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A Biblioteca da Daniela

A Biblioteca da Daniela

Fevereiro está quase a terminar, por isso, é uma boa altura para vermos o que foi lançado ao longo do mês em Portugal.

 

Primeiro, temos O Grande Armazém dos Sonhos, de Miye Lee. "Numa cidade misteriosa, escondida no subconsciente de cada um de nós, existe um grande armazém que vende sonhos para todos os gostos. Dia e noite, visitantes humanos e animais cruzam estas portas para comprar a sua próxima aventura. Cada andar é especializado num certo tipo de sonho: sonhos que apelam aos pequenos prazeres da vida ou a recordações de momentos especiais, sonhos nostálgicos sobre a infância, viagens maravilhosas ou comida deliciosa, sonhos que nos aquecem o coração ou sonhos inexplicáveis. Os sonhos nos quais damos por nós a voar estão quase sempre esgotados, e alguns visitantes procuram sonhos que permitem reencontrar aqueles que já não estão fisicamente entre nós.
Para Penny, que acaba de ser contratada para trabalhar no Grande Armazém dos Sonhos, esta é a oportunidade de uma vida. E à medida que vai descobrindo o dia a dia deste mundo extraordinário, vai também ligar-se a um conjunto de personagens inesquecíveis, desde logo o senhor DallerGut, o peculiar, mas sábio proprietário, Babynap, uma famosa criadora de sonhos, Maxim, um produtor de pesadelos, pois também os há, e os muitos clientes que sonham para sarar uma ferida, seja ela qual for, e para florescer na melhor versão de si próprios.
Com uma história inspiradora que deixará um sentimento reconfortante na mente dos seus leitores, O Grande Armazém dos Sonhos é o livro ideal para fazer uma pausa e respirar fora da realidade da vida quotidiana. Uma lição de sabedoria que celebra o poder misterioso dos sonhos, capazes de influenciar as nossas escolhas, mesmo que muitas vezes não o saibamos."

Foi lançado pela Bertrand Editora a 1 de fevereiro.

 

 

No mesmo dia, a mesma editora publicou O Clube de Leitura Antiguerra, de Annie Lyons. "Uma saga da Segunda Guerra Mundial, nostálgica e reconfortante, sobre a importância do espírito de comunidade durante tempos sombrios, com uma livraria nos subúrbios de Londres como pano de fundo.

Gertie e Harry conheceram-se numa livraria, e foi aí que se apaixonaram. Fundaram a Livraria Bingham em 1911, espaço que, rapidamente, se converteu numa referência local. Nem mesmo Gertie podia antever que, anos mais tarde, a Livraria Bingham se tornaria o último bastião de esperança para toda a comunidade…

Estamos em 1938 e, após a morte de Harry, Gertie Bingham entende que é chegado o momento de vender a preciosa livraria - a dor da sua perda é imensa. Contudo, à medida que o nazismo varre a Europa, há uma necessidade cada vez maior, pelo menos para alguns, de salvar o máximo de crianças judias, e Gertie é persuadida a juntar-se à rede. Quando Hedy Fischer cruza a sua porta, com uma pequena mala de viagem e poucas palavras de inglês, o mundo de Gertie transforma-se. Começa a guerra, que as duas vão enfrentar lado a lado.

A relação é tensa, no início, até que Gertie empresta a Hedy o seu exemplar de Jane Eyre, que lhe tinha sido oferecido por Harry no dia em que casaram. Forma-se então entre as duas uma ligação inscrita no amor pelos livros, e decidem formar o Clube de Leitura Antiguerra, fornecendo aos membros livros para que os leiam durante as investidas aéreas alemãs.

Todos partilham a guerra e as suas agruras durante meses, mas também autores e livros intemporais. Discutem tudo no abrigo da livraria - afinal de contas, um bom livro pode fazer maravilhas para animar pessoas de todas as idades e criar laços, mesmo nos momentos mais difíceis da História."

 

 

A 5 de fevereiro, a Secret Society lançou o tão aguardado Um Namorado para Levar, Please!, de Sher Lee. "O Dylan não tem uma vida fácil, entre ir às aulas e ajudar a tia no restaurante da família.
O Theo parece ter uma vida de sonho. É rico, giro, encantador e consegue tudo o que quer.
Os seus mundos são tão diferentes como o Sol e a Lua, mas quando se cruzam dá-se um eclipse.
O Theo decide ajudar o Dylan no restaurante e em troca só pede um favor: que ele seja o seu falso namorado e o acompanhe a um casamento.

No mundo de luxo, privilégio e dramas de gente rica, o romance entre os dois é suposto ser a fingir… até se tornar demasiado real.

Uma comédia romântica com um aspirante a chefe de cozinha que descobre que a receita para o amor é mais complicada do que parece e que, no meio de um falso namoro, pode haver sentimentos demasiado reais."

 

 

A 6 de fevereiro, pela editora IN, chegou a Portugal Empresto-te o Meu Coração, de Kasie West. "Wren salva cães, mas nunca tinha salvado um rapaz…

Habituada a que lhe digam que é obcecada por controlo, Wren não se importa com isso: a lista de regras que criou para si mesma ajuda-a a navegar pela vida. Contudo, quando um rapaz bonito, Asher, entra pela porta do café onde trabalha a sua melhor amiga, Wren resolve, pela primeira vez, ignorar as suas próprias regras.

Asher é fofo, inocente e dá os melhores abraços do mundo. Quando Wren se apercebe de que ele está a ser enganado por alguém com um perfil falso online, toma uma decisão tipicamente impulsiva: finge ser a rapariga com quem Asher tem trocado mensagens, para o salvar da tortura e humilhação a que o seu amigo Dale o quer submeter.

Não vai demorar muito até que Asher a faça quebrar ainda mais algumas das suas regras. o que irá acontecer quando ele descobrir que ela não é quem diz ser? Conseguirá perdoá-la? Wren não tem a certeza. Afinal, as regras existem por uma razão…"

 

 

No mesmo dia, a Levoir publicou Farsa de Inês Pereira, de Gil Vicente, adaptado por André F. Morgado e com ilustrações de Jefferson Costa. "Inês Pereira é uma jovem caprichosa, ambiciosa e emancipada, sabe ler e escrever, procura um marido que a faça feliz não ouvindo os concelhos que a mãe lhe dá, não quer ter uma vida submissa, acabando por se casar com o homem que quer, mas fica desencantada e desiludida, transformando-se na esposa infiel do segundo marido.

Farsa de Inês Pereira ilustra o ditado "antes quero burro que me leve que cavalo que me derrube", de forma bastante caricata e viva." 

