, quando Drácula envolve uma mulher aristocrata e um ator sem dinheiro na sua teia de paixões e enganos, Constanta começa a perceber que o seu amado é capaz de feitos terríveis.
Aliando-se aos seus consortes rivais — a bela Magdalena e o brilhante Alexi —, Constanta começa a desvendar os segredos sombrios do marido, dando por si numa encruzilhada entre a liberdade e o amor.
Com a vida de todos os que ama em jogo, Constanta terá de escolher entre a sua própria liberdade e o amor pelo marido. Mas laços forjados através do sangue apenas podem ser quebrados pela morte.
Uma reimaginação lírica das noivas de Drácula, Um Dote de Sangue é uma história sobre desejo, obsessão e emancipação."
Passemos, agora, para dois livros que foram lançados noutros dias deste mês, mas que eu não pude registar. Temos, primeiro, Amo-te Mais do que te Posso Dizer, de A. M. McAndrew. "«Ela parece compreender, e toma-me nos braços, beija-me a boca, o pescoço, lambe-me a orelha, e brinca com o meu brinco. Somos tomadas pela urgência, pela ânsia do prazer. a conversa inacabada permanecerá inacabada, pelo menos esta noite.»
Entre festas glamorosas, vestidos brilhantes, mulheres poderosas e lobbies profissionais, Elena e Charlotte são o retrato de um casal perfeito, rodeadas de boa comida, boa bebida e amigos ricos como elas, com profissões importantes e preocupações políticas. A verdade, no entanto, é que nenhuma vida é perfeita.
A chegada de Alicia, uma nova aluna de doutoramento, à faculdade onde Charlotte ensina, irá abalar a vida de Elena de uma forma que ela nunca antecipou. A sua ciumenta mulher, sempre tão insegura, muda de repente, trocando-a por Alicia, jovem, livre e fascinada por Charlotte.
Neste arrebatador romance de estreia, A. M. MacAndrew aborda intimamente o amor profundo entre duas mulheres, a atração, o desejo e a fragilidade de todas as relações — mesmo quando há amor."
Foi publicado pela Topseller.
O outro livro é A Malnascida, de Beatrice Salvioni. "Com ecos de autores como Natalia Ginzburg, Alberto Moravia ou Elena Ferrante, eis a estreia fulgurante de uma escritora cuja mestria literária se dedica, neste romance, à procura da origem do mal e dos obstáculos à liberdade individual.
Monza, Itália, 1936. Francesca, de 13 anos, está nas margens do rio Lambro, vergada sob o peso de um homem morto que tentou violá-la. Maddalena, amiga de Francesca, sai da água e ajuda-a a livrar-se do corpo: escondem-no no meio de arbustos. Este momento é um marco inolvidável na relação entre as duas raparigas, que começa um ano antes, quando Francesca se deixa fascinar por aquela a quem todos chamam «a Malnascida»: uma rebelde de origens humildes e com estranhos poderes.
Contrariando a vontade da sua mãe, obcecada pelas convenções sociais burguesas, e ignorando os rumores que atribuem várias mortes à Malnascida, Francesca junta-se ao seu bando de amigos problemáticos, ávida por descobrir um modo de vida em absoluta liberdade. Entre as duas amigas, contudo, imiscui-se a guerra e o fascismo. Francesca e Maddalena terão de fazer uma difícil escolha: aliar-se contra a opressão social e a injustiça, ou deixar que o curso da História as separe para sempre.
A Malnascida é o elogiado romance de estreia da italiana Beatrice Salvioni, distinguido com o prémio literário Scuola Holden, criado pelo premiado escritor Alessandro Baricco. Uma inesquecível história de amizade e crescimento, sob o pano de fundo da Itália fascista."
Foi lançado pela Alfaguara.
E, por fim, o último livro que destaco este mês, Bunny, de Mona Awad. "Samantha Heather Mackey não poderia sentir-se mais estranha no seu pequeno e exclusivo programa de mestrado em Belas-Artes na Universidade Warren de Nova Inglaterra. Uma estudante bolseira que prefere a companhia da sua imaginação sombria à das pessoas, Samantha é repelida pelo resto das alunas do seu curso de escrita de ficção, um grupo de miúdas ricas e insuportáveis que se tratam umas às outras por Coelhinha, e agem e falam como se fossem uma só pessoa.
Tudo muda quando Samantha recebe um convite para o famoso Salão Salaz, pelo qual se vê inexplicavelmente atraída, o que faz com que deixe para trás Ava, a sua única amiga. À medida que mergulha nesse novo e sinistro mundo, as fronteiras da realidade começam a esbater-se.
Bunny é uma história de solidão e pertença, amizade e desejo, e sobre o fantástico e terrível poder da imaginação."
A Relógio D'Água lançará este livro no dia 31 de outubro.
Termino, assim, a terceira e última parte focada nos lançamentos de outubro. O que acharam destas novidades?
