Fevereiro está quase a terminar, por isso, é uma boa altura para vermos o que foi lançado ao longo do mês em Portugal.
Primeiro, temos O Grande Armazém dos Sonhos, de Miye Lee. "Numa cidade misteriosa, escondida no subconsciente de cada um de nós, existe um grande armazém que vende sonhos para todos os gostos. Dia e noite, visitantes humanos e animais cruzam estas portas para comprar a sua próxima aventura. Cada andar é especializado num certo tipo de sonho: sonhos que apelam aos pequenos prazeres da vida ou a recordações de momentos especiais, sonhos nostálgicos sobre a infância, viagens maravilhosas ou comida deliciosa, sonhos que nos aquecem o coração ou sonhos inexplicáveis. Os sonhos nos quais damos por nós a voar estão quase sempre esgotados, e alguns visitantes procuram sonhos que permitem reencontrar aqueles que já não estão fisicamente entre nós.
Para Penny, que acaba de ser contratada para trabalhar no Grande Armazém dos Sonhos, esta é a oportunidade de uma vida. E à medida que vai descobrindo o dia a dia deste mundo extraordinário, vai também ligar-se a um conjunto de personagens inesquecíveis, desde logo o senhor DallerGut, o peculiar, mas sábio proprietário, Babynap, uma famosa criadora de sonhos, Maxim, um produtor de pesadelos, pois também os há, e os muitos clientes que sonham para sarar uma ferida, seja ela qual for, e para florescer na melhor versão de si próprios.
Com uma história inspiradora que deixará um sentimento reconfortante na mente dos seus leitores, O Grande Armazém dos Sonhos é o livro ideal para fazer uma pausa e respirar fora da realidade da vida quotidiana. Uma lição de sabedoria que celebra o poder misterioso dos sonhos, capazes de influenciar as nossas escolhas, mesmo que muitas vezes não o saibamos."
Foi lançado pela Bertrand Editora a 1 de fevereiro.
No mesmo dia, a mesma editora publicou O Clube de Leitura Antiguerra, de Annie Lyons. "Uma saga da Segunda Guerra Mundial, nostálgica e reconfortante, sobre a importância do espírito de comunidade durante tempos sombrios, com uma livraria nos subúrbios de Londres como pano de fundo.
Gertie e Harry conheceram-se numa livraria, e foi aí que se apaixonaram. Fundaram a Livraria Bingham em 1911, espaço que, rapidamente, se converteu numa referência local. Nem mesmo Gertie podia antever que, anos mais tarde, a Livraria Bingham se tornaria o último bastião de esperança para toda a comunidade…
Estamos em 1938 e, após a morte de Harry, Gertie Bingham entende que é chegado o momento de vender a preciosa livraria - a dor da sua perda é imensa. Contudo, à medida que o nazismo varre a Europa, há uma necessidade cada vez maior, pelo menos para alguns, de salvar o máximo de crianças judias, e Gertie é persuadida a juntar-se à rede. Quando Hedy Fischer cruza a sua porta, com uma pequena mala de viagem e poucas palavras de inglês, o mundo de Gertie transforma-se. Começa a guerra, que as duas vão enfrentar lado a lado.
A relação é tensa, no início, até que Gertie empresta a Hedy o seu exemplar de Jane Eyre, que lhe tinha sido oferecido por Harry no dia em que casaram. Forma-se então entre as duas uma ligação inscrita no amor pelos livros, e decidem formar o Clube de Leitura Antiguerra, fornecendo aos membros livros para que os leiam durante as investidas aéreas alemãs.
Todos partilham a guerra e as suas agruras durante meses, mas também autores e livros intemporais. Discutem tudo no abrigo da livraria - afinal de contas, um bom livro pode fazer maravilhas para animar pessoas de todas as idades e criar laços, mesmo nos momentos mais difíceis da História."