 

 

No mesmo dia, a Guerra & Paz publicou Onde Está a Felicidade, de Camilo Castelo Branco. "Publicado por Camilo em 1856, Onde Está a Felicidade? é por vezes classificado como um retrato da sociedade portuguesa da época. De um lado, temos um rico proprietário, Guilherme, e do outro, a costureirinha de suspensórios de homens que é Augusta, cada um deles representando classes sociais opostas, revelando-se na trama um cortejo de ambições e de hipocrisia moral, com o dinheiro a ser um rio subterrâneo, cujo rumor ensurdece a trama passional.

Mas o verdadeiro tema de Onde Está a Felicidade? é outro, é o da insatisfação. O trio protagonista, Guilherme, Augusta e o poeta, exprime e testemunha uma profunda insatisfação existencial, insatisfação muito mais espiritual do que material. As questões materiais se não são negadas, são, no mínimo, secundarizadas, sendo a felicidade, o romance, a poesia e a literatura os motores de uma busca ética e estética que desemboca quase sempre no cepticismo, justificando o que, em O Penitente, Teixeira de Pascoaes escreveu sobre Camilo: a cara do autor de Onde Está a Felicidade? é muito mais a de Dostoévski do que a de Balzac ou Victor Hugo. Jorge de Sena resumiu assim este primeiro grande romance de Camilo: «Subtil complexidade.»"

 

 

A mesma editora, no mesmo dia, publicou Frankenstein, de Mary Shelley. "Foi no estranho ano de 1816, o ano sem Verão, que a escritora Mary Shelley, depois de um sonho - ou seria um pesadelo? -, deu vida ao terrível monstro de Frankenstein, a primeira obra de ficção científica da história. O livro chegou, em 1818, às livrarias e o mundo nunca mais foi o mesmo…

Frankenstein ou O Prometeu Moderno, simultaneamente um thriller gótico e um romance filosófico, conta-nos, através das cartas do capitão Robert Walton à sua irmã, a história do estudante Victor Frankenstein que, obcecado com a descoberta do segredo da criação da vida, cria um ser aterrador que acaba por abandonar à sua sorte. Solitário, incompreendido, maltratado e desprezado por todos, a criatura de Frankenstein lança-se numa jornada de busca por humanidade e amor, mas também de vingança contra o seu criador.

Esta luta entre um monstro e o seu criador, entre o normal e o estranho, entre aquilo que separa o ser humano e a sua criação tem sido longamente tratada pela cultura pop e é, hoje, com as questões em torno da inteligência artificial, mais actual do que nunca."

 

 

O último lançamento deste dia que destaco é Quero Comer o teu Pâncreas, de Yoru Sumino. "Sakura é uma rapariga popular e extrovertida. Mas há algo que ela mantém em segredo, algo de que apenas a sua família tem conhecimento: está a morrer de uma doença no pâncreas.

Acima de tudo, Sakura não quer que as pessoas passem a tratá-la de forma diferente, mas um dia a sua condição é descoberta por um colega de turma. Ele percebe que lhe resta pouco tempo de vida e ela fá-lo prometer não contar a ninguém. Sakura decide então tirar o melhor partido da situação e realizar os seus últimos desejos na companhia do rapaz, um introvertido e solitário amante de livros.

É assim que Sakura e o estudante dão por si a partilhar um segredo devastador. E o que resulta é uma amizade única, tão intensa quanto breve, tão poderosa como a própria vida."

 

 

Já no dia 7, a Editorial Presença lançou Uma Noite na Livraria Morisaki, de Satoshi Yagisawa. "Sim, devemos regressar onde fomos felizes. E à livraria Morisaki, lugar de histórias únicas, voltamos com Takako, para descobrir um dos romances japoneses mais mágicos do ano.

Estamos novamente em Tóquio, mais concretamente em Jimbocho, o bairro das livrarias, onde os leitores encontram o paraíso. Entre elas está a livraria Morisaki, um negócio familiar cuja especialidade é literatura japonesa contemporânea, há anos gerida por Satoru, e mais recentemente com a ajuda da mulher, Momoko. Além do casal, a sobrinha Takako é presença regular na Morisaki, e é ela quem vai tomar conta da livraria quando os tios seguem numa viagem romântica oferecida pela jovem, por ocasião do aniversário de casamento.

Como já tinha acontecido, Takako instala-se no primeiro andar da livraria e mergulha, instantaneamente, naquele ambiente mágico, onde os clientes são especiais e as pilhas de livros formam uma espécie de barreira contra as coisas menos boas do mundo. Takako está entusiasmada, como há muito não se sentia, mas… porque está o tio, Satoru, a agir de forma tão estranha? E quem é aquela mulher que continua a ver, repetidamente, no café ao lado da livraria?

Regressemos à livraria Morisaki, onde a beleza, a simplicidade e as surpresas estão longe, bem longe de acabar."

 

 

Ainda nesse dia, a mesma editora publicou outros dois livros, sendo um deles A Vida em Loop, de Lynn Painter. "Depois de viver o pior Dia dos Namorados da sua vida, Emilie Hornby refugia-se em casa da avó à procura de consolo. Acaba por adormecer no sofá e, quando acorda, percebe que está de volta a casa, à sua cama... e que é novamente Dia dos Namorados. E no dia seguinte? Outro Dia dos Namorados, igualmente horrível.

Emilie está presa numa espécie de loop temporal. E, enquanto não se liberta do pesadelo, tem de ver Josh, o namorado, traí-la dia após dia. Como se isto não bastasse, ainda se cruza a toda a hora, de forma quase sempre desastrosa, com Nick, o enigmático e deslumbrante parceiro das aulas de Química.

Quantas vezes pode uma rapariga ver a sua vida virada do avesso? E quando finalmente algo bom emerge destes dias terríveis, o que acontecerá a Emilie se o Universo deixar de lhe oferecer novos começos?"

 

 

A outra novidade é Só Posso Trair-te, de Ruta Sepetys. "Só os corajosos se atrevem a sonhar… e a escrever.

Roménia, 1989: Um rapaz é chantageado pela polícia secreta para se tornar informador. Cristian só tem duas opções: trair tudo em que acredita e desiludir os que ama ou usar a criatividade - e a escrita - para ajudar a derrubar o ditador.

Cristian tem 17 anos e um sonho: ser escritor. Cristian tem 17 anos e não pode sonhar: vive na Roménia, em 1989, num regime ditatorial, onde a liberdade não existe e a brutalidade destrói tudo. É neste ambiente de isol­amento e medo que começa a ser chantageado pel­a polícia secreta para se tornar informador. Agora, está perante um dilema: trair tudo e todos ou enfrentar o regime, usando a criatividade e a escrita para derrubar o maior ditador da Europa.

