Elizabeth Adler queria, provavelmente, fazer muitas coisas em Casamento em Veneza. Por exemplo, primeiro, ela concentrou-se em algo muito característico dos seus livros: uma relação amorosa (ou mais do que uma). Depois, acrescentou descrições cinematográficas e agradáveis de destinos de sonho. Por fim, adicionou crimes e segredos. O resultado? Um autêntico desastre.
Eu era muito nova quando li, pela primeira vez, um romance desta autora. Lembro-me de ter gostado da sua escrita por ser leve e conter descrições extraordinárias de locais lindos, como Paris. Nesta segunda leitura, esse encanto que eu tinha desapareceu. A escrita é banal, sendo salva pelas descrições. O seu estilo não é nada de especial e não é capaz de nos prender facilmente à história. Ainda assim, é o único ponto mais ou menos positivo deste livro estúpido.
Estúpido, porque as personagens são, enfim, estúpidas. São pouco credíveis e muito irritantes, principalmente a protagonista, Precious Rafferty. A autora tentou criar uma mulher realizada por ter a sua própria loja de antiguidades em Paris e por fazer parte de uma família com um passado misterioso, mas não correu bem. É uma personagem muito pouco interessante que age de forma patética. Quando alguém me disser que não gosta de livros Young Adult porque não gostam de livros sobre adolescentes tolos, vou usar este livro como exemplo de que a literatura adulta está repleta de personagens tolas.
Mais nenhuma personagem se destacou. São todas vazias e desinteressantes. Os supostos mistérios que as envolviam não ajudaram, porque são igualmente desinteressantes.
O enredo, tal como as personagens, é uma seca. A protagonista facilmente apaixona-se por um homem que pensa que ela é muito rica. Ao saber que não é bem assim, ele abandona-a no dia do casamento. Tempos depois, ela conhece um homem um pouco melhor e apaixonam-se, mas o primeiro aparece novamente, porque uma familiar distante da protagonista conta-lhe a verdade sobre o mentiroso. E pronto. Só me lembro disto e já é o suficiente. Dá para ver que é um livro aborrecido.
Há quem diga que Adler é uma Agatha Christie moderna com toques de romance. Não acredito que são capazes de associar a Rainha do Crime a algo tão desastroso como este livro. Christie foi capaz de criar enredos e personagens atraentes. No Casamento em Veneza? Isso não acontece.
Em conclusão, e por não querer falar mais sobre este livro, Casamento em Veneza é uma perda de tempo, principalmente para quem espera ler algo com mistérios extraordinários e amores ardentes. Não aconselho esta leitura a ninguém, a não ser para futuros escritores que queiram saber como não se deve escrever um livro.
Classificação: 1/5 estrelas (só mesmo por causa das descrições dos cenários).