Vamos a mais uma publicação sobre as novidades literárias de outubro?
Primeiro, temos O Clube Sad Ghost, de Lize Meddings. "Esta é a história de um desses dias - daqueles tão maus que mal consegues sair da cama, quando é uma luta para saíres de casa, ou dos que gostarias de nunca ter vivido.
Mas mesmo os piores dias podem surpreender-te.
Numa festa lotada, um fantasma triste, perdido e sozinho vê outro fantasma triste na outra ponta da sala, e ambos decidem sair juntos.
O que acontece a seguir muda tudo. Porque naquela noite eles iniciam o Clube Sad Ghost - uma sociedade secreta para os ansiosos e sozinhos, um clube para todos aqueles que pensam que não têm onde pertencer."
Foi lançado ontem, dia 17, pela Edições Asa.
Ainda ontem, foi publicado, pela Casa das Letras, uma reedição de Kafka à Beira-Mar, de Haruki Murakami. "Kafka à Beira-Mar narra as aventuras (e desventuras) de duas estranhas personagens, cujas vidas, correndo lado a lado ao longo do romance, acabarão por revelar-se repletas de enigmas e carregadas de mistério. São elas Kafka Tamura, que foge de casa aos 15 anos, e Nakata, um homem já idoso que nunca recupera de um acidente de que foi vítima quando jovem, que tem dedicado boa parte da sua vida a uma causa - procurar gatos desaparecidos.
Neste romance os gatos conversam com pessoas, do céu cai peixe, um chulo faz-se acompanhar de uma prostituta que cita Hegel e uma floresta abriga soldados que não sabem o que é envelhecer desde os dias da Segunda Guerra Mundial.
Trata-se de uma clássica e extravagante história de demanda e, simultaneamente, de uma arrojada exploração de tabus, só possível graças ao enorme talento de um dos maiores contadores de histórias do nosso tempo."
Depois, temos o segundo volume de A Menina que Veio do Outro Lado, de Nagabe. "Não devia ser tocada por eles.
Quem tocou em Shiva foi um forasteiro - aquela mão não era a do Doutor. A possibilidade de a maldição transformar Shiva numa forasteira deixa a menina confusa e o Doutor petrificado… Mas qual o significado da palavra sussurrada pelo forasteiro nesse clima de caos pacífico: mãe?
Continua a história sobre dois seres - um, humano; o outro, não humano - e sobre as manhãs, as noites, a luz e as sombras em que se encontram."
É lançado hoje, dia 18, pela Editorial Presença.
No dia 19, a Singular, nova chancela da Porto Editora, irá publicar Não Deslize para a Direita, de L. M. Chilton. "A recuperar do desastroso final de um longo namoro, Gwen Turner está decidida a seguir em frente o mais depressa possível. O único problema? Cada homem que conhece na aplicação Connector é mais tóxico do que o anterior. Felizmente, pode sempre bloqueá-los e nunca mais pensar neles.
Até ao dia em que, numa visita à aplicação, faz deslizar para a direita o perfil de umserial killer,cuja verdadeira intenção é matar todos os homens com quem ela se encontrou. Desesperada por apanhar o assassino, Gwen vê-se em situações muito comprometedoras e não demora a perceber que qualquer pessoa pode ser o homicida..."
Também neste dia, a Porto Editora irá publicar A Lanterna das Memórias Perdidas, de Sanaka Hiragi. "Esta é a história de Hirasaka e do peculiar estúdio fotográfico onde trabalha, um local que é um ponto de transição entre a vida e a morte. Os «visitantes» de Hirasaka acordam no estúdio, onde são recebidos com uma chávena de chá, a par de uma inesperada novidade: acabaram de falecer. Antes de partirem para o Céu, terão de cumprir uma última tarefa: selecionar, de entre uma pilha de fotografias – testemunhos de toda a sua existência –, uma por cada ano de vida. Para além disso, têm a possibilidade de viajar no tempo, na companhia de Hirasaka, para capturar uma nova fotografia da memória mais especial, aquela que mais os marcou. No fim, o visitante assiste ao filme da sua vida, projetado por uma lanterna rotativa, cuidadosamente montada por Hirasaka. Completa-se assim o ciclo, antes da passagem em definitivo para a eternidade."
A seguir, temos O Indispensável de Mafalda, de Quino. "Mafalda, a irreverente e contestatária criança com angústias existenciais e defensora dos direitos humanos, é uma das personagens de banda desenhada mais acarinhadas de sempre.
Através da Mafalda e dos seus amigos, o inigualável cartoonista argentino Quino reflete com um humor crítico sobre política, economia e sociedade em geral.
Este livro reúne uma seleção das melhores tiras da Mafalda publicadas ao longo de dez anos agrupadas por temas.
No fim, encontra-se uma comovente e reveladora entrevista concedida por Quino ao jornalista italiano Rodolfo Braceli."