Cristian vai arriscar tudo - a decisão está tomada. O seu objetivo é dar voz a quem não pode lutar, expor a verdade sobre o regime e mostrar ao mundo que chegou o momento de o seu país ser livre. Mas qual será o verdadeiro preço da liberdade? Que pode um rapaz de 17 anos, com o poder das pa­lavras, realmente fazer?

Ruta Sepetys, autora multipremiada e mestre do thriller histórico YA com milhões de leitores em todo o mundo, escreveu um livro que mostra, de forma extraordinária, o valor da esperança que temos dentro de nós."

 

 

No dia 8, chegou a Portugal, pela Livros do Brasil, O Evangelho do Novo Mundo, de Maryse Condé. "Num domingo de Páscoa, um recém-nascido surge deitado sobre a palha, entre os cascos de um burro que o aquece com o seu bafo. «Um milagre! Aqui está uma dádiva de Deus que eu não esperava. Vou chamar-te Pascal», murmura a senhora Ballandra, a partir de então sua mãe adotiva. O bebé é muito belo, de pele morena, cabelos lisos e pretos, os olhos de um verde semelhante ao mar que rodeia o país. Mas esta beleza não é a única razão pela qual cresce a curiosidade geral e um rumor tenaz começa a ganhar cada vez mais terreno. Algo na história desta criança não é natural. Será Pascal, na verdade, filho de Deus? Qual a sua missão? Poderá ele mudar o destino dos homens, suavizar as suas dores e tornar o mundo mais justo? E o que indicará este evangelho do novo mundo acerca da nossa natureza e do nosso futuro? Distinguida em 2018 com o «Nobel alternativo», Maryse Condé revela nesta sua mais recente obra, escrita em homenagem a José Saramago, o estrondoso poder da imaginação que faz agitar consciências.

«Viste», prosseguiu o seu passageiro, «o que os homens fazem quando querem mudar o mundo a seu gosto? Acham que basta multiplicar as proibições, enquanto Deus, por seu lado, respeita sempre o livre-arbítrio de cada um; o maior presente que nos deu foi a liberdade.»"

 

Bertrand.pt - O Evangelho do Novo Mundo

 

Se não me engano, no dia 13, foi lançado uma edição revista de Oriente Próximo, de Alexandra Lucas Coelho. "«Oriente Próximo, o primeiro livro que publiquei, é um volume de não-ficção sobre Israel/Palestina, situado entre 2005 e 2007. Muito mudou desde então, e dramaticamente a 7 de Outubro de 2023, com o ataque do Hamas no Sul de Israel. Mas o que vivemos agora já se anunciava nestas páginas. Elas passam a guardar a origem do que está a acontecer e o que desapareceu entretanto. O mesmo livro, revisto quanto a redacção e paginação, agora com mapa e índice onomástico.
Termino a revisão ao voltar de um mês de reportagem na Cisjordânia Ocupada, no Estado de Israel e em Jerusalém. A Faixa de Gaza continua interdita a jornalistas de fora (com excepção dos inseridos nas forças israelitas, mediante censura), após mais de 100 dias de bombardeamentos que mataram dezenas de repórteres palestinianos. Mais de dois milhões de pessoas estão a morrer à fome, no meio de destroços e doença (incluindo cerca de 130 reféns israelitas). E o mundo continua incapaz de impor o cessar-fogo.
Uma tragédia sem precedentes. Em Israel/Palestina, mas também para o jornalismo, para as convenções e organizações de Direitos Humanos. Para a Europa, de que estas fronteiras são filhas. Para o que significa estar vivo em conjunto. O verso de Tom Waits que em 2007 escolhi para epígrafe parece fazer mais sentido do que nunca: Maybe God himself he needs all of our help.
Os direitos de autor relativos a esta edição foram já entregues à família do meu tradutor e anfitrião de muitas reportagens em Gaza, como as aqui publicadas.»"

 

 

De seguida, temos Jantar Secreto, de Raphael Montes. "Quatro amigos alugam um apartamento de luxo no Rio de Janeiro, no bairro de Copacabana, achando que têm o mundo inteiro a seus pés. Dante trabalha como vendedor numa livraria e estuda Gestão de Empresas; Leitão, um jovial hacker, prefere passar o tempo a relaxar com videojogos e a comer; Miguel, o mais sério do grupo, é estagiário de Medicina; e Hugo, um aspirante a cozinheiro, dono de uma vaidade ilimitada.

Porém, nada lhes corre como haviam planeado e acabam endividados. Para resolver o problema, começam a organizar jantares exclusivos... com uma ementa que ultrapassa, em muito, os limites do que podem ser considerados alimentos... E os quatro amigos rapidamente descobrem que, pobres ou ricos, negros ou brancos, velhos ou jovens, somos todos igualmente maldosos.

Com visitas a matadouros clandestinos, reuniões excêntricas e uma vertiginosa espiral de crimes, Jantar Secreto combina emoção e humor negro num enredo absolutamente hipnótico."

Foi lançado pela Cultura Editora a 20 de fevereiro.

 

 

No mesmo dia, a Aurora Editora publicou No Tempo das Cerejas, de Célia Correia Loureiro. "Um romance histórico profundo e apaixonante sobre a complexidade das relações humanas, que consolida Célia Correia Loureiro como uma voz surpreendente da nova geração.

Em 1947, Serafim Almeida - repórter em Londres e aspirante a novelista - regressa à Lisboa do pós-guerra e encontra uma metrópole vibrante. É então que recebe um convite inusitado de Irene Silva Vaz, uma cantadeira de fado com uma vida peculiar.

A curiosidade leva-o a percorrer Lisboa na companhia da fadista, enquanto esta procura expiar os seus fantasmas junto do velho repórter, pedindo-lhe que transforme as suas confissões num livro. Ao longo desse verão, Serafim ver-se-á enredado na sua teia intrincada de relatos de infância, de amores e ódios, de segredos familiares e, acima de tudo, da amizade tortuosa que Irene manteve com Helena Sousa - a costureira que parece assombrar todas as histórias da cantadeira."

