Opinião: Destemida, de Lesley Livingston

Destemida, de Lesley Livingston, é um romance histórico sobre gladiadoras no tempo de Júlio César. Seguimos Fallon, uma rapariga celta que espera pelos seus 17 anos para seguir os passos da irmã e ser uma guerreira autêntica. Contudo, é capturada e acaba por ter como patrono o próprio Júlio César. Para poder sobreviver, Fallon luta dentro e fora da arena, mas isso não a impede de ter sentimentos contraditórios quanto a Cai, um soldado romano. Irá ela conseguir voltar a ver a sua família, que outrora já tinha sido destruída por romanos?
Duas palavras que descrevem este livro: girl power. Não há dúvidas de que este romance, nesse aspeto, se destaca de entre tantos romances históricos onde a personagem principal feminina ou é uma pobre coitada que se baba por um homem de forma demasiado ingénua, ou é uma personagem demasiado vazia e parecida com tantas outras que vemos na ficção histórica. Aqui, as mulheres têm os seus próprios e diferentes pensamentos, reconhecem a sua força e o seu talento e não se sentem inseguras entre homens. As personagens femininas são resilientes, fortes e, como está na capa, destemidas, capazes de lutar pela sua própria sobrevivência. Fallon é um exemplo disso, nunca se esquecendo das suas origens e da sua essência. É uma guerreira com os seus objetivos bem traçados e que tenta sempre ir mais longe. Cai mostra como os homens podem e devem respeitar as mulheres como iguais. Nunca vê Fallon como inferior e fraca, respeitando-a. Digamos que, de certo modo, o livro apresenta mensagens feministas atuais, mas que até fazem sentido neste contexto histórico. Quanto à relação amorosa, esta não foi o ponto principal da história e ainda bem. Existe de uma forma estranha, isto é, acho que não era algo necessário a esta história. Penso que seria melhor se fosse apenas uma amizade.
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