A 5 de fevereiro, a Secret Society lançou o tão aguardado Um Namorado para Levar, Please!, de Sher Lee. "O Dylan não tem uma vida fácil, entre ir às aulas e ajudar a tia no restaurante da família.
O Theo parece ter uma vida de sonho. É rico, giro, encantador e consegue tudo o que quer.
Os seus mundos são tão diferentes como o Sol e a Lua, mas quando se cruzam dá-se um eclipse.
O Theo decide ajudar o Dylan no restaurante e em troca só pede um favor: que ele seja o seu falso namorado e o acompanhe a um casamento.
No mundo de luxo, privilégio e dramas de gente rica, o romance entre os dois é suposto ser a fingir… até se tornar demasiado real.
Uma comédia romântica com um aspirante a chefe de cozinha que descobre que a receita para o amor é mais complicada do que parece e que, no meio de um falso namoro, pode haver sentimentos demasiado reais."
A 6 de fevereiro, pela editora IN, chegou a Portugal Empresto-te o Meu Coração, de Kasie West. "Wren salva cães, mas nunca tinha salvado um rapaz…
Habituada a que lhe digam que é obcecada por controlo, Wren não se importa com isso: a lista de regras que criou para si mesma ajuda-a a navegar pela vida. Contudo, quando um rapaz bonito, Asher, entra pela porta do café onde trabalha a sua melhor amiga, Wren resolve, pela primeira vez, ignorar as suas próprias regras.
Asher é fofo, inocente e dá os melhores abraços do mundo. Quando Wren se apercebe de que ele está a ser enganado por alguém com um perfil falso online, toma uma decisão tipicamente impulsiva: finge ser a rapariga com quem Asher tem trocado mensagens, para o salvar da tortura e humilhação a que o seu amigo Dale o quer submeter.
Não vai demorar muito até que Asher a faça quebrar ainda mais algumas das suas regras. o que irá acontecer quando ele descobrir que ela não é quem diz ser? Conseguirá perdoá-la? Wren não tem a certeza. Afinal, as regras existem por uma razão…"
No mesmo dia, a Levoir publicou Farsa de Inês Pereira, de Gil Vicente, adaptado por André F. Morgado e com ilustrações de Jefferson Costa. "Inês Pereira é uma jovem caprichosa, ambiciosa e emancipada, sabe ler e escrever, procura um marido que a faça feliz não ouvindo os concelhos que a mãe lhe dá, não quer ter uma vida submissa, acabando por se casar com o homem que quer, mas fica desencantada e desiludida, transformando-se na esposa infiel do segundo marido.
A Farsa de Inês Pereira ilustra o ditado "antes quero burro que me leve que cavalo que me derrube", de forma bastante caricata e viva."
No mesmo dia, a Guerra & Paz publicou Onde Está a Felicidade, de Camilo Castelo Branco. "Publicado por Camilo em 1856, Onde Está a Felicidade? é por vezes classificado como um retrato da sociedade portuguesa da época. De um lado, temos um rico proprietário, Guilherme, e do outro, a costureirinha de suspensórios de homens que é Augusta, cada um deles representando classes sociais opostas, revelando-se na trama um cortejo de ambições e de hipocrisia moral, com o dinheiro a ser um rio subterrâneo, cujo rumor ensurdece a trama passional.
Mas o verdadeiro tema de Onde Está a Felicidade? é outro, é o da insatisfação. O trio protagonista, Guilherme, Augusta e o poeta, exprime e testemunha uma profunda insatisfação existencial, insatisfação muito mais espiritual do que material. As questões materiais se não são negadas, são, no mínimo, secundarizadas, sendo a felicidade, o romance, a poesia e a literatura os motores de uma busca ética e estética que desemboca quase sempre no cepticismo, justificando o que, em O Penitente, Teixeira de Pascoaes escreveu sobre Camilo: a cara do autor de Onde Está a Felicidade? é muito mais a de Dostoévski do que a de Balzac ou Victor Hugo. Jorge de Sena resumiu assim este primeiro grande romance de Camilo: «Subtil complexidade.»"