 

 

No dia 21, a Manuscrito publicou Filhos da Chuva, de Álvaro Curia. "Em Domínio, a chuva não tem fim e os relógios pararam nas cinco da tarde. Numa terra sem tempo, as vidas andam todas desencontradas. Conhecedora dos hábitos de cada um, Muda percorre as ruas, carregada de sacos, distribuindo as compras e uma réstia de normalidade. Aguarda o momento em que se cruza com o filho, Amor, um jovem que vive aprisionado numa fábula que o padrasto lhe conta desde pequeno e que mudará a sua vida para sempre. Ao largo de Domínio está a Ilha da Fortaleza, onde encontramos Mãe, mulher possessiva, que nunca deixou Filho conhecer o mundo. Mas algo fará com que ele parta e o seu caminho se cruze com o de Amor. Poderá a decisão de um alterar a vida de todos?

Um romance em que a culpa e a obsessão andam de mãos dadas com o acaso e a coragem."

 

 

No mesmo dia, a Editorial Presença lançou Grão-Mestre do Demonismo n.º 1, de Mo Xiang Ton Xiu. "Chega finalmente a Portugal o maior fenómeno manhua do momento, campeão de vendas em todo o mundo.

Quando dois homens poderosos se encontram na vida e na morte, o resultado é… explosivo.

Temido e odiado pelas suas sinistras capacidades, Wei Wuxian, o grão-mestre do demonismo, foi aniquilado pelos clãs que se uniram para o destruir. Treze anos depois, Wei Wuxian renasce, por via de um jovem que sacri­ficou a sua alma num ritual proíbido. Agora, Wei Wuxian tem de procurar vingar aquele estranho que o trouxe de volta à vida - é isso ou arriscar a destruição da sua própria alma.

Porém, quando uma entidade malé­fica emerge do caos, aparece também um rosto familiar do passado de Wei Wuxian - um poderoso praticante do demonismo, fulcral para apurar a verdade entre as tenebrosas mentiras que os rodeiam.

Com texto de Mo Xiang Tong Xiu, baseado no romance original, e ilustrada pelos Luo Di Cheng Qiu, esta é a série de manhua que já tem milhões de leitores em todo o mundo. Tu és o próximo?"

 

 

A 22 de fevereiro, foi lançado Um Preto Muito Português, de Telma Tvon. "Cabo-verdianos que vivem há muito em Portugal e neto de cabo-verdianos que nunca conheceram Portugal. Também é bisneto de holandeses que mal conheceram Portugal e de africanos que muito ouviram falar de Portugal. Vive em Lisboa, mas não é considerado alfacinha. Terminou a licenciatura na faculdade e vai trabalhar num call center, com outros negros e brancos, pobres e ricos. Budjurra faz parte de uma minoria que, lentamente, vai sendo cada vez menos minoria. É um preto português, muito português, que, ao longo do livro e das aventuras que relata, levanta questões relativamente a temas como racismo, discriminação, estereótipos, igualdade e humanidade, mas também música, rap, identidade - numa Lisboa morena e colorida que é necessário conhecer: «Posso dizer, sem qualquer orgulho, que sou um homem estranho. Tão estranho como a minha alma. […] E assim como os anos e meses fluem no meu espírito bom e impotente, continuo apenas mais um preto muito português.» Com a sua rara humanidade, Budjurra mostra-nos como se vive por dentro da invisibilidade da comunidade africana, como se lida com as narrativas falsas que a envolvem, como se sobrevive aos preconceitos e ao esquecimento."

 

 

No mesmo dia, a Desrotina lançou dois livros, sendo Noiva, de Ali Hazelwood, um deles. "Uma perigosa aliança entre um noiva vampira e um lobisomem transforma-se num amor de cravar os dentes.

Misery Lark, a única filha do conselheiro vampiro mais poderoso do Sudoeste, fugiu... outra vez. Mas os seus dias a viver anonimamente entre humanos estão a acabar-se, pois foi convocada para preservar a aliança de paz entre os vampiros e os seus inimigos mortais, os lobisomens. E não tem escolha além de se entregar a um casamento forçado.

Os lobisomens são impiedosos e imprevisíveis, e o seu alfa, Lowe Moreland, não é exceção. Governa a matilha com autoridade, mas fá-lo de forma justa. E é evidente, pela maneira como passa a seguir os movimentos de Misery, a sua noiva, que não confia nela. Se ao menos soubesse como está certo...

Misery tem as suas razões para aceitar este casamento por conveniência, razões que nada têm que ver com alianças políticas, mas com a única coisa com a qual se importa; e está disposta a fazer o que for preciso para recuperar o que é seu, mesmo que isso signifique uma vida solitária no território dos lobisomens... e sozinha com o lobo."

 

 

A outra novidade da Desrotina é Vê se Cresces, Eve Brown, de Talia Hibbert. "Eve Brown deverá pôr um bocado de ordem no seu caos e mostar a quem duvidou dela que estavam errados.

Eve Brown é uma autêntica confusão. Por muito que se esforce por fazer o de tentar. Mas quando o seu caos arruína um casamento dispendioso, os seus pais põem um travão. Está na altura de Eve crescer e mostrar o seu valor. Jacob Wayne tem tudo sob controlo. Sempre. Por isso, quando um tornado de cabelo roxo aparece do nada para fazer uma entrevista para o seu lugar de chef de cozinha, ele diz-lhe a dura verdade: não tem a mínima hipótese. Depois, ela bate-lhe com o carro - supostamente por acidente. Sim, claro.

Agora, com o braço partido, a sua pousada tem falta de pessoal e a imprevisível Eve anda por aí a tentar ajudar. Em pouco tempo, ela infiltra-se no seu trabalho, na sua cozinha e no seu quarto de hóspedes.

Jacob odeia tudo isso. Ou melhor, deveria. A caótica Eve é a sua némesis nata, mas quanto mais tempo estes dois inimigos passam juntos, mais a sua animosidade se transforma em algo diferente...

Vê se Cresces, Eve Brown é o último livro da série As Irmãs Brown. Na encruzilhada da vida, podemos cair de formas inesperadas. Às vezes, é um simples acidente de carro que nos faz cair e partir o braço. Outras vezes, é o coração que decide cair de amores, por quem menos esperamos."

 

 

 

Termino esta lista com um livro cuja data de lançamento não conheço, mas já foi publicado este mês. Estou a falar de Maus Hábitos, de Alana S. Portero. "Um desafio a corações empedernidos: assim é Maus Hábitos, a história lírica e feroz de uma menina presa num corpo de rapaz, desbravando o caminho rumo à sua identidade, à revelia de tudo e de si mesma.

