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A Biblioteca da Daniela

A Biblioteca da Daniela

A primeira Batalha das Capas de 2024 foca-se num dos mais recentes fenómenos da literatura coreana e um dos exemplos de como as editoras portuguesas, cada vez mais, apostam em obras de autores asiáticos. Tendo em conta o enorme interesse pela cultura coreana, mas também a falta da literatura deste país publicada em Portugal, espera-se por mais obras da Coreia do Sul nos próximos tempos. Até lá, temos, por exemplo, O Grande Armazém dos Sonhos, de Miye Lee.

Sinopse: Numa cidade misteriosa, escondida no subconsciente de cada um de nós, existe um grande armazém que vende sonhos para todos os gostos. Dia e noite, visitantes humanos e animais cruzam estas portas para comprar a sua próxima aventura. Cada andar é especializado num certo tipo de sonho: sonhos que apelam aos pequenos prazeres da vida ou a recordações de momentos especiais, sonhos nostálgicos sobre a infância, viagens maravilhosas ou comida deliciosa, sonhos que nos aquecem o coração ou sonhos inexplicáveis. Os sonhos nos quais damos por nós a voar estão quase sempre esgotados, e alguns visitantes procuram sonhos que permitem reencontrar aqueles que já não estão fisicamente entre nós.
Para Penny, que acaba de ser contratada para trabalhar no Grande Armazém dos Sonhos, esta é a oportunidade de uma vida. E à medida que vai descobrindo o dia a dia deste mundo extraordinário, vai também ligar-se a um conjunto de personagens inesquecíveis, desde logo o senhor DallerGut, o peculiar, mas sábio proprietário, Babynap, uma famosa criadora de sonhos, Maxim, um produtor de pesadelos, pois também os há, e os muitos clientes que sonham para sarar uma ferida, seja ela qual for, e para florescer na melhor versão de si próprios.
Com uma história inspiradora que deixará um sentimento reconfortante na mente dos seus leitores, O Grande Armazém dos Sonhos é o livro ideal para fazer uma pausa e respirar fora da realidade da vida quotidiana. Uma lição de sabedoria que celebra o poder misterioso dos sonhos, capazes de influenciar as nossas escolhas, mesmo que muitas vezes não o saibamos.

 

Que comece, então, a Batalha!

 

Primeiro, temos a capa portuguesa, que é a mesma da edição italiana. É uma capa um pouco escura, mas com um bom jogo de cores, desde os vários tons de roxo e cor-de-rosa até ao azul escuro, havendo, ainda, um amarelo chamativo. Gosto desta capa também devido à presença de gatos e de elementos da cultura coreana.

Design da capa: Chiara Brambilla

Ilustração da capa: ALE + ALE

 

 

Depois, temos a capa britânica (editora Wildfire), que era a que eu conhecia antes de o livro ser publicado cá. Também foi a capa que me fez colocar o livro na minha lista de livros a comprar/ler! Penso que passa melhor o ambiente fantasioso da história do que a capa portuguesa/italiana. É, também, curioso ver como as cores usadas são semelhantes às que estão na presentes na capa anterior, mas usaram outros tons e combinações que ficaram fenomenais.

 

 

A capa americana (editora Hanover Square Press) também é muito bonita! Não temos os roxos e rosas, mas um lindo jogo de vários tons de azul com amarelos e laranjas. Parece imitar a noite, uma fase dos nossos dias muito associada ao sonho. Portanto, é uma capa muito bem conseguida quanto a fazer passar a ideia de ser um livro sobre sonhos.

 

 

A capa coreana (editora 팩토리나인) não poderia faltar a esta batalha! Embora mantenha uma aura mágica, penso que é demasiado escura. Tendo em conta o que já vi do mercado editorial coreano, se o livro não fosse, de todo, conhecido, talvez ficasse perdido no meio de outras capas coloridas e claras presentes nas livrarias da Coreia do Sul. Apesar disso, não é, de todo, uma capa má. Na realidade, é interessante como estas cores mais escuras dão uma imagem mais sombria ao livro em comparação às capas anteriores.

 

달러구트 꿈 백화점 - 예스24

 

A próxima capa é da Indonésia (editora Baca). Demasiado simples e pouco interessante em comparação não só às restantes, mas também ao mundo maravilhoso que supostamente o livro tem segundo a sinopse. Mantém-se a ideia da loja, de armazém, mas é uma capa muito pobre em detalhes.

 

 

Já a capa polaca (editora Mova) está repleta de detalhes e dá-me a ideia de estarem em excesso. Estão muito amontoados na capa. Ou serão os traços da própria ilustração que passam essa ideia? Por exemplo, a capa britânica também tem imensos elementos, mas, para mim, não é tão confusa e demasiado cheia como esta. De qualquer forma, gosto muito das cores usadas e não deixa de ser uma ilustração magnífica.

 

 

A capa turca (editora Peta Kitap) também não é muito do meu agrado. Percebo a ideia, mas poderiam ter usado um edifício diferente. Não me faz lembrar uma loja ou um armazém. Também acho as cores mais pobres em relação às capas anteriores e os detalhes no centro do edifício não são tão ricos e interesseantes.

 

 

Temos, agora, a capa francesa (editora Picquier). É uma ilustração muito bonita e, ao contrário das outras, não temos um edifício, mas sim uma moça. Ainda assim, não me encanta tanto como as anteriores.

 

 

 

Por fim, vejamos a edição árabe (editora عصير الكتب للترجمة والنشر والتوزيع). Foge imenso aos conceitos das capas anteriores. Elogio as cores usadas, mas não gosto da ideia executada. Não é que a ilustração seja feia,  mas, colocando esta capa ao lado das outras, não me deixa fascinada.

 

 

 

Para mim, a capa vencedora é... Bem, é um empate entre as capas britânica e americana, estando a portuguesa em terceiro lugar. Em último, na minha opinião, fica a da Indonésia.

 

E vocês? O que acham destas capas?

 

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