A mesma editora, no mesmo dia, publicou Frankenstein, de Mary Shelley. "Foi no estranho ano de 1816, o ano sem Verão, que a escritora Mary Shelley, depois de um sonho - ou seria um pesadelo? -, deu vida ao terrível monstro de Frankenstein, a primeira obra de ficção científica da história. O livro chegou, em 1818, às livrarias e o mundo nunca mais foi o mesmo…
Frankenstein ou O Prometeu Moderno, simultaneamente um thriller gótico e um romance filosófico, conta-nos, através das cartas do capitão Robert Walton à sua irmã, a história do estudante Victor Frankenstein que, obcecado com a descoberta do segredo da criação da vida, cria um ser aterrador que acaba por abandonar à sua sorte. Solitário, incompreendido, maltratado e desprezado por todos, a criatura de Frankenstein lança-se numa jornada de busca por humanidade e amor, mas também de vingança contra o seu criador.
Esta luta entre um monstro e o seu criador, entre o normal e o estranho, entre aquilo que separa o ser humano e a sua criação tem sido longamente tratada pela cultura pop e é, hoje, com as questões em torno da inteligência artificial, mais actual do que nunca."
O último lançamento deste dia que destaco é Quero Comer o teu Pâncreas, de Yoru Sumino. "Sakura é uma rapariga popular e extrovertida. Mas há algo que ela mantém em segredo, algo de que apenas a sua família tem conhecimento: está a morrer de uma doença no pâncreas.
Acima de tudo, Sakura não quer que as pessoas passem a tratá-la de forma diferente, mas um dia a sua condição é descoberta por um colega de turma. Ele percebe que lhe resta pouco tempo de vida e ela fá-lo prometer não contar a ninguém. Sakura decide então tirar o melhor partido da situação e realizar os seus últimos desejos na companhia do rapaz, um introvertido e solitário amante de livros.
É assim que Sakura e o estudante dão por si a partilhar um segredo devastador. E o que resulta é uma amizade única, tão intensa quanto breve, tão poderosa como a própria vida."
Já no dia 7, a Editorial Presença lançou Uma Noite na Livraria Morisaki, de Satoshi Yagisawa. "Sim, devemos regressar onde fomos felizes. E à livraria Morisaki, lugar de histórias únicas, voltamos com Takako, para descobrir um dos romances japoneses mais mágicos do ano.
Estamos novamente em Tóquio, mais concretamente em Jimbocho, o bairro das livrarias, onde os leitores encontram o paraíso. Entre elas está a livraria Morisaki, um negócio familiar cuja especialidade é literatura japonesa contemporânea, há anos gerida por Satoru, e mais recentemente com a ajuda da mulher, Momoko. Além do casal, a sobrinha Takako é presença regular na Morisaki, e é ela quem vai tomar conta da livraria quando os tios seguem numa viagem romântica oferecida pela jovem, por ocasião do aniversário de casamento.
Como já tinha acontecido, Takako instala-se no primeiro andar da livraria e mergulha, instantaneamente, naquele ambiente mágico, onde os clientes são especiais e as pilhas de livros formam uma espécie de barreira contra as coisas menos boas do mundo. Takako está entusiasmada, como há muito não se sentia, mas… porque está o tio, Satoru, a agir de forma tão estranha? E quem é aquela mulher que continua a ver, repetidamente, no café ao lado da livraria?
Regressemos à livraria Morisaki, onde a beleza, a simplicidade e as surpresas estão longe, bem longe de acabar."
Ainda nesse dia, a mesma editora publicou outros dois livros, sendo um deles A Vida em Loop, de Lynn Painter. "Depois de viver o pior Dia dos Namorados da sua vida, Emilie Hornby refugia-se em casa da avó à procura de consolo. Acaba por adormecer no sofá e, quando acorda, percebe que está de volta a casa, à sua cama... e que é novamente Dia dos Namorados. E no dia seguinte? Outro Dia dos Namorados, igualmente horrível.