Será publicado pela Iguana a 23 de outubro.
Também a 23 de outubro, a TopSeller irá lançar A Sociedade Muito Secreta de Feiticeiras Invulgares, de Sangu Mandanna. "Mika encontrou a magia no lugar mais inesperado.
Mika Moon aprendeu desde cedo a esconder a sua magia, tentando passar despercebida e mantendo-se afastada das outras feiticeiras, para que os seus poderes não atraíssem atenções indesejadas. Depois de perder os pais quando era muito pequena, foi criada por uma série de amas e precetores, pelo que se habituou a cumprir regras e a passar a maior parte do tempo sozinha, a não ser nas reuniões esporádicas da Sociedade de Feiticeiras.
Até ao dia em que recebe uma mensagem com um pedido de ajuda: viajar até à misteriosa Casa de Nenhures, onde deverá ensinar três pequenas feiticeiras a controlar os seus poderes. Apesar de saber que está a quebrar todas as regras da Sociedade, Mika decide aceitar a proposta e acaba enredada na vivência extraordinária dos residentes, incluindo Jamie, um bibliotecário atraente e rabugento que a vê como uma ameaça à segurança das crianças.
Com o passar do tempo, Mika começa a sentir uma sensação de pertença, mas, quando a tranquilidade da Casa de Nenhures é ameaçada, ela terá de decidir se quer mesmo arriscar tudo para proteger o seu novo lar."
No dia 24, contaremos ainda com mais novidades, como Espero-te em Vénus, de Victoria Vinuesa. "Mia, de 17 anos, nasceu com um problema cardíaco. Não tem medo de morrer, mas sempre sentiu que algo a impedia de enfrentar o seu maior medo: procurar a sua mãe biológica em Espanha... até agora. Antes da sua próxima cirurgia, Mia decide que quer conhecer, de uma vez por todas, a pessoa que a abandonou. Kyle sempre foi a diversão em pessoa... mas isso mudou drasticamente com o acidente de carro que matou o seu melhor amigo. Desde então, debate-se com a culpa e está disposto a fazer qualquer coisa para escapar da sua realidade. Depois de uma reviravolta do destino, Mia e Kyle acabam por se conhecer e decidem viajar juntos para Espanha em busca das respostas para as questões que os atormentam... mas será que o universo os uniu para mudar em definitivo a forma como se sentem em relação à morte e, sobretudo, ao amor?»"
Será lançado pela IN.
De seguida, temos, da editora Levoir, A Árvore Despida, de Keum Suk Gendry-Kim. "Em 1950, quando rebentou a guerra da Coreia, Kyung tinha vinte anos e vivia em Seul com a mãe. Para sobreviver, trabalhava como vendedora numa loja do exército americano. Um dia, conheceu Ok Heedo, um pintor que tinha fugido do norte do país. Para alimentar a família, ele pinta retratos encomendados pelos soldados. Kyung apaixona-se imediatamente por este homem, tão diferente dos outros, tão talentoso. E acima de tudo este amor ajuda-a a esquecer a terrível tragédia que acaba de atingir a sua família... Infelizmente, Ok é casado e, muitos anos mais tarde, visita uma exposição póstuma dedicada a este pintor. O passado sombrio que ela julgava adormecido ressurge de repente. Assim, ela começa a escrever a sua história para se reconciliar com os fantasmas que a assombram.
Inspirado numa história verídica, The Naked Tree é adaptado de uma obra de culto da literatura coreana. Este romance gráfico de cortar a respiração retrata, com grande delicadeza e modéstia as perturbações profundas e por vezes invisíveis causadas pela guerra."
O último lançamento deste dia que eu destaco é Boy Parts - Partes Masculinas, de Eliza Clark. "O hobby favorito de Irina é encontrar homens não particularmente atraentes na rua, convencê-los a irem para sua casa e tirar-lhes fotografias explícitas em posições comprometedoras. Mas será que se fica por aqui?
Depois de iniciar uma licença sabática do bar onde trabalha - por ter sido agredida por uma cliente -, Irina é convidada a expor o seu trabalho numa galeria da moda em Londres, uma quebra da sua rotina de cinema extremo, drogas e álcool. Mas esta notícia vai fazer com que entre numa espiral autodestrutiva, que envolve a sua obsessiva melhor amiga e um jovem rapaz que chamou a sua atenção…
Uma sucessão de noites repletas de drogas, trocas de mensagens agressivas com a melhor amiga, sessões fotográficas de arrepiar e memórias obscuras, fazem com que Irina, e o leitor, tenha dificuldade em distinguir a realidade da ficção. Não é por acaso que Boy Parts é apelidado de American Psycho feminista.
Boy Parts é um incendiário romance de estreia que é, ao mesmo tempo, grotesco e hilariante e que explora sem medos a sexualidade e as relações dos dias de hoje."