«Eu, menina esperta, maricas encoberta, gaga, gorducha, com uma pala a cobrir-me o olho esquerdo e uns óculos maiores do que o desejável, era o oposto da imagem de uma pequena endiabrada […]. Quando os adultos olhavam para mim, achavam-me engraçada ou sentiam um pouco de pena, nada grave […]. Dava-me conta disso e aprendi a usá-lo a meu favor. Conseguia pensar em termos cruéis. A consciência de que necessitamos de um armário para nos escondermos torna-nos espertíssimos.»

Este romance leva-nos numa travessia pelo território mais íntimo da natureza humana — uma travessia da qual não saímos incólumes. Maus Hábitos é a história do encontro de uma pessoa consigo mesma, alguém que nasce no corpo errado, no lugar mais triste e sem futuro, num tempo desolado. Pela mão da protagonista, vamos até à sua infância em San Blas — um bairro operário suburbano e dizimado pela heroína nos anos oitenta —, passamos pela adolescência selvagem nas noites clandestinas de Madrid e chegamos ao raiar do milénio, quando a promessa de liberdade é soterrada por um episódio de insuportável violência. Contudo, das cicatrizes mais fundas há de emergir não a redenção, mas a esperança."

Foi publicado pela Alfaguara Portugal.

 

 

 

O que acharam das novidades deste mês?

 

 

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A primeira Batalha das Capas de 2024 foca-se num dos mais recentes fenómenos da literatura coreana e um dos exemplos de como as editoras portuguesas, cada vez mais, apostam em obras de autores asiáticos. Tendo em conta o enorme interesse pela cultura coreana, mas também a falta da literatura deste país publicada em Portugal, espera-se por mais obras da Coreia do Sul nos próximos tempos. Até lá, temos, por exemplo, O Grande Armazém dos Sonhos, de Miye Lee.

Sinopse: Numa cidade misteriosa, escondida no subconsciente de cada um de nós, existe um grande armazém que vende sonhos para todos os gostos. Dia e noite, visitantes humanos e animais cruzam estas portas para comprar a sua próxima aventura. Cada andar é especializado num certo tipo de sonho: sonhos que apelam aos pequenos prazeres da vida ou a recordações de momentos especiais, sonhos nostálgicos sobre a infância, viagens maravilhosas ou comida deliciosa, sonhos que nos aquecem o coração ou sonhos inexplicáveis. Os sonhos nos quais damos por nós a voar estão quase sempre esgotados, e alguns visitantes procuram sonhos que permitem reencontrar aqueles que já não estão fisicamente entre nós.
Para Penny, que acaba de ser contratada para trabalhar no Grande Armazém dos Sonhos, esta é a oportunidade de uma vida. E à medida que vai descobrindo o dia a dia deste mundo extraordinário, vai também ligar-se a um conjunto de personagens inesquecíveis, desde logo o senhor DallerGut, o peculiar, mas sábio proprietário, Babynap, uma famosa criadora de sonhos, Maxim, um produtor de pesadelos, pois também os há, e os muitos clientes que sonham para sarar uma ferida, seja ela qual for, e para florescer na melhor versão de si próprios.
Com uma história inspiradora que deixará um sentimento reconfortante na mente dos seus leitores, O Grande Armazém dos Sonhos é o livro ideal para fazer uma pausa e respirar fora da realidade da vida quotidiana. Uma lição de sabedoria que celebra o poder misterioso dos sonhos, capazes de influenciar as nossas escolhas, mesmo que muitas vezes não o saibamos.

 

Que comece, então, a Batalha!

 

Primeiro, temos a capa portuguesa, que é a mesma da edição italiana. É uma capa um pouco escura, mas com um bom jogo de cores, desde os vários tons de roxo e cor-de-rosa até ao azul escuro, havendo, ainda, um amarelo chamativo. Gosto desta capa também devido à presença de gatos e de elementos da cultura coreana.

Design da capa: Chiara Brambilla

Ilustração da capa: ALE + ALE

 

 

Depois, temos a capa britânica (editora Wildfire), que era a que eu conhecia antes de o livro ser publicado cá. Também foi a capa que me fez colocar o livro na minha lista de livros a comprar/ler! Penso que passa melhor o ambiente fantasioso da história do que a capa portuguesa/italiana. É, também, curioso ver como as cores usadas são semelhantes às que estão na presentes na capa anterior, mas usaram outros tons e combinações que ficaram fenomenais.

 

 

A capa americana (editora Hanover Square Press) também é muito bonita! Não temos os roxos e rosas, mas um lindo jogo de vários tons de azul com amarelos e laranjas. Parece imitar a noite, uma fase dos nossos dias muito associada ao sonho. Portanto, é uma capa muito bem conseguida quanto a fazer passar a ideia de ser um livro sobre sonhos.

 

 

A capa coreana (editora 팩토리나인) não poderia faltar a esta batalha! Embora mantenha uma aura mágica, penso que é demasiado escura. Tendo em conta o que já vi do mercado editorial coreano, se o livro não fosse, de todo, conhecido, talvez ficasse perdido no meio de outras capas coloridas e claras presentes nas livrarias da Coreia do Sul. Apesar disso, não é, de todo, uma capa má. Na realidade, é interessante como estas cores mais escuras dão uma imagem mais sombria ao livro em comparação às capas anteriores.

 

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A próxima capa é da Indonésia (editora Baca). Demasiado simples e pouco interessante em comparação não só às restantes, mas também ao mundo maravilhoso que supostamente o livro tem segundo a sinopse. Mantém-se a ideia da loja, de armazém, mas é uma capa muito pobre em detalhes.

 

 

Já a capa polaca (editora Mova) está repleta de detalhes e dá-me a ideia de estarem em excesso. Estão muito amontoados na capa. Ou serão os traços da própria ilustração que passam essa ideia? Por exemplo, a capa britânica também tem imensos elementos, mas, para mim, não é tão confusa e demasiado cheia como esta. De qualquer forma, gosto muito das cores usadas e não deixa de ser uma ilustração magnífica.

 

 

A capa turca (editora Peta Kitap) também não é muito do meu agrado. Percebo a ideia, mas poderiam ter usado um edifício diferente. Não me faz lembrar uma loja ou um armazém. Também acho as cores mais pobres em relação às capas anteriores e os detalhes no centro do edifício não são tão ricos e interesseantes.

 

 

Temos, agora, a capa francesa (editora Picquier). É uma ilustração muito bonita e, ao contrário das outras, não temos um edifício, mas sim uma moça. Ainda assim, não me encanta tanto como as anteriores.

 

 

 

Por fim, vejamos a edição árabe (editora عصير الكتب للترجمة والنشر والتوزيع). Foge imenso aos conceitos das capas anteriores. Elogio as cores usadas, mas não gosto da ideia executada. Não é que a ilustração seja feia,  mas, colocando esta capa ao lado das outras, não me deixa fascinada.