Emilie está presa numa espécie de loop temporal. E, enquanto não se liberta do pesadelo, tem de ver Josh, o namorado, traí-la dia após dia. Como se isto não bastasse, ainda se cruza a toda a hora, de forma quase sempre desastrosa, com Nick, o enigmático e deslumbrante parceiro das aulas de Química.
Quantas vezes pode uma rapariga ver a sua vida virada do avesso? E quando finalmente algo bom emerge destes dias terríveis, o que acontecerá a Emilie se o Universo deixar de lhe oferecer novos começos?"
A outra novidade é Só Posso Trair-te, de Ruta Sepetys. "Só os corajosos se atrevem a sonhar… e a escrever.
Roménia, 1989: Um rapaz é chantageado pela polícia secreta para se tornar informador. Cristian só tem duas opções: trair tudo em que acredita e desiludir os que ama ou usar a criatividade - e a escrita - para ajudar a derrubar o ditador.
Cristian tem 17 anos e um sonho: ser escritor. Cristian tem 17 anos e não pode sonhar: vive na Roménia, em 1989, num regime ditatorial, onde a liberdade não existe e a brutalidade destrói tudo. É neste ambiente de isolamento e medo que começa a ser chantageado pela polícia secreta para se tornar informador. Agora, está perante um dilema: trair tudo e todos ou enfrentar o regime, usando a criatividade e a escrita para derrubar o maior ditador da Europa.
Cristian vai arriscar tudo - a decisão está tomada. O seu objetivo é dar voz a quem não pode lutar, expor a verdade sobre o regime e mostrar ao mundo que chegou o momento de o seu país ser livre. Mas qual será o verdadeiro preço da liberdade? Que pode um rapaz de 17 anos, com o poder das palavras, realmente fazer?
Ruta Sepetys, autora multipremiada e mestre do thriller histórico YA com milhões de leitores em todo o mundo, escreveu um livro que mostra, de forma extraordinária, o valor da esperança que temos dentro de nós."
No dia 8, chegou a Portugal, pela Livros do Brasil, O Evangelho do Novo Mundo, de Maryse Condé. "Num domingo de Páscoa, um recém-nascido surge deitado sobre a palha, entre os cascos de um burro que o aquece com o seu bafo. «Um milagre! Aqui está uma dádiva de Deus que eu não esperava. Vou chamar-te Pascal», murmura a senhora Ballandra, a partir de então sua mãe adotiva. O bebé é muito belo, de pele morena, cabelos lisos e pretos, os olhos de um verde semelhante ao mar que rodeia o país. Mas esta beleza não é a única razão pela qual cresce a curiosidade geral e um rumor tenaz começa a ganhar cada vez mais terreno. Algo na história desta criança não é natural. Será Pascal, na verdade, filho de Deus? Qual a sua missão? Poderá ele mudar o destino dos homens, suavizar as suas dores e tornar o mundo mais justo? E o que indicará este evangelho do novo mundo acerca da nossa natureza e do nosso futuro? Distinguida em 2018 com o «Nobel alternativo», Maryse Condé revela nesta sua mais recente obra, escrita em homenagem a José Saramago, o estrondoso poder da imaginação que faz agitar consciências.
«Viste», prosseguiu o seu passageiro, «o que os homens fazem quando querem mudar o mundo a seu gosto? Acham que basta multiplicar as proibições, enquanto Deus, por seu lado, respeita sempre o livre-arbítrio de cada um; o maior presente que nos deu foi a liberdade.»"
