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A Biblioteca da Daniela

A Biblioteca da Daniela

É verdade que já não faço uma Batalha destas há muitos meses. Por isso, decidi voltar a este tipo de publicação com uma das minhas leituras atuais, que é A Sociedade Muito Secreta de Feiticeiras Invulgares, de Sangu Mandanna!

Sinopse: "Mika Moon aprendeu desde cedo a esconder a sua magia, tentando passar despercebida e mantendo-se afastada das outras feiticeiras, para que os seus poderes não atraíssem atenções indesejadas. Depois de perder os pais quando era muito pequena, foi criada por uma série de amas e precetores, pelo que se habituou a cumprir regras e a passar a maior parte do tempo sozinha, a não ser nas reuniões esporádicas da Sociedade de Feiticeiras.

Até ao dia em que recebe uma mensagem com um pedido de ajuda: viajar até à misteriosa Casa de Nenhures, onde deverá ensinar três pequenas feiticeiras a controlar os seus poderes. Apesar de saber que está a quebrar todas as regras da Sociedade, Mika decide aceitar a proposta e acaba enredada na vivência extraordinária dos residentes, incluindo Jamie, um bibliotecário atraente e rabugento que a vê como uma ameaça à segurança das crianças.

Com o passar do tempo, Mika começa a sentir uma sensação de pertença, mas, quando a tranquilidade da Casa de Nenhures é ameaçada, ela terá de decidir se quer mesmo arriscar tudo para proteger o seu novo lar."

 

 

Comecemos, como sempre, com a capa portuguesa, que é, também, a capa americana! Acho esta capa maravilhosa e adoro o jogo dos vários tons de azul com tons de roxo. Os detalhes amarelos e cor de laranja tornam a capa ainda mais chamativa, sendo, portanto, uma combinação de tons frios com tons quentes harmoniosa e bonita!

 

 

A seguir, temos a capa britânica. Esta tem uma estética mais outonal, combinando bem com a temática das feiticeiras. Além disso, a história passa-se, precisamente, durante as estações mais frias do ano. Também temos um bom contraste dos tons arroxeados com os vários verdes, amarelos e castanhos. Ainda assim, não me encanta tanto como a capa anterior. 

 

 

A próxima capa é da edição francesa. Acho que há demasiada informação visual à volta do título. É verdade que os detalhes presentes têm muito que ver com a história, mas parece-me que há um certo exagero. Além disso, o jogo das cores não é tão chamativo como as combinações das capas anteriores. Ainda assim, é uma capa bonita.

 

 

 

Depois, temos a capa alemã. Quanto aos detalhes, temos o oposto à capa francesa. Temos um local natural, o carro e a casa. A arquitetura da casa está mais do que vista neste tipo de cenários, assim como a ideia da estrada aos ziguezagues. É interessante haver cor-de-rosa aqui, mas perde-se um pouco na capa. Já o amarelo está em destaque, o que torna a capa mais interessante. Não é, de todo, uma capa feia, mas não me fascina.

 

 

E, finalmente, apresento-vos a capa turca. Sinceramente, não sei o que se passou aqui. Não dá a entender que é um livro com magia e há demasiadas flores. Poderiam ter substituído algumas por objetos relacionados com as feiticeiras, por exemplo. A combinação das cores também não é tão bonita como nas capas anteriores. Penso que esta capa funcionaria melhor num livro romântico contemporâneo sem elementos da Fantasia.

 

 

Posto isto, para mim, a capa vencedora é... A capa portuguesa/americana! Já a capa turca é a que menos gosto. 

E vocês? O que acham destas capas?

 

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A primeira Batalha das Capas de 2024 foca-se num dos mais recentes fenómenos da literatura coreana e um dos exemplos de como as editoras portuguesas, cada vez mais, apostam em obras de autores asiáticos. Tendo em conta o enorme interesse pela cultura coreana, mas também a falta da literatura deste país publicada em Portugal, espera-se por mais obras da Coreia do Sul nos próximos tempos. Até lá, temos, por exemplo, O Grande Armazém dos Sonhos, de Miye Lee.