A 26 de outubro, pela Bertrand Editora, teremos Alcateia, de Maria Teresa Maia Gonzalez. "O meu último apelido é Lobo. Sou Francisco Lobo, ando no 7º ano e o meu melhor amigo é o Girafa. Espera aí! Um lobo e uma girafa? Devem pensar que estou a gozar. Só-que-não. Agora a sério, o meu último apelido é mesmo Lobo, e o meu amigo é tão alto que todos lhe chamam Girafa. Mas que história é esta?
É a história de um grupo de lobos, sendo que tanto na escola como na vida há lobos maus e lobos bons. Uns falam e outros uivam. Uns zangam-se e outros protegem-se. Uns vivem isolados e outros em alcateia. Quais são os humanos e quais são os animais? Nem sempre se percebe, mas eu, o Girafa e a Leonor (uma rapariga mesmo fixe!) fizemos um trabalho para a escola sobre lobos e descobrimos a história incrível do lobo que se tornou amigo de Francisco de Assis. Andava o lobo a assustar os habitantes de uma aldeia quando São Francisco, conversando e arranjando-lhe comida, se tornou seu amigo, e o lobo deixou de ser perseguido, o que foi mesmo fixe! Achas possível sermos amigos de um lobo? Se não tens a certeza, lê a história desta Alcateia e depois decide. Enfim, esta é uma história de lobos, do Lobo e de um grupo fixe de amigos da escola.
E tu? Quem são os teus melhores amigos? Quem forma a tua alcateia?"
E há ainda mais lançamentos neste dia, mas têm de esperar pela próxima publicação!
O que acharam destas novidades?
Outubro tem sido um mês cheio de novidades relativamente mercado editorial português!
Em primeiro lugar, temos o Clube das Princesas Amaldiçoadas, de Lambcat. "Esta é a Gwendolyn — a prova viva de que as princesas nem sempre têm tudo. Embora viva num castelo e o seu pai seja o rei, Gwendolyn não é como as princesas dos contos de fadas e não é convencionalmente atraente.
Mas, certa noite, tropeça no mundo obscuro do Clube das Princesas Amaldiçoadas e a sua vida muda para sempre. Amaldiçoadas e marginalizadas, as princesas do clube são justamente as pessoas de que Gwendolyn precisa para lhe mostrar que, lá porque não se encaixa no molde, não significa que seja menos princesa."
Foi publicado a 3 de outubro, pela Edições Asa.
No mesmo dia, foi publicado Assassinato no Museu - Montgomery Bombom n.º1, de Alasdair Beckett King. "Muitas pessoas passam a vida inteira sem perceber que está a acontecer algo de errado ou desagradável; sem nunca terem experimentado aquela sensação de formigueiro nos dedos dos pés e de voltas no estômago, causada por um mistério que está prestes a ser revelado.
Mas não a Bela Montgomery - a melhor detetive do mundo. Não que alguém (além do avô Banks) tenha ouvido falar dela... Mas já devem ter ouvido falar do grande Montgomery Bombom, o senhor detetive bem vestido que (além da boina e bigode) parece suspeitamente com uma menina de 10 anos."
Foi lançado pela Oficina do Livro.
Ainda neste dia, a Dom Quixote publicou Dentes Brancos, de Zadie Smith. "Conheçam os Jones, os Iqbal e os Chalfen. Três famílias na etapa final do século XX, todos ingleses em vários graus e com as suas vidas interligadas a todos os níveis possíveis - pessoalmente, politicamente, historicamente, geneticamente.
De raças diferentes, de religiões diferentes e de diferentes lados da nunca esquecida barreira colonial, têm uma coisa em comum: um pequeno bairro no Norte de Londres onde todo o tipo de extremismo faz parte do quotidiano e os dilemas das gerações anteriores são obsessivamente remoídos pelo presente.
Atravessando todas as desgraças do século, passadas e presentes, a Ocidente e a Oriente - terramotos, nazis, motins, guerra, apocalipse e roubo de terras - Dentes Brancos é um romance inesquecível, a um tempo épico e cómico, sobre a Inglaterra multicultural."
Depois, temos Três Suecos na Montanha, de Lily Gold. "Três atraentes suecos. Uma mulher em fuga. Uma cabana isolada onde a temperatura pode aquecer rapidamente…
Daisy está em fuga. Os amigos e a família abandonaram-na, e o namorado persegue-a depois de uma atitude imperdoável. A única solução é afastar-se para umas férias forçadas na Suécia. No entanto, Daisy não contava com o alce que lhe destrói o carro… nem com o deus nórdico que a resgata.
O olhar azul e duro de Cole esconde um coração generoso e compassivo. E é por isso que decide dar abrigo a Daisy na cabana que partilha com Riven, o médico sereno e de comportamento irrepreensível, e Eli, o namoradeiro instrutor de esqui com um sorriso encantador e covinhas adoráveis.