 

 

 

Para mim, a capa vencedora é... Bem, é um empate entre as capas britânica e americana, estando a portuguesa em terceiro lugar. Em último, na minha opinião, fica a da Indonésia.

 

E vocês? O que acham destas capas?

 

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Antes tarde do que nunca! Sem mais demoras, aqui estão algumas novidades editoriais do primeiro mês de 2024!

 

Primeiro, temos O Rei de Foxglove, de Hannah Whitten, que é uma das minhas leituras atuais. "Uma jovem com o poder secreto de ressuscitar os mortos é atraída para o perigoso mundo da corte do Rei Sagrado, nesta fantasia gótica e romântica, da autora bestseller do New York Times, Hannah Whitten.

Aos treze anos, Lore escapou das garras de um culto perigoso nas catacumbas da cidade de Dellaire. E há uma década que tenta não ser encontrada. No entanto, não é tarefa fácil pois os seus poderes mágicos ligam-na à cidade. Valendo-se de muita astúcia, Lore sobrevive a traficar venenos para o grupo que a acolheu. Quando um trabalho corre mal e o seu poder é revelado, Lore é capturada pelos monges-guerreiros do Rei Sagrado. A jovem acredita que será condenada à fogueira, mas o Rei August tem outros planos. Nos confins do reino, aldeias inteiras morrem da noite para o dia. A jovem tem de usar a sua magia para descobrir o que se passa e quem é o responsável… se não quiser morrer.

Na corte do Rei Sagrado não se pode confiar em ninguém. Protegida por Gabriel, um duque que se tornou monge, e em constante conflito com Bastian, o excêntrico herdeiro do rei, Lore tem de lidar com intrigas e romances perigosos enquanto tenta sobreviver a uma sociedade corrupta e opulenta."

Foi publicado a 2 de janeiro pela Quinta Essência.

 

 

A seguir, temos In Memoriam, de Alice Winn. "Uma história de amor arrebatadora entre dois soldados na Primeira Guerra Mundial.

Estamos em 1914 e falar de guerra parece algo distante para Henry Gaunt, Sidney Ellwood e os restantes colegas de turma, instalados em segurança no seu idílico colégio interno no campo inglês. Aos dezassete anos, são demasiado jovens para se alistarem e, de qualquer modo, Gaunt trava a sua própria batalha privada - uma paixão que o consome pelo seu melhor amigo, o sonhador e poético Ellwood - sem fazer ideia de que Ellwood está apaixonado por ele, e sempre esteve. Quando a mãe alemã de Gaunt lhe pede para se alistar como oficial no exército britânico para proteger a família dos ataques anti-alemães, Gaunt alista-se imediatamente, aliviado por poder escapar aos seus sentimentos avassaladores por Ellwood.

A frente é terrível e, embora Gaunt tente dissuadir Ellwood de se juntar a ele no campo de batalha, este depressa se apressa a juntar-se a ele, estimulado pelo seu amor pelos heróis gregos e pela poesia romântica. Em pouco tempo, os seus colegas de turma seguem-lhe o exemplo. Uma vez nas trincheiras, Ellwood e Gaunt encontram momentos fugazes de consolo um no outro, mas os seus amigos estão todos a morrer, mesmo à sua frente, e a qualquer momento podem ser os próximos."

Foi lançado pela Casa das Letras no mesmo dia.

 

 

Depois, ainda no mesmo dia, também foi publicado, pela Edições Asa, Dia de Folga, de Dailygreens. "A história de um gestor de marketing Claude Shi que tem uma relação com um dos membros de sua equipa, Fei Hua!

O Chefe da Secção de Planeamento (às vezes muito exigente com a comida) está numa relação amorosa com o seu querido subordinado (do signo Gémeos)! O romance diário deles no escritório é, por vezes, doce, por vezes, um pouco ácido — os dois acompanham-se mutuamente durante todos os dias agitados de trabalho."

 

 

A 9 de janeiro, foi lançado, pela Levoir, A Árvore Despida, de Keum Suk Gendry Kim. "Em 1950, quando rebentou a guerra da Coreia, Kyung tinha vinte anos e vivia em Seul com a mãe. Para sobreviver, trabalhava como vendedora numa loja do exército americano. Um dia, conheceu Ok Heedo, um pintor que tinha fugido do norte do país. Para alimentar a família, ele pinta retratos encomendados pelos soldados. Kyung apaixona-se imediatamente por este homem, tão diferente dos outros, tão talentoso. E acima de tudo este amor ajuda-a a esquecer a terrível tragédia que acaba de atingir a sua família... Infelizmente, Ok é casado e, muitos anos mais tarde, visita uma exposição póstuma dedicada a este pintor. O passado sombrio que ela julgava adormecido ressurge de repente. Assim, ela começa a escrever a sua história para se reconciliar com os fantasmas que a assombram.

Inspirado numa história verídica, The Naked Tree é adaptado de uma obra de culto da literatura coreana. Este romance gráfico de cortar a respiração retrata, com grande delicadeza e modéstia as perturbações profundas e por vezes invisíveis causadas pela guerra."

 

 

De seguida, temos A Última Rosa de Xangai, de Weina Dai Randel. "Na Xangai de 1940, ocupada pelos japoneses, uma herdeira chinesa e um judeu refugiado apaixonam-se ao som da música… contra todas as expectativas. Contra todas as convenções.

Quando Shao Aiyi, uma jovem herdeira e dona de um popular e glamoroso antigo bar de Xangai, contrata Ernest Reismann, um judeu refugiado alemão, para ali tocar piano, estava longe de imaginar a caixa de Pandora que abriria. Ele vivia na miséria e tinha perdido toda a esperança, vagueando pelas ruas de uma Xangai ocupada pelos japoneses, em 1940 - até ela cruzar o seu caminho.

Aiyi é uma mulher um pouco fora do seu tempo, e a contratação de Ernest causa espanto entre os clientes do bar e a sociedade da época. Porém, é justamente o jazz daquele estranho que devolve ao bar de Aiyi a cor, a vida e o sentimento de outros tempos, de tal forma que o sítio se torna o mais procurado da cidade. Entre blues e outras sonoridades, Aiyi e Ernest rapidamente percebem que não é apenas a música que os une; as diferenças que os separam parecem ser inconciliáveis. e ela está comprometida com outro homem.