Se não me engano, no dia 13, foi lançado uma edição revista de Oriente Próximo, de Alexandra Lucas Coelho. "«Oriente Próximo, o primeiro livro que publiquei, é um volume de não-ficção sobre Israel/Palestina, situado entre 2005 e 2007. Muito mudou desde então, e dramaticamente a 7 de Outubro de 2023, com o ataque do Hamas no Sul de Israel. Mas o que vivemos agora já se anunciava nestas páginas. Elas passam a guardar a origem do que está a acontecer e o que desapareceu entretanto. O mesmo livro, revisto quanto a redacção e paginação, agora com mapa e índice onomástico.
Termino a revisão ao voltar de um mês de reportagem na Cisjordânia Ocupada, no Estado de Israel e em Jerusalém. A Faixa de Gaza continua interdita a jornalistas de fora (com excepção dos inseridos nas forças israelitas, mediante censura), após mais de 100 dias de bombardeamentos que mataram dezenas de repórteres palestinianos. Mais de dois milhões de pessoas estão a morrer à fome, no meio de destroços e doença (incluindo cerca de 130 reféns israelitas). E o mundo continua incapaz de impor o cessar-fogo.
Uma tragédia sem precedentes. Em Israel/Palestina, mas também para o jornalismo, para as convenções e organizações de Direitos Humanos. Para a Europa, de que estas fronteiras são filhas. Para o que significa estar vivo em conjunto. O verso de Tom Waits que em 2007 escolhi para epígrafe parece fazer mais sentido do que nunca: Maybe God himself he needs all of our help.
Os direitos de autor relativos a esta edição foram já entregues à família do meu tradutor e anfitrião de muitas reportagens em Gaza, como as aqui publicadas.»"
De seguida, temos Jantar Secreto, de Raphael Montes. "Quatro amigos alugam um apartamento de luxo no Rio de Janeiro, no bairro de Copacabana, achando que têm o mundo inteiro a seus pés. Dante trabalha como vendedor numa livraria e estuda Gestão de Empresas; Leitão, um jovial hacker, prefere passar o tempo a relaxar com videojogos e a comer; Miguel, o mais sério do grupo, é estagiário de Medicina; e Hugo, um aspirante a cozinheiro, dono de uma vaidade ilimitada.
Porém, nada lhes corre como haviam planeado e acabam endividados. Para resolver o problema, começam a organizar jantares exclusivos... com uma ementa que ultrapassa, em muito, os limites do que podem ser considerados alimentos... E os quatro amigos rapidamente descobrem que, pobres ou ricos, negros ou brancos, velhos ou jovens, somos todos igualmente maldosos.
Com visitas a matadouros clandestinos, reuniões excêntricas e uma vertiginosa espiral de crimes, Jantar Secreto combina emoção e humor negro num enredo absolutamente hipnótico."
Foi lançado pela Cultura Editora a 20 de fevereiro.
No mesmo dia, a Aurora Editora publicou No Tempo das Cerejas, de Célia Correia Loureiro. "Um romance histórico profundo e apaixonante sobre a complexidade das relações humanas, que consolida Célia Correia Loureiro como uma voz surpreendente da nova geração.
Em 1947, Serafim Almeida - repórter em Londres e aspirante a novelista - regressa à Lisboa do pós-guerra e encontra uma metrópole vibrante. É então que recebe um convite inusitado de Irene Silva Vaz, uma cantadeira de fado com uma vida peculiar.
A curiosidade leva-o a percorrer Lisboa na companhia da fadista, enquanto esta procura expiar os seus fantasmas junto do velho repórter, pedindo-lhe que transforme as suas confissões num livro. Ao longo desse verão, Serafim ver-se-á enredado na sua teia intrincada de relatos de infância, de amores e ódios, de segredos familiares e, acima de tudo, da amizade tortuosa que Irene manteve com Helena Sousa - a costureira que parece assombrar todas as histórias da cantadeira."