Com uma tempestade a aproximar-se, a cabana é o único refúgio seguro. E entre uma fogueira crepitante e a proximidade forçada de três suecos deslumbrantes, amigáveis e que adoram partilhar, as coisas começam a aquecer rapidamente. Parece demasiado estranho para ser verdade. Ou demasiado bom?
No entanto, Daisy não é quem aparenta. Quando a sua verdadeira identidade for revelada, serão eles capazes de perdoar as mentiras? Ou irá o seu segredo sombrio e doloroso deitar tudo a perder?"
A Edições Chá dos Cinco lançou este livro a 4 de outubro.
E mais outros livros foram publicados também neste dia, como Beloved, de Toni Morrison. "Inspirado num caso ocorrido no Kentucky, em 1856, Beloved retrata o horror e a insanidade de um passado doloroso, numa época em que o país começa a confrontar-se com as feridas deixadas pela escravatura recém-abolida.
Sethe, ex-escrava, mata a sua própria filha, ainda bebé, para que esta escape ao destino indigno e atroz da servidão. Depois do gesto brutal e doloroso, consegue fugir para Cincinnati, no Ohio, onde, cheia de esperança, acredita que pode ter uma nova vida.
Porém, dezoito anos mais tarde, Sethe ainda não é verdadeiramente livre, e coisas horríveis começam a acontecer: a sua casa não só é assombrada pelas memórias torturantes do passado, como também pelo fantasma da bebé, que morreu sem ter nome e em cuja sepultura está gravada uma única palavra: «Beloved».
Considerado pelo New York Times um dos romances mais importantes do século XX e vencedor do prémio Pulitzer, Beloved, o mais aclamado romance de Toni Morrison, é um retrato realista e pungente da condição cruel e infame dos negros americanos durante o século XIX, narrado com extraordinário virtuosismo."
Foi publicado pela Editorial Presença.
A seguir, temos Um Amor Feliz, de David Mourão-Ferreira. "O único romance publicado (em 1986) por David Mourão-Ferreira recebeu o aplauso geral da crítica, tendo acumulado o Grande Prémio de Romance da Associação Portuguesa de Escritores, o Prémio de Narrativa do Pen Clube Português, o Prémio D. Dinis e o Prémio de Ficção do Município de Lisboa. Essa quase unanimidade foi confirmada por um amplíssimo número de leitores de consecutivas edições. Talvez pela ambiguidade do título, o livro abre-se a uma sedutora pluralidade de interpretações, todas elas deixadas em suspenso: o Amor Feliz será o que se concretiza na relação entre Fernão e Y? Entre o autor e a narratária? Ou antes com essa matéria mais carnalmente incorpórea, a feminina multidão das palavras, as que se entregam e as que se esquivam?"
A Assírio & Alvim lançou este livro no dia 4.
A mesma editora, no mesmo dia, publicou mais um livro deste autor, Gaivotas em Terra. "Quatro novelas lisboetas, quatro histórias em tempos e ambientes diversos da cidade. Gaivotas em Terra (1959) foi a primeira obra de ficção de David Mourão-Ferreira, que se revelou exímio na arte da narrativa curta, logo galardoada com o Prémio Ricardo Malheiros. Estes textos, imediatamente aplaudidos — Urbano Tavares Rodrigues saudou um mestre da técnica novelesca —, comunicam entre si, com personagens reencontradas em várias novelas, e desenvolvem-se como um grande romance sobre a capital. Gaivotas em Terra continua a prender-nos nas suas histórias de amor e desamor, numa certa percepção da realidade portuguesa e da História com maiúscula (Maria Lúcia Lepecki) e a deixar-nos, nas palavras de Bruno Vieira Amaral, posfaciador desta edição, súbditos do império do desejo."
O último lançamento deste dia que destaco é Crookhaven - Uma Escola para Ladrões, de J. J. Arcanjo, um autor luso-britânico.
"Gabriel, de 13 anos, é um carteirista brilhante, um talento que usa para encher a barriga e sobreviver. Até que, um dia, é apanhado. Mas, em vez de ser preso, é convidado pelo misterioso Caspian Crook a frequentar Crookhaven – uma escola para ladrões. Em Crookhaven, os alunos aprendem todo o tipo de truques, como arrombar fechaduras, falsificar e fugir. Tudo com a intenção de aldrabar os maus, ajudando os inocentes. Mas... será que podemos realmente confiar num ladrão? Com muitos mistérios para desvendar, o primeiro ano de Gabriel em Crookhaven será inesquecível..."
A 9 de outubro, a TopSeller publicou Olá, Linda, de Ann Napolitano. "Poderá o amor curar uma pessoa ferida? Uma história comovente sobre como é possível amar alguém, não apesar de quem a pessoa é, mas por causa disso mesmo.