Enquanto a guerra toma conta do mundo, as vidas de Aiyi e Ernest afastam-se cada vez mais e ambos deparam com uma escolha terrível: sobreviver ou amar? Em breve, a resposta chega por meio de uma cadeia de acontecimentos que mudará os seus destinos para sempre.

Intemporal, romântica e dramática, esta é uma história de amor e redenção que já apaixonou milhares de leitores em todo o mundo."

Foi lançado pela Editorial Presença a 10 de janeiro.

 

 

A 11 de janeiro, a Aurora Editora publicou Este é o Meu Nome, de Chanel Miller. "E, por fim, às raparigas de todo o mundo, eu estou convosco. Nas noites em que se sentirem sozinhas, eu estou convosco. Quando duvidarem de vocês ou vos ignorarem, eu estou convosco. Lutei todos os dias por vocês. Por isso, nunca parem também de lutar. Eu acredito em vocês.

A justiça falhou-lhe.

A história de Chanel Miller revolucionou o mundo. Em 2015, Brock Turner foi apanhado em flagrante a abusar sexualmente de Miller no campus da Universidade de Stanford, na Califórnia, e condenado a apenas seis meses de prisão.
A leveza da pena e o testemunho poderoso de Chanel, visto e ouvido por onze milhões de pessoas em quatro dias, geraram uma onda de indignação global e vontade de ação imediata. A declaração foi lida no Congresso americano, motivou alterações na lei californiana e avaliações ao comportamento e decisão do juiz.

Ela recusou ser apenas mais uma estatística.

Este é o Meu Nome é uma memória íntima e emocionante, a denúncia de uma cultura patriarcal que favorece agressores e de um sistema de justiça criminal projetado para dececionar os mais vulneráveis.
Misturando dor, resiliência e uma grande sensibilidade, este cativante relato está destinado a tornar-se um clássico moderno, uma leitura essencial para inspirar a mudança e estender uma mão empática a todas as sobreviventes de agressão sexual.

E a sua voz ergueu um exército."

 

 

No mesmo dia, a Cultura Editora lançou Como Eu Era Antes, de Amber Smith. "Tudo o que Eden quer é distanciar-se do passado.

Eden sempre foi boa a ser boa. Gosta de livros, gosta de bandas. Tem jeito para muita coisa. É curiosa. Começar o ensino secundário não alterou nada disso nela. Era só mais um passo.

Porém, na noite em que o melhor amigo do irmão a viola, o mundo fica virado do avesso. O que antes era simples é agora complexo. Do que Eden gostava — de quem ela gostava — já não gosta, odeia. O que entendia como verdades parecem-lhe agora mentiras.

Sabe que deveria contar a alguém o que aconteceu. Mas não pode. Como solução, enterra o passado. Enterra o que era antes.

Mas Eden não conhece a força que traz escondida no coração.

A provocadora estreia da autora Amber Smith aborda os cortes profundos provocados pelo trauma, mas também a força de uma jovem que lida com as deceções e dores quase insuportáveis da adolescência."

 

 

A seguir, temos Este Livro Mata, de Ravena Guron. "Jess Choudhary frequenta um colégio interno de elite no qual reina a ordem e a excelência. Ou talvez não seja bem assim… Quando Hugh Henry Van Boren, um dos alunos mais populares, é encontrado morto, todos ficam obcecados com o caso. Mas é Jess quem dá por si no olho do furacão quando se descobre que Hugh foi assassinado da mesma maneira que a personagem de um conto que ela escreveu para uma aula.

Pouco depois, Jess recebe uma mensagem anónima a agradecer-lhe a inspiração. A jovem vê-se subitamente num beco sem saída. Pois embora conviva com algumas das pessoas mais privilegiadas do mundo, é aluna bolseira e um escândalo desta dimensão poderá pôr em risco o seu futuro. Para não falar da sua vida, já que está na mira de um assassino.

Entre a sociedade secreta de estudantes, a direção elitista da escola e a polícia, Jess está rodeada de inimigos, tendo poucos aliados em quem confiar. Mas o tempo está a esgotar-se, e ela sabe que, se não resolver este mistério, terá finalmente algo em comum com Hugh Henry.

Estarão ambos mortos."

A Edições Asa publicou este livro a 16 de janeiro.

 

 

A próxima novidade é Toda A Minha Raiva, de Sabaa Tahir. "De uma das autoras de literatura YA mais queridas da atualidade, Toda a Minha Raiva é um romance arrebatador e apaixonante sobre amor, arrependimentos antigos e perdão.

Salahudin e Noor são mais do que melhores amigos: enquanto emigrantes paquistaneses que cresceram juntos numa pequena cidade no deserto da Califórnia, entendem-se como ninguém e são quase como família. Mas uma discussão ocorrida no verão quebra o vínculo que havia entre eles.

Agora Sal debate-se por manter o motel da família a funcionar à medida que a doença da mãe, Misbah, se agrava e o pai afoga as mágoas no álcool. Já Noor vive uma situação delicada: trabalha na loja do tio e procura esconder-lhe os seus planos para ingressar na universidade e deixar Juniper para sempre.

Quando as tentativas de Sal para salvar o motel fracassam, ele e Noor vêem-se obrigados a questionar o valor da amizade e a encarar, de uma vez por todas, os fantasmas do passado..."

Foi lançado pela Kathartika a 18 de janeiro.

 

 

Neste dia, a Desrotina Editora publicou Ataque de Charme, de Alison Cochrun. "Uma comédia romântica espirituosa e encantadora que nos atinge diretamente no coração!

Dev Deshpande sempre acreditou em contos de fadas. Por isso, não é de admirar que se tenha tornado produtor de um reality show em que as celebridades procuram o parceiro perfeito. No trabalho, ele demonstra o seu sexto sentido e é como um Cupido com um laço. No entanto, na sua vida privada, nunca teve sorte. Até que o programa escolhe Charlie Winshaw, um jovem promissor da tecnologia, como protagonista.

Charlie está longe de ser o romântico Príncipe Encantado. Não acredita no amor verdadeiro e só aceitou participar no programa como um último esforço para recuperar a sua imagem. em frente às câmaras, é um desastre rígido e ansioso que não faz ideia de como sair com vinte mulheres na televisão. À medida que Dev luta para que Charlie se relacione com as concorrentes numa digressão mundial, eles começam a abrir-se um com o outro e Charlie descobre que tem melhor química com Dev do que com qualquer uma das participantes.

Mas até os reality shows têm um guião a seguir e, para serem felizes para sempre, terão de reconsiderar a história de amor que será contada."