Sinopse: Numa cidade misteriosa, escondida no subconsciente de cada um de nós, existe um grande armazém que vende sonhos para todos os gostos. Dia e noite, visitantes humanos e animais cruzam estas portas para comprar a sua próxima aventura. Cada andar é especializado num certo tipo de sonho: sonhos que apelam aos pequenos prazeres da vida ou a recordações de momentos especiais, sonhos nostálgicos sobre a infância, viagens maravilhosas ou comida deliciosa, sonhos que nos aquecem o coração ou sonhos inexplicáveis. Os sonhos nos quais damos por nós a voar estão quase sempre esgotados, e alguns visitantes procuram sonhos que permitem reencontrar aqueles que já não estão fisicamente entre nós.
Para Penny, que acaba de ser contratada para trabalhar no Grande Armazém dos Sonhos, esta é a oportunidade de uma vida. E à medida que vai descobrindo o dia a dia deste mundo extraordinário, vai também ligar-se a um conjunto de personagens inesquecíveis, desde logo o senhor DallerGut, o peculiar, mas sábio proprietário, Babynap, uma famosa criadora de sonhos, Maxim, um produtor de pesadelos, pois também os há, e os muitos clientes que sonham para sarar uma ferida, seja ela qual for, e para florescer na melhor versão de si próprios.
Com uma história inspiradora que deixará um sentimento reconfortante na mente dos seus leitores, O Grande Armazém dos Sonhos é o livro ideal para fazer uma pausa e respirar fora da realidade da vida quotidiana. Uma lição de sabedoria que celebra o poder misterioso dos sonhos, capazes de influenciar as nossas escolhas, mesmo que muitas vezes não o saibamos.

 

Que comece, então, a Batalha!

 

Primeiro, temos a capa portuguesa, que é a mesma da edição italiana. É uma capa um pouco escura, mas com um bom jogo de cores, desde os vários tons de roxo e cor-de-rosa até ao azul escuro, havendo, ainda, um amarelo chamativo. Gosto desta capa também devido à presença de gatos e de elementos da cultura coreana.

Design da capa: Chiara Brambilla

Ilustração da capa: ALE + ALE

 

 

Depois, temos a capa britânica (editora Wildfire), que era a que eu conhecia antes de o livro ser publicado cá. Também foi a capa que me fez colocar o livro na minha lista de livros a comprar/ler! Penso que passa melhor o ambiente fantasioso da história do que a capa portuguesa/italiana. É, também, curioso ver como as cores usadas são semelhantes às que estão na presentes na capa anterior, mas usaram outros tons e combinações que ficaram fenomenais.

 

 

A capa americana (editora Hanover Square Press) também é muito bonita! Não temos os roxos e rosas, mas um lindo jogo de vários tons de azul com amarelos e laranjas. Parece imitar a noite, uma fase dos nossos dias muito associada ao sonho. Portanto, é uma capa muito bem conseguida quanto a fazer passar a ideia de ser um livro sobre sonhos.

 

 

A capa coreana (editora 팩토리나인) não poderia faltar a esta batalha! Embora mantenha uma aura mágica, penso que é demasiado escura. Tendo em conta o que já vi do mercado editorial coreano, se o livro não fosse, de todo, conhecido, talvez ficasse perdido no meio de outras capas coloridas e claras presentes nas livrarias da Coreia do Sul. Apesar disso, não é, de todo, uma capa má. Na realidade, é interessante como estas cores mais escuras dão uma imagem mais sombria ao livro em comparação às capas anteriores.

 

달러구트 꿈 백화점 - 예스24

 

A próxima capa é da Indonésia (editora Baca). Demasiado simples e pouco interessante em comparação não só às restantes, mas também ao mundo maravilhoso que supostamente o livro tem segundo a sinopse. Mantém-se a ideia da loja, de armazém, mas é uma capa muito pobre em detalhes.

 

 

Já a capa polaca (editora Mova) está repleta de detalhes e dá-me a ideia de estarem em excesso. Estão muito amontoados na capa. Ou serão os traços da própria ilustração que passam essa ideia? Por exemplo, a capa britânica também tem imensos elementos, mas, para mim, não é tão confusa e demasiado cheia como esta. De qualquer forma, gosto muito das cores usadas e não deixa de ser uma ilustração magnífica.

 

 

A capa turca (editora Peta Kitap) também não é muito do meu agrado. Percebo a ideia, mas poderiam ter usado um edifício diferente. Não me faz lembrar uma loja ou um armazém. Também acho as cores mais pobres em relação às capas anteriores e os detalhes no centro do edifício não são tão ricos e interesseantes.

 

 

Temos, agora, a capa francesa (editora Picquier). É uma ilustração muito bonita e, ao contrário das outras, não temos um edifício, mas sim uma moça. Ainda assim, não me encanta tanto como as anteriores.

 

 

 

Por fim, vejamos a edição árabe (editora عصير الكتب للترجمة والنشر والتوزيع). Foge imenso aos conceitos das capas anteriores. Elogio as cores usadas, mas não gosto da ideia executada. Não é que a ilustração seja feia,  mas, colocando esta capa ao lado das outras, não me deixa fascinada.

 

 

 

Para mim, a capa vencedora é... Bem, é um empate entre as capas britânica e americana, estando a portuguesa em terceiro lugar. Em último, na minha opinião, fica a da Indonésia.

 

E vocês? O que acham destas capas?