William Waters cresceu numa casa silenciada pela tragédia, na qual os seus pais mal conseguiam olhar para ele, muito menos amá-lo; mas quando conhece a vivaz e ambiciosa Julia Padavano, é como se o seu mundo se iluminasse. E com Julia vem a sua família, pois ela e as três irmãs são inseparáveis: Sylvie, a sonhadora, é feliz com o nariz enfiado nos livros; Cecelia é um espírito livre, apaixonado pelas artes; Emeline cuida pacientemente de todos eles. Com os Padavanos, William experimenta um novo sentimento: ter um lar, pois cada momento naquela casa é repleto de caos amoroso.
É então que a escuridão do passado de William vem à tona, colocando em risco não apenas os planos cuidadosamente pensados por Julia para o futuro de ambos, mas também a inexorável devoção das irmãs umas pelas outras. O resultado é uma desavença familiar catastrófica que muda irremediavelmente as suas vidas.
Será a inabalável lealdade que outrora os ligava forte o suficiente para voltar a reuni-los quando é mais importante?"
No mesmo dia, foi publicado, pela Iguana, Mulher Vida Liberdade, de Marjane Satrapi. "Para marcar o aniversário da morte da iranaiana Mahsa Amini e o começo do movimento Mulher Vida Liberdade, um livro com a visão de dezassete ilustradores reconhecidos mundialmente e três especialistas sobre o Irão, sob a coordenação de Marjane Satrapi.
Em 16 de Setembro de 2022, Mahsa Amini, uma jovem estudante iraniana, foi detida e espancada até à morte pela polícia religiosa em Teerão. O seu único crime foi não usar o lenço imposto às mulheres pela República Islâmica. O destino desta mulher de 22 anos desencadeou uma onda de protestos sem precedentes que rapidamente se espalhou por todo o país.
Por ocasião do primeiro aniversário do movimento, Marjane Satrapi reuniu alguns peritos e cartoonistas. Juntos, querem mostrar o que não pôde ser fotografado ou filmado devido à censura."
Também no dia 9, a TopSeller lançou Maame, de Jessica George. "A história de crescimento e autodescoberta de uma mulher dividida entre duas culturas em busca do seu lugar no mundo.
Maddie está à espera de que a sua vida comece. Aos 25 anos, é a principal cuidadora do pai, que sofre de doença de Parkinson, enquanto a mãe se ausenta durante longos períodos no Gana. O seu emprego como assistente administrativa num teatro de Londres está a revelar-se um beco sem saída e Maddie está cansada de sentir que é a única pessoa negra em qualquer reunião de trabalho.
Quando a mãe anuncia que vai regressar a Londres durante um ano, Maddie aproveita para sair de casa e começar a fazer todas as coisas que as outras pessoas da sua idade já parecem dominar. Começa a partilhar um apartamento com duas outras raparigas, aceita sair à noite com as amigas, decide pedir mais responsabilidades no trabalho e lança-se no desconcertante mundo das aplicações de encontros amorosos.
Tudo parece estar a entrar nos eixos quando algo terrível acontece, obrigando Maddie a confrontar-se com a natureza pouco convencional da sua família e a complexidade de se sentir dividida entre dois países e duas culturas. Porém, é ao lidar com questões como o trauma, o racismo, a sexualidade e a saúde mental que Maddie tem a oportunidade de descobrir a sua própria força e a sua própria voz."
Ainda neste dia, a Fábula publicou O Fantasma de Anya, de Vera Brosgol. "Uma novela gráfica premiada para adolescentes desempoeirados, sem medo de fantasmas.
Um livro premiado que conta uma história repleta de segredos, reviravoltas e emoção. Anya é uma adolescente como tantas outras: sente dificuldade em integrar se no colégio por ter uma família imigrante, está descontente com alguns aspetos do seu corpo e tem um fraquinho por um rapaz que já tem namorada.
A queda num poço antigo e fundo vai trazer-lhe uma nova amizade bastante peculiar: o fantasma de Emily, uma rapariga que morreu há um século, que depressa se torna uma ajuda preciosa (e invisível) para o dia a dia de Anya. Até que começam a surgir problemas…
Novela gráfica premiada que conta uma história repleta de segredos, reviravoltas e emoção.
Apesar do seu mau-humor, inseguranças, fraquezas e sarcasmo, Anya conquistará leitores de todas as idades."
Ainda neste dia, a Booksmile lançou As Aventuras da Família Monstro N.º1 - A invenção desastrosa, escrito por Bruno Matos e ilustrado por Ana Valente. "A família mais monstruosamente fixe de sempre está de volta com novas peripécias numa nova coleção imperdível.
Junta-te à Vamp, ao Franko, ao Mumu, à Mamã Ogre e ao querido Flic em As Aventuras da Família Monstro... histórias repletas de magia, aventura e muito mistério, sempre com uma imensa dose de humor.
