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A Biblioteca da Daniela

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O Fabricante de Bonecas de Cracóvia narra a amizade entre um fabricante de bonecas que vive na Polónia e uma boneca, Karolina, que ganha vida na sua loja. Passa-se no ano de 1939, ou seja, durante a Segunda Guerra Mundial. Quando a ocupação nazi fica cada vez mais poderosa em Cracóvia, Karolina e o Fabricante decidem recorrer à magia para ajudarem os seus amigos judeus. Será um livro muito obscuro ou uma história esperançosa?


Este é o primeiro romance de R. M. Romero e, apesar de ter uma premissa linda e interessante, não me surpreendeu. Na realidade, desiludiu-me um pouco. O desenrolar da história é um pouco lento. A escrita, embora faça recordar os contos de fadas pela sua simplicidade e pelas descrições mágicas, não é extraordinária. Ainda assim, tem alguns aspetos positivos.


O primeiro elemento positivo deste livro é o paralelismo. Não seguimos apenas a vida do Fabricante enquanto alguém que vive numa cidade em guerra. Também temos capítulos sobre a vida cruel da boneca no seu mundo. Lá, os brinquedos andam a "morrer" e a ser capturados pelas ratazanas. É uma alegoria interessante sobre a Segunda Guerra Mundial e torna a história mais "bonita" e menos aterradora para um público mais jovem. Torna o livro um pouco mais leve, não escondendo as atrocidades da guerra e as suas consequências. É uma boa forma de dar a conhecer ao público infantojuvenil o quão horrível foi a Segunda Guerra Mundial.


O livro tem desenhos lindos.


De seguida, a inocência da boneca e das crianças com quem ela cria uma amizade é algo muito doce e inocente. A magia não está apenas presente nas características da boneca, mas também nesta pureza e ingenuidade que prevalecem num tempo marcado pelo preconceito e pela morte. Na página das dedicatórias, a autora escreveu: "Para as crianças que se perderam no Holocausto". É mesmo uma carta recheada de amor, de tristeza e de esperança para estas almas que partiram tão precocemente devido a pessoas maléficas que nunca souberam realmente o que é a bondade, a liberdade, a igualdade, o respeito e o amor. Esta história é uma homenagem amorosa a estas crianças e a todos os inocentes que muito sofreram nesta época sangrenta.



É um livro suficientemente bom para um leitor infantojuvenil. Não é assustador e ensina um pouco sobre estes anos terríveis. Contudo, para mim, e apesar de ter reconhecido os aspetos positivos mencionados acima, não foi marcante. Poderia ter havido mais qualquer coisa. Ou poderia ter sido feito de outra forma. Tem lições bonitas e importantes, a sua inocência é como um conforto, mas falta algo. A autora poderia ter explorado mais as nuances que apresentou, por exemplo. Os elementos de Fantasia poderiam ter sido outros. Já não é a primeira vez que leio uma história sobre brinquedos que agem como seres humanos e o seu mundo mágico. Na parte da Fantasia, este livro não foi nada inovador. Até fez-me lembrar o filme da Barbie sobre o Quebra-Nozes, em que os maus também são os ratos que querem fazer sofrer um mundo de brinquedos e doces.


Um outro exemplo dos muitos desenhos que o livro tem.


Concluindo, O Fabricante de Bonecas de Cracóvia é um livro sobre a Segunda Guerra Mundial que não esconde o ódio e o sofrimento que tanto marcam esta parte negra da História. Ao mesmo tempo, é uma história que tem alguma pureza e esperança. Contudo, desiludiu-me um pouco, pois a parte mágica do livro não foi muito interessante e "original". Apesar disso, recomendo este livro ao público mais jovem (entre os 11-13 anos, talvez).


Classificação: 3.5/5 estrelas.


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