 

 

Também neste dia, foi lançado, pela Cultura Editora, Leva-me a Qualquer Lugar, de Alice Kellen. "Léane é francesa, e Blake é inglês. Não são peças de puzzle que pareçam destinadas a encaixar-se. Mesmo quando o acaso os coloca no mesmo concurso de jornalismo promovido pela universidade, rapidamente concluem que nem sequer se suportam.

É fácil perceber porquê: ele valoriza os sonhos e ambições acima de qualquer outra coisa, e não está disposto a aceitar que algo se intrometa no caminho que quer seguir, nem sequer o sedutor sotaque de Léane. Ela, por sua vez, precisa do dinheiro do prémio, e usará todos os seus encantos para ganhar o tal concurso. Ambos estão dispostos a tudo, até a ignorar o magnetismo que gradualmente surge entre as suas estratégias e discussões.

Porém, quando o calor da atração atinge o ponto máximo, a frieza da realidade mostrará que, às vezes, os caminhos mais longos só podem ser percorridos com alguém que nos segure a mão."

 

 

No dia 22, foram publicados os primeiros livros da Secret Society, a nova chancela da Penguin! Um deles foi Guia para Lésbicas num Colégio Católico, de Sonora Reyes. "Um livro hilariante, vulnerável e honesto, sobre uma rapariga que aprende a celebrar o seu verdadeiro eu e sobre as alegrias de viver a sua verdade de forma livre e orgulhosa.

A Yami prefere ser conhecida pelo seu eyeliner perfeito e não por ser a única pessoa de origem mexicana no Colégio Católico cheio de pessoas brancas e ricas.

Depois de a sua ex-melhor amiga e ex-crush ter exposto a sua sexualidade perante toda a escola, a Yami tem as prioridades bem definidas no novo colégio: manter o irmão fora de problemas, deixar a mãe orgulhosa e, mais importante que tudo, não se apaixonar. Claro que ela nunca foi boa em nenhuma destas coisas, mas isso é um problema para a Yami do futuro.

A Yami do presente está determinada em ser hétero a todo o custo. O problema é que é difícil ser hétero quando a Bo, a única rapariga abertamente gay no colégio, é tão perfeita, inteligente e cute. Tão cute. A Yami não pode mesmo repetir os erros do passado e, definitivamente, não pode deixar que a sua mãe descubra que é gay."

 

 

O outro foi Eliza e os Seus Monstros, de Francesca Zappia. "«Desenhou tantos monstros que se tornou ela própria um monstro.»

Eliza é uma rapariga ansiosa, estranha e invisível. Mas ninguém sabe que online ela é LadyConstellation, a famosa criadora de O Mar Monstruoso, o webcomic mais popular do momento. É no mundo virtual que Eliza deixa os seus demónios pessoais tomarem a forma dos monstros que desenha. É ali que pode ser ela mesma.

A vida offline não lhe diz nada até conhecer Wallace, o mais famoso escritor de fanfiction do seu webcomic. Sem saberem a verdadeira identidade um do outro, começam lentamente a aproximar-se, unidos pelo mesmo fandom. Pela primeira vez, Eliza sente que o mundo real pode valer a pena…

A magia do fandom e das comunidades online, numa história que reflete sobre a descoberta da identidade, as questões de saúde mental e o enorme poder da imaginação para enfrentarmos os nossos demónios pessoais.

«As pessoas destroçadas não se escondem dos seus monstros. As pessoas destroçadas deixam-se ser devoradas.»"

 

 

A seguir, temos As Cinzas da Sra. Nash, de Sarah Adler. "Millicent Watts-Cohen tem uma missão, e quando prometeu à sua melhor amiga, uma idosa com quase cem anos, que a reuniria com a mulher por quem se apaixonou há quase oitenta anos, nunca imaginou que isso significaria viajar de Washington DC para Key West com três colheres de sopa dos restos mortais da Sra. Nash. Mas Millie está determinada a dar à amiga um «felizes para sempre» simbólico, antes que seja (realmente) tarde demais - e espera, também, assegurar-se, no processo, do poder duradouro do amor.

Só não esperava ter um companheiro de viagem vivo. Quando uma falha no sistema informático cancela todos os voos, Millie é forçada a ir à boleia com Hollis Hollenbeck, um conhecido dos tempos de faculdade do seu ex. À medida que vão sendo confrontados com pousadas peculiares, festivais absurdos em cidades pequenas e um veado com um desejo de morte, Millie começa a suspeitar de que o seu relutante companheiro de viagem pode gostar mais da sua companhia do que deixa transparecer. E quanto mais perto chegam do seu destino, mais Millie tem de admitir que, afinal, talvez esta viagem não seja apenas sobre a história de amor da Sra. Nash - talvez seja também sobre a sua própria história de amor."

A IN lançou este livro a 23 de janeiro.

 

 

Uma das novidades que marcou este mês foi Belladonna, de Adalyn Grace. "Espíritos inquietos que exigem vingança.

Sombras tão fascinantes quanto perigosas - e irresistíveis.

A morte persegue Signa: ficou órfã quando era bebé, sendo criada por uma sucessão de tutores mais interessados na sua fortuna do que no seu bem-estar, todos mortos prematuramente.

Aos 19 anos, resta-lhe uma excêntrica família de parentes que mora numa propriedade tão charmosa quanto sombria. O patriarca dos Hawthorne tenta esquecer a morte da mulher com grandes festas, enquanto a filha sofre de uma misteriosa doença e o filho se esforça para recuperar a reputação familiar.

Mas quando aparece um espírito atormentado que afirma ter sido envenenado, a jovem percebe que a família da qual depende está em perigo. Signa sabe que para descobrir o criminoso tem de fazer uma aliança com a Morte - uma fascinante e perigosa sombra que nunca a abandonou."

Foi publicado pela Clube do Autor a 24 de janeiro.

 

 

E, finalmente, temos Tisanas, de Ana Hatherly. "«O que me parece que ainda não foi publicamente dito é que estas pequenas narrativas, que pertencem à área do poema em prosa, têm o título de Tisanas porque considero que são infusões e não efusões.»

Estas Tisanas, pequenos poemas em prosa, foram um trabalho constante da vida literária de Ana Hatherly, iniciado em 1969. Durante a vida da autora, estes poemas conheceram várias publicações, sendo um grande número de novos poemas acrescentados e redigidos ao longo dos anos. A recolha que agora se apresenta tem por base a última revista pela autora, com um posfácio de Ana Marques Gastão."

Foi lançado pela Assírio & Alvim a 25 de janeiro.

 

 

 

Termino, desta forma, a publicação sobre os livros que foram lançados por editoras portuguesas no mês passado. Já compraram/leram algum?

 

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