Como já disse por aqui, setembro é sinónimo de rentrée literária. Mas o que é isso? Bem, a rentrée literária coincide com o regresso às aulas. Aproveita-se esta fase para divulgar diversos lançamentos planeados para os restantes meses do ano. Algumas editoras, como a Leya, a Penguin e a Antígona, já anunciaram alguns títulos. Por isso, decidi selecionar os que me interessam mais!
Comecemos pelas chancelas da Leya. O grupo editorial enviou uma lista relativamente exaustiva aos seus leitores parceiros, como eu. Aqui estão os que entraram para a minha lista de leituras! Por acaso, serão todos lançados em outubro.
A Asa irá publicar O Deus da Floresta, de Liz Moore. Douglas Stuart, autor de Shuggie Bain, disse o seguinte sobre o livro: "Este relato fascinante do desaparecimento de uma criança transforma-se num profundo e intenso retrato de juventude, amizade, segredos de família e conflitos sociais. Inteligente e com um olhar atento aos pormenores, é uma armadilha brilhante cheia de segredos e mentiras”.
A Quinta Essência irá lançar O Café Pumpkin Spice, de Laurie Gilmore. "Quando a tia de Jeanie lhe oferece o adorado Café Pumpkin Spice na pequena cidade de Dream Harbor, Jeanie aproveita a oportunidade para recomeçar de novo longe do seu trabalho muito aborrecido. Logan é um agricultor local que evita a todo o custo os mexericos de Dream Harbor. Mas a chegada de Jeanie perturba a rotina de Logan e ele não quer ter nada a ver com a nova rapariga irritantemente alegre, exceto que se sente inexplicavelmente atraído por ela. Será que a atitude alegre de Jeanie vai conquistar o rabugento, mas super atraente Logan, ou será que esta rapariga da cidade encontrou a única pessoa na cidade que não se deixa encantar pelo seu charme, ou pelos seus cafés especiais?"
Mais uma vez, temos uma novidade da Asa. O seu título é Heartbreak Hotel e os seus autores são Micol Arianna Beltramini e Agnese Innocente. "Já quiseste desaparecer depois de alguém te partir o coração? O Hearthbreak Hotel sabe exatamente como te sentes e fará de tudo para mimar as tuas ilusões. Mas qual é o prazo de validade de um sonho? E quando tiveres de voltar à realidade, quem te irá ajudar a reparar os fragmentes do teu coração? Corações partidos, sejam bem-vindos ao HEARTBREAK HOTEL!"
Finalmente, agora da chancela Gailivro, iremos ter Gostava que Fosses Tu, de Eva Des Lauries. "Sete segredos à deriva para qualquer um encontrar. Sete confissões que podem levar ao amor… Ou ao desastre. Chegou o dia do evento Antes do Amanhecer, a noite épica passada a acampar na praia que dá as boas-vindas aos finalistas. A turma de finalistas segue a tradição de escreverem cartas pessoais para eles mesmos, sobre o que gostariam de fazer se fossem corajosos. Natalia abre o seu coração por completo… e Ethan também, assim como toda a turma. Agora, Ethan e Natalia são forçados a trabalhar juntos para encontrarem as cartas perdidas antes que os segredos sejam revelados, principalmente os seus. Sete confissões perdidas. Uma última oportunidade para que os dois amigos se apaixonem antes que amanheça."
Passemos, agora, para as chancelas do grupo Penguin.
A 7 de outubro, a Companhia das Letras irá lançar Não fossem as sílabas do sábado, de Mariana Salomão Carrara. "Ana fica sozinha, grávida, depois da morte acidental — e absurda — de André. Madalena, vizinha de Ana, fica também viúva, quando o seu marido morre no mesmo episódio que vitimou André. Uma tragédia súbita põe fim a duas famílias e a histórias de vida em comum. Mas, nessa tragédia, outra história começa: um acontecimento atroz revela-se capaz de unir as mulheres que lhe sobreviveram, num duro e terno embate de solidões. Neste romance magistral, distinguido com o Prémio São Paulo de Literatura 2023, Mariana Salomão Carrara consagra-se como uma das vozes mais extraordinárias da literatura brasileira atual. Uma narrativa íntima sobre luto, maternidade e recomeços, que assombra pela lucidez e comove pela universalidade."
