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A Biblioteca da Daniela

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Um, Dó, Li, Tá, de M. J. Arlidge, é o primeiro livro de uma coleção de thrillers focada na detetive Helen Grace, que investiga casos muito macabros e perturbadores. Neste volume, há um caso muito chocante: alguém anda a raptar pares de pessoas. Sempre que as aprisiona num sítio com péssimas condições, o criminoso obriga-as a fazer uma escolha mórbida: matar para sair em liberdade ou ser morto. À medida que a investigação se desenvolve, Grace vai juntando as peças do puzzle e descobre quem está por detrás destes crimes horríveis e o motivo. Como lidarão os sobreviventes com o sentimento de culpa? Como irá a detetive resolver este caso que, na realidade, tem a ver com ela?


Comprei este livro numa altura de promoções. Já estava na minha wishlist há algum tempo, pois sabia que o escritor era também argumentista de séries televisivas e gostaria de ler mais livros de crimes. Como gosto de ver séries sobre detetives, decidi que deveria ler este livro. Li-o no verão. Gostaria de dizer que adorei imenso, mas não consigo.


É melhor começar pelos pontos positivos, como o estilo de escrita. É um estilo envolvente e e próprio de um thriller. Não é denso, as descrições não são escritas de forma abusiva e os capítulos são relativamente curtos. Portanto, em termos formais, o livro corresponde aos padrões do romance thriller. Não tenho muito mais a dizer acerca do estilo, pois, apesar destes aspetos positivos, não se destaca, não brilha. Não há muito para dizer.

detective wall
Fonte: Pinterest.

O enredo é do mais básico que há e é muito aplicado nas séries televisivas e nos filmes focados em crimes. Pessoas raptadas, raptor incrivelmente cruel e exploração da psicologia das vítimas. Penso que houve uma tentativa de ser um pouco como Mentes Criminosas, uma série de TV nuito focada no lado psicológico dos crimes. O autor explora imenso não só as mentes das vítimas, mas também as dos detetives. No entanto, mesmo nesses momentos, só vi clichés, coisas que já tinha visto em séries. Não inovou, praticamente. Ainda assim, fiquei surpreendida com a descoberta do criminoso e por ter uma forte ligação com a detetive, a personagem principal. Acho que esperaria algo assim num segundo ou terceiro livro, já que estamos a falar de uma coleção e, num primeiro livro, o leitor pode não criar grandes ligações com as personagens. Deste modo, surpreendeu-me com a escolha do criminoso e por a história dele estar estritamente conectada à da detetive.
Foi interessante ver uma detetive como protagonista. Com muitos segredos, vemos uma mulher muito profissional que, também, vive em sofrimento. Não é, contudo, a que mais gostei ou a que teve mais impacto em mim em comparação com outras histórias de crimes, quer as dos ecrãs, quer as dos livros.


Just a little bit of Kate Beckett's aesthetic, because it is so wonderfully perfect -  -  QOTD: do you prefer dress and heels or cleats and shorts?   AOTD: cleats and shorts anyday
Fonte: Pinterest.


Concluindo, Um, Dó, Li, Tá é um início seguro de uma coleção que pretende explorar o ser humano e a sua forma de pensar e agir perante situações de alto risco. Todavia, não traz quase nada de novo ao mundo ficcional dos crimes. Penso que será fascinante para quem não tem grandes conhecimentos de thrillers e policiais.. Para quem já leu livros ou já viu muitos filmes e séries de crimes, pode ser uma desilusão.

Classificação: 3/5 estrelas.