Ao apresentar a sua mais recente invenção na Feira Anual de Inventores Juniores de Monstrópolis, o Franko esperava tudo... menos que fosse roubada! A Família Monstro decide ir até aos Picos Gelados atrás do ladrão, mas a missão prova-se mais fria e difícil do que esperavam.
Os cinco aventureiros terão de lutar pela vida e ajudar dois povos inimigos a sobreviver enquanto enfrentam um monstro malvado e muito misterioso. O perigo está à espreita, mas a Família Monstro está pronta para a ação!
Desafia também os teus familiares e amigos, e divirtam-se!"
A E-Primatur, também no dia 9, lançou Cartas Portuguesas de Mariana Alcoforado, de Mariana Alcoforado e José António Falcão. "Passados 300 anos da morte da freira portuguesa mais famosa de todos os tempos, uma nova edição anotada das cartas que lhe foram atribuídas e que se tornaram uma das histórias de amor impossível mais famosas da literatura ocidental. Publicadas originalmente em 1669, estas cinco cartas de uma freira portuguesa destinadas ao seu apaixonado, um oficial francês, tiveram grande impacto na literatura europeia da qual a França era a porta-estandarte.
A investigação histórica que foi feita no decorrer de séculos e até aos nossos dias confirmou, por um lado, que a religiosa teria sido Mariana Alcoforado e, por outro, que o oficial francês seria o marquês de Chamilly, na época em Portugal com o contingente francês para apoiar as forças portuguesas que se opunham ao exército espanhol na luta pela Independência de Portugal. Mais tarde, a continuada investigação considerou mais provável que se tratasse de uma obra de ficção da autoria do editor original, mas inspirada em factos verídicos.
A verdade é que a incerteza se mantém e os factos históricos coincidentes mais contribuem para adensar o mistério. Aquilo de que não se duvida é da influência cultural e literária da obra na literatura europeia. Com efeito, as Cartas foram adaptadas diversas vezes ao teatro e ao cinema e são uma referência na literatura europeia e nas belas-artes.
Esta edição que agora se publica, no tricentenário da morte de Mariana Alcoforado, é acompanhada por um Estudo Histórico que recapitula precisamente todo este percurso de investigação e o impacto cultural da obra ao longo dos tempos."
A 10 de outubro, a IN publicou A Maldição do Beijo, de Erin Sterling, que também escreveu A Maldição do Ex. "Por vezes, o amor é demasiado mágico para ser ignorado. Gwyn Jones está perfeitamente feliz com a sua vida em Graves Glen: formou um novo e poderoso convénio com a mãe e a prima; gere uma loja de bruxaria de sucesso, a Something Wicked; e começou a orientar alguns bruxos jovens da cidade. À medida que o Halloween se aproxima, há apenas um problema - Llewellyn «Wells» Penhallow.
Wells veio para Graves Glen restabelecer a conexão da sua família com a cidade que fundaram, mas, ao mesmo tempo, para sair da sombra do pai, abrindo a sua própria loja, a Penhallow’s, mesmo em frente à Something Wicked. Quando a competição profissional entre Wells e Gwyn os leva a um beijo tórrido, decidem ficar longe um do outro, convencidos de que fora apenas um acaso mágico.
Mas quando algumas bruxas misteriosas e com intenções suspeitas chegam à cidade e os poderes de Gwyn começam a desaparecer, ambos têm de unir esforços para restaurar a magia de Gwyn, antes que seja tarde demais."
No mesmo dia, foi lançado, pela Gailivro, Anna K., de Jenny Lee. "Bem-vindo ao Upper East Side de Nova Iorque, onde reinam os privilégios, as festas e os escândalos. Anna K. conhece as regras de cor.
Bonita, rica e popular, ela tem o cuidado de manter imaculado o seu estatuto de namorada, filha e aluna perfeita. Mas um encontro casual, na estação Grand Central, com o famoso sedutor Alexia «Conde» Vronsky muda tudo.
Anna sabe que precisa de se manter afastada dele, mas às vezes o destino tem outros planos… Rapidamente, ela descobre que é impossível resistir-lhe, apesar das consequências.
Afinal, o amor verdadeiro nunca foi fácil."
A 12 de outubro, foi publicado um livro juvenil de autoria nacional. Em Benjamin e o Dragão Branco, de Luís M. Branco, "jamais alguém na região onde vivia Benjamin Dessel tinha passado na prova, o temível desafio que todos os jovens de doze anos enfrentavam, a fim de perceber se estavam destinados a unir-se a uma das fantásticas criaturas, os dragões. Benjamin achava impossível ser escolhido por um ovo de dragão. Mas aconteceu, e logo pelo ovo branco, o único.
Um dragão branco que achava exatamente o contrário.