Pela Penguin Clássicos, teremos, a 7 de outubro, António e Cleópatra, de William Shakespeare. "Na sequência da morte da sua mulher, Marco António é instado por Otávio a abandonar Alexandria e a sua amante, Cleópatra, e regressar de imediato a Roma. Aí chegado, para sanar o desentendimento entre os dois generais, é-lhe sugerido que case com a irmã de Otávio, o que espoleta a ira da rainha do Egito e alimenta uma sucessão de decisões trágicas para ambos. Levada à cena pela primeira vez em 1607, e baseada em acontecimentos verídicos narrados por Plutarco no século I, António e Cleópatra é um drama histórico em cinco atos em torno da queda de um general sem habilidade política e uma rainha com ambição."
Também desta chancela, a 4 de novembro, será publicado Metamorfoses, de Ovídio. "Narciso, Eco, Orfeu e Eurídice, Pigmalião, Dédalo e Ícaro inspiraram inúmeras obras de arte e são referências fundadoras e perenes da cultura ocidental. A imortal obra de Ovídio, traduzida a partir do latim em que foi escrita, envolve o leitor num universo de profunda beleza e encanto, cuja leitura nos abre a porta para a compreensão de tudo quanto se escreveu, pintou e musicou depois dela".
Agora, da Suma de Letras, a 23 de setembro, será lançado A Tua Melanina, de Stephanie Vasconcelos. "Margarida nasceu e cresceu no Estado Novo, mas tinha uma personalidade que não estava de acordo com os valores de então. Ela era livre, curiosa e não gostava que lhe dissessem o que podia ou não podia fazer. E foi assim que se apaixonou por Francisco, um angolano alto e elegante que foi parar ao Porto para jogar futebol nas Antas. E como eram ambos jovens, bonitos e não se enquadravam bem no lugar que a sociedade recortou para eles, envolveram-se com toda a paixão que os corpos jovens possuem. E dessa paixão nasceu um bebé, metade português, metade angolano, pele demasiado escura para Portugal, demasiado clara para Angola. Gabriel cresce solitário e sempre obediente e de cabeça baixa, ensinado por uma mãe que tem medo do racismo e da discriminação contra o filho. Esta é uma saga familiar parte autobiográfica, parte ficção, sobre o amor que não cura tudo, sobre identidade e busca pela felicidade."
Da TopSeller, a 21 de outubro, teremos Vamos Receitar-lhe Um Gato, de Syou Ishida. "Um gato por dia, não sabe o bem que lhe fazia! Enfiada num velho edifício ao fundo de uma viela de Quioto, a Clínica da Alma só pode ser encontrada por quem está a passar dificuldades na vida e necessita genuinamente de ajuda. E ainda que seja frequente ver os pacientes confusos com o ímpar tratamento proposto, a verdade é que, para aqueles que o cumprem, a experiência é profundamente transformadora, pois a misteriosa clínica prescreve simplesmente gatos como receita. É através do contacto com gatos — brincalhões, ternurentos e por vezes desafiantes — que um homem de negócios derrotado encontra subitamente a felicidade no trabalho físico, que uma menina aprende a orientar-se pelo labirinto dos grupos da escola primária, que um homem de meia-idade descobre que pode manter-se relevante tanto no trabalho como em casa, que uma dura designer de acessórios encontra o seu equilíbrio pessoal, e que uma geisha consegue finalmente ultrapassar a perda do seu gato bebé. O romance japonês bestseller, tão divertido quanto comovente, que se tornou uma sensação internacional com a sua encantadora celebração do poder da ligação entre humanos e animais, numa viagem de cura, autodescoberta e renovada esperança."
Desta mesma chancela, há duas novidades que já tinham sido anunciadas nas redes sociais, sendo uma delas Os Apanhadores de Bagas, de Amanda Peters, que será publicado a 4 de novembro. "Julho de 1962. Uma família Mi’kmaq da Nova Escócia chega ao Maine para colher mirtilos para o verão. Semanas depois, Ruthie, de quatro anos, a filha mais nova da família, desaparece. No Maine, uma jovem chamada Norma cresce como filha única de uma família rica. O seu pai é emocionalmente distante, a mãe, frustrantemente superprotetora. À medida que envelhece, lentamente percebe que há algo que os seus pais não estão lhe estão a contar. Nunca desistindo da sua intuição, Norma passará décadas a tentar descobrir esse segredo de família".
Ainda não tem capa portuguesa.
Ainda sem data, mas já com capa e títulos portugueses, teremos, pela TopSeller também, Jogos da Prisão: Chain‑Gang All‑Stars, de Nana Kwame Adjei‑Brenyah. "Loretta Thurwar e Hamara «Hurricane Staxxx» Stacker são as estrelas dos Jogos da Prisão, pilar do popular e controverso programa CAPE, cujo objetivo é gerar receitas milionárias no seio da indústria prisional privada, e no qual os prisioneiros viajam como elos de uma corrente do estabelecimento prisional a que pertencem, competindo com outros prisioneiros em combates até à morte, na busca da suprema recompensa: a liberdade."