No dia 21, a Manuscrito publicou Filhos da Chuva, de Álvaro Curia. "Em Domínio, a chuva não tem fim e os relógios pararam nas cinco da tarde. Numa terra sem tempo, as vidas andam todas desencontradas. Conhecedora dos hábitos de cada um, Muda percorre as ruas, carregada de sacos, distribuindo as compras e uma réstia de normalidade. Aguarda o momento em que se cruza com o filho, Amor, um jovem que vive aprisionado numa fábula que o padrasto lhe conta desde pequeno e que mudará a sua vida para sempre. Ao largo de Domínio está a Ilha da Fortaleza, onde encontramos Mãe, mulher possessiva, que nunca deixou Filho conhecer o mundo. Mas algo fará com que ele parta e o seu caminho se cruze com o de Amor. Poderá a decisão de um alterar a vida de todos?
Um romance em que a culpa e a obsessão andam de mãos dadas com o acaso e a coragem."
No mesmo dia, a Editorial Presença lançou Grão-Mestre do Demonismo n.º 1, de Mo Xiang Ton Xiu. "Chega finalmente a Portugal o maior fenómeno manhua do momento, campeão de vendas em todo o mundo.
Quando dois homens poderosos se encontram na vida e na morte, o resultado é… explosivo.
Temido e odiado pelas suas sinistras capacidades, Wei Wuxian, o grão-mestre do demonismo, foi aniquilado pelos clãs que se uniram para o destruir. Treze anos depois, Wei Wuxian renasce, por via de um jovem que sacrificou a sua alma num ritual proíbido. Agora, Wei Wuxian tem de procurar vingar aquele estranho que o trouxe de volta à vida - é isso ou arriscar a destruição da sua própria alma.
Porém, quando uma entidade maléfica emerge do caos, aparece também um rosto familiar do passado de Wei Wuxian - um poderoso praticante do demonismo, fulcral para apurar a verdade entre as tenebrosas mentiras que os rodeiam.
Com texto de Mo Xiang Tong Xiu, baseado no romance original, e ilustrada pelos Luo Di Cheng Qiu, esta é a série de manhua que já tem milhões de leitores em todo o mundo. Tu és o próximo?"
A 22 de fevereiro, foi lançado Um Preto Muito Português, de Telma Tvon. "Cabo-verdianos que vivem há muito em Portugal e neto de cabo-verdianos que nunca conheceram Portugal. Também é bisneto de holandeses que mal conheceram Portugal e de africanos que muito ouviram falar de Portugal. Vive em Lisboa, mas não é considerado alfacinha. Terminou a licenciatura na faculdade e vai trabalhar num call center, com outros negros e brancos, pobres e ricos. Budjurra faz parte de uma minoria que, lentamente, vai sendo cada vez menos minoria. É um preto português, muito português, que, ao longo do livro e das aventuras que relata, levanta questões relativamente a temas como racismo, discriminação, estereótipos, igualdade e humanidade, mas também música, rap, identidade - numa Lisboa morena e colorida que é necessário conhecer: «Posso dizer, sem qualquer orgulho, que sou um homem estranho. Tão estranho como a minha alma. […] E assim como os anos e meses fluem no meu espírito bom e impotente, continuo apenas mais um preto muito português.» Com a sua rara humanidade, Budjurra mostra-nos como se vive por dentro da invisibilidade da comunidade africana, como se lida com as narrativas falsas que a envolvem, como se sobrevive aos preconceitos e ao esquecimento."
No mesmo dia, a Desrotina lançou dois livros, sendo Noiva, de Ali Hazelwood, um deles. "Uma perigosa aliança entre um noiva vampira e um lobisomem transforma-se num amor de cravar os dentes.
Misery Lark, a única filha do conselheiro vampiro mais poderoso do Sudoeste, fugiu... outra vez. Mas os seus dias a viver anonimamente entre humanos estão a acabar-se, pois foi convocada para preservar a aliança de paz entre os vampiros e os seus inimigos mortais, os lobisomens. E não tem escolha além de se entregar a um casamento forçado.