O inesperado privilégio vai forçar o rapaz a fazer escolhas, empurrá-lo para perigos, obrigá-lo a vencer os Desafios do Dragão e a dominar poderes, as afinidades, para se ligar, definitivamente, ao novo companheiro, Togo. Forças misteriosas e negras, porém, sentindo-se ameaçadas, vão tentar impedir a todo o custo essa ligação.
Uma aventura que vai apaixonar e surpreender milhares de leitores."
E termino, assim, a primeira parte da lista das novidades de outubro. O que estão a achar deste mês até agora?
Pela primeira vez, participei num clube de leitura do Bookstagram português. Tem como nome "Agora é que te leio" e foi criado pela Lara, da página zon_aliteraria. O seu clube conta com muitos livros e anfitriões divididos em grupos no WhatsApp todos os meses. Em setembro, decidi participar em dois grupos, e o de Onde Crescem os Limoeiros, de Zoulfa Katouh, foi um deles. Deste modo, decidi que esta Batalha das Capas seria dedicada a este livro!
Sinopse: "Uma história de amor e perda.
Um país em plena revolução. Quanto estamos dispostos a pagar por aquilo em que acreditamos?
Quando os gritos pela liberdade se começam a ouvir na Síria, Salama está a estudar Farmácia. Por esses dias, ainda tem consigo os pais e o irmão mais velho, e há até um rapaz com quem se irá encontrar para falar de casamento.
Porém, de repente, a guerra civil instala-se no país e Salama vê-se no meio de um hospital onde cada vez mais pessoas chegam a precisar de ajuda. Agora voluntária, a jovem de 18 anos sente que o seu coração está como Homs, a cidade onde nasceu: destruído. Os pais e o irmão morreram. Só lhe resta Layla, a sua cunhada grávida, que quer tanto proteger.
Sair do país parece ser a solução, mas Salama está tão ligada àquelas pessoas, à sua terra, onde, mais do que uma guerra, acontece uma revolução pela qual é preciso - e vale a pena - lutar. E Kenan, o rapaz de 19 anos que acaba de ali chegar, com os sonhos desfeitos e disposto a mostrar ao mundo o que se passa, pode ser mais uma grande razão para ficar. Porque a esperança é como os limoeiros em Homs: há-os em cada casa, em flor, e por mais que os tentem destruir, continuarão sempre a crescer."
Comecemos pela capa portuguesa, que é a mesma da edição britânica.
Ilustração: David Curtis.
Capa maravilhosa! Mostra não só um dos grandes aspetos do livro, que é a relação amorosa entre Salama e Kenan, mas também conta com elementos da cultura síria. Além disso, o facto de o casal estar debaixo do limoeiro faz-me pensar numa mensagem de esperança. A árvore costuma ser o símbolo da vida. Para os sírios, o limoeiro é praticamente o símbolo da vida, da esperança, da perseverança deste povo. Uma capa muito bonita e bem conseguida.
A capa seguinte é da edição americana.
Ilustração: Sarah Baldwin.
Não é muito diferente da capa anterior, mas é interessante ver as decisões de cada editora sobre como captar a atenção do seu público-alvo. A editora britânica achou por bem colocar um casal na capa, enquanto a americana não fez isso. Continua a ser uma capa lindíssima e adorei como incorporaram o título na ilustração.
Depois, temos a capa alemã.
Designer: Frauke Schneider
Não sendo uma capa feia, parece-me que é uma capa que poderá ficar facilmente perdida entre outras numa livraria. Mas gosto do jogo entre as cores quentes e as frias, assim como a presença das silhuetas do casal. Colocaram, ainda, pássaros, talvez simbolizando a viagem, algo que é muito falado neste livro numa perspetiva dos refugiados de guerra.
Depois, temos a capa da Indonésia. Não só tem um estilo muito próprio e bonito, como mantém, e bem, a essência das primeiras capas do livro. Também gosto de como faz lembrar azulejos. Pelo menos, faz-me pensar nas pinturas nos azulejos.
A seguir, temos a capa italiana. Para mim, é a capa mais fraca e menos original. Não me diz nada sobre o livro, a não ser o facto de dar-nos a entender que tem alguma coisa a ver com uma personagem muçulmana. Mesmo assim, ainda colocaram os limoeiros. Não percebo a ideia de colocar um pequeno elemento decorativo na parte inferior da capa. Fica sem fazer grande sentido tendo em conta o caráter realista da fotografia. De qualquer forma, não é a pior capa alguma vez atribuída a um livro. Simplesmente, penso que poderiam ter feito mais e melhor.
E, finalmente, temos a capa da Sérvia. Não sei se gosto muito do estilo de ilustração da árvore, mas os restantes detalhes são muito bonitos. É mais uma capa que mantém a essência das primeiras, havendo, ainda, algo novo ao mesmo tempo.
E, para mim, a capa vencedora é... A capa portuguesa/britânica! Mas a capa da Indonésia ocupa, de forma esplêndida, o segundo lugar do pódio.