No dia 4 de novembro, a Secret Society lançará Ascensão das Trevas, de C. S. Pacat. Ainda não temos a capa portuguesa, mas temos sinopse. "Will é um fugitivo, perseguido pelos assassinos que mataram a sua mãe. Mas é quando um ex-criado lhe conta que o seu destino é lutar ao lado dos Regentes, que Will é apresentado a um mundo mágico onde vai precisar de treinar para estar à altura do papel que terá de desempenhar na iminente guerra contra as Trevas. Uma história eletrizante, com reviravoltas chocantes, e personagens fascinantes. Nada é o que parece e as sombras vivem muito mais perto do que podes imaginar.
Escolhe o teu lado e prepara-te para a batalha."
Finalmente, passemos para a Antígona.
A 7 de outubro, será publicado A Corneta Acústica, de Leonora Carrington. "Dura de ouvido, nonagenária e vegetariana, Marian Leatherby é brindada com uma rica prenda: um aparelho auditivo oferecido pela sua amiga Carmella. E rapidamente se apercebe dos planos que a família lhe destina: um bilhete (só de ida) para um lar de terceira idade, cristão e patrocinado por uma marca americana de cereais de pequeno-almoço. Provavelmente a heroína de maior longevidade na história da literatura, esta anciã empoderada não está pelos ajustes e trata de desfiar críticas à hipocrisia político-social reinante. Em suma, com uma intriga que alia, previsivelmente, mitologia céltica, contos de fadas e fisioterapia,A Corneta Acústica (1974) é «uma utopia pós-apocalíptica, em que um grupo de anciãs — auxiliadas por um chinês, um carteiro-bardo imortal, uma alcateia e uma lobimulher — recupera o Santo Graal, para instaurar uma nova ordem, baseada no respeito por todas as criaturas» (Diana V. Almeida)."
No mesmo dia, também será publicado Retrato Huaco, de Gabriela Wiener. "Em Retrato Huaco (2021), nome dado a estatuetas de cerâmica que representavam fielmente rostos indígenas e, dizia-se, capturavam as suas almas, mesclam-se uma história de família e reflexões sobre o colonialismo. Quando a autora se passeia por uma sala de um museu parisiense e depara com uma colecção doada no século XIX por um antepassado austríaco – Charles Wiener –, descobre o seu rasto de violência e pilhagem, e um filho bastardo, que deu origem à linhagem peruana da autora. Esta perturbadora herança familiar e colonial faz Gabriela Wiener investigar a sua genealogia, a história de dois continentes, e abordar, com um humor corrosivo, relações de parentesco nas quais colonizadores e colonizados se fundem."
A 4 de novembro, teremos Rifqa, de Mohammed El-Kurd. "Rifqa, palavra árabe que significa bondade e gentileza, era o nome próprio da avó de Mohammed El-Kurd, à qual ele dedica o seu primeiro livro de poesia. Sobrevivente da Nakba, o êxodo forçado do povo palestiniano em 1948, e refugiada na sua própria terra, esta resistente, «mais velha do que Israel», é aqui evocada como símbolo do combate contra a opressão e o colonialismo. Com uma escrita despojada, mas pungente e politicamente comprometida, El-Kurd transmite-nos o sentimento de um povo em luta pela sua terra e memória, que é também a história da família do poeta."
Ainda não há capa portuguesa.
E, por fim, a 18 de novembro, iremos ter A Pequena Comunista que Nunca Sorria, de Lola Lafon. "A Pequena Comunista que Nunca Sorria (2014) leva o leitor até aos Jogos Olímpicos de Verão, em Montreal, onde, em 1976, uma frágil adolescente de 14 anos obtém um dez perfeito em ginástica artística. Fascinada pela história da criança-mito Nadia Comaneci e imaginando os seus pensamentos e emoções nos anos subsequentes, quando um jornal francês declarou «a rapariga tornou-se mulher; a magia desapareceu», Lola Lafon cria um romance inspirado sobre uma infância sacrificada, uma adolescência comprometida, o tratamento da figura feminina pela comunicação social e pela sociedade e um ideal de perfeição que só a custo da sanidade mental é suportado pelo corpo."
Termino, assim, a publicação de hoje. O que acham destes próximos lançamentos?