Os lobisomens são impiedosos e imprevisíveis, e o seu alfa, Lowe Moreland, não é exceção. Governa a matilha com autoridade, mas fá-lo de forma justa. E é evidente, pela maneira como passa a seguir os movimentos de Misery, a sua noiva, que não confia nela. Se ao menos soubesse como está certo...
Misery tem as suas razões para aceitar este casamento por conveniência, razões que nada têm que ver com alianças políticas, mas com a única coisa com a qual se importa; e está disposta a fazer o que for preciso para recuperar o que é seu, mesmo que isso signifique uma vida solitária no território dos lobisomens... e sozinha com o lobo."
A outra novidade da Desrotina é Vê se Cresces, Eve Brown, de Talia Hibbert. "Eve Brown deverá pôr um bocado de ordem no seu caos e mostar a quem duvidou dela que estavam errados.
Eve Brown é uma autêntica confusão. Por muito que se esforce por fazer o de tentar. Mas quando o seu caos arruína um casamento dispendioso, os seus pais põem um travão. Está na altura de Eve crescer e mostrar o seu valor. Jacob Wayne tem tudo sob controlo. Sempre. Por isso, quando um tornado de cabelo roxo aparece do nada para fazer uma entrevista para o seu lugar de chef de cozinha, ele diz-lhe a dura verdade: não tem a mínima hipótese. Depois, ela bate-lhe com o carro - supostamente por acidente. Sim, claro.
Agora, com o braço partido, a sua pousada tem falta de pessoal e a imprevisível Eve anda por aí a tentar ajudar. Em pouco tempo, ela infiltra-se no seu trabalho, na sua cozinha e no seu quarto de hóspedes.
Jacob odeia tudo isso. Ou melhor, deveria. A caótica Eve é a sua némesis nata, mas quanto mais tempo estes dois inimigos passam juntos, mais a sua animosidade se transforma em algo diferente...
Vê se Cresces, Eve Brown é o último livro da série As Irmãs Brown. Na encruzilhada da vida, podemos cair de formas inesperadas. Às vezes, é um simples acidente de carro que nos faz cair e partir o braço. Outras vezes, é o coração que decide cair de amores, por quem menos esperamos."
Termino esta lista com um livro cuja data de lançamento não conheço, mas já foi publicado este mês. Estou a falar de Maus Hábitos, de Alana S. Portero. "Um desafio a corações empedernidos: assim é Maus Hábitos, a história lírica e feroz de uma menina presa num corpo de rapaz, desbravando o caminho rumo à sua identidade, à revelia de tudo e de si mesma.
«Eu, menina esperta, maricas encoberta, gaga, gorducha, com uma pala a cobrir-me o olho esquerdo e uns óculos maiores do que o desejável, era o oposto da imagem de uma pequena endiabrada […]. Quando os adultos olhavam para mim, achavam-me engraçada ou sentiam um pouco de pena, nada grave […]. Dava-me conta disso e aprendi a usá-lo a meu favor. Conseguia pensar em termos cruéis. A consciência de que necessitamos de um armário para nos escondermos torna-nos espertíssimos.»
Este romance leva-nos numa travessia pelo território mais íntimo da natureza humana — uma travessia da qual não saímos incólumes. Maus Hábitos é a história do encontro de uma pessoa consigo mesma, alguém que nasce no corpo errado, no lugar mais triste e sem futuro, num tempo desolado. Pela mão da protagonista, vamos até à sua infância em San Blas — um bairro operário suburbano e dizimado pela heroína nos anos oitenta —, passamos pela adolescência selvagem nas noites clandestinas de Madrid e chegamos ao raiar do milénio, quando a promessa de liberdade é soterrada por um episódio de insuportável violência. Contudo, das cicatrizes mais fundas há de emergir não a redenção, mas a esperança."
Foi publicado pela Alfaguara Portugal.
O que acharam das novidades deste mês?