 

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A Batalha das Capas Onde Crescem os Limoeiros, de

 

 

Pela primeira vez, participei num clube de leitura do Bookstagram português. Tem como nome "Agora é que te leio" e foi criado pela Lara, da página zon_aliteraria. O seu clube conta com muitos livros e anfitriões divididos em grupos no WhatsApp todos os meses. Em setembro, decidi participar em dois grupos, e o de Onde Crescem os Limoeiros, de Zoulfa Katouh, foi um deles. Deste modo, decidi que esta Batalha das Capas seria dedicada a este livro!

 

Sinopse: "Uma história de amor e perda.

Um país em plena revolução. Quanto estamos dispostos a pagar por aquilo em que acreditamos?

Quando os gritos pela liberdade se começam a ouvir na Síria, Salama está a estudar Farmácia. Por esses dias, ainda tem consigo os pais e o irmão mais velho, e há até um rapaz com quem se irá encontrar para falar de casamento.

Porém, de repente, a guerra civil instala-se no país e Salama vê-se no meio de um hospital onde cada vez mais pessoas chegam a precisar de ajuda. Agora voluntária, a jovem de 18 anos sente que o seu coração está como Homs, a cidade onde nasceu: destruído. Os pais e o irmão morreram. Só lhe resta Layla, a sua cunhada grávida, que quer tanto proteger.

Sair do país parece ser a solução, mas Salama está tão ligada àquelas pessoas, à sua terra, onde, mais do que uma guerra, acontece uma revolução pela qual é preciso - e vale a pena - lutar. E Kenan, o rapaz de 19 anos que acaba de ali chegar, com os sonhos desfeitos e disposto a mostrar ao mundo o que se passa, pode ser mais uma grande razão para ­ficar. Porque a esperança é como os limoeiros em Homs: há-os em cada casa, em flor, e por mais que os tentem destruir, continuarão sempre a crescer."

 

Comecemos pela capa portuguesa, que é a mesma da edição britânica.

Ilustração: David Curtis.

 

Capa maravilhosa! Mostra não só um dos grandes aspetos do livro, que é a relação amorosa entre Salama e Kenan, mas também conta com elementos da cultura síria. Além disso, o facto de o casal estar debaixo do limoeiro faz-me pensar numa mensagem de esperança. A árvore costuma ser o símbolo da vida. Para os sírios, o limoeiro é praticamente o símbolo da vida, da esperança, da perseverança deste povo. Uma capa muito bonita e bem conseguida.

 

A capa seguinte é da edição americana.

Ilustração: Sarah Baldwin.

 

Não é muito diferente da capa anterior, mas é interessante ver as decisões de cada editora sobre como captar a atenção do seu público-alvo. A editora britânica achou por bem colocar um casal na capa, enquanto a americana não fez isso. Continua a ser uma capa lindíssima e adorei como incorporaram o título na ilustração.

 

Depois, temos a capa alemã.

Designer: Frauke Schneider

Não sendo uma capa feia, parece-me que é uma capa que poderá ficar facilmente perdida entre outras numa livraria. Mas gosto do jogo entre as cores quentes e as frias, assim como a presença das silhuetas do casal. Colocaram, ainda, pássaros, talvez simbolizando a viagem, algo que é muito falado neste livro numa perspetiva dos refugiados de guerra.

 

 

 

Depois, temos a capa da Indonésia. Não só tem um estilo muito próprio e bonito, como mantém, e bem, a essência das primeiras capas do livro. Também gosto de como faz lembrar azulejos. Pelo menos, faz-me pensar nas pinturas nos azulejos. 

 

 

A seguir, temos a capa italiana. Para mim, é a capa mais fraca e menos original. Não me diz nada sobre o livro, a não ser o facto de dar-nos a entender que tem alguma coisa a ver com uma personagem muçulmana. Mesmo assim, ainda colocaram os limoeiros. Não percebo a ideia de colocar um pequeno elemento decorativo na parte inferior da capa. Fica sem fazer grande sentido tendo em conta o caráter realista da fotografia. De qualquer forma, não é a pior capa alguma vez atribuída a um livro. Simplesmente, penso que poderiam ter feito mais e melhor.

 

 

 

E, finalmente, temos a capa da Sérvia. Não sei se gosto muito do estilo de ilustração da árvore, mas os restantes detalhes são muito bonitos. É mais uma capa que mantém a essência das primeiras, havendo, ainda, algo novo ao mesmo tempo.

 

 

E, para mim, a capa vencedora é... A capa portuguesa/britânica! Mas a capa da Indonésia ocupa, de forma esplêndida, o segundo lugar do pódio.

Quanto à que menos gostei, escolho a italiana.

 

Qual destas capas gostam mais?

 

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A Batalha das Capas I'll Be The One, de Lyla Lee.p

 

 

Já não fazia uma Batalha das Capas há algum tempo e é tão bom voltar a este tipo de publicação tendo um dos meus livros favoritos como o tema da Batalha!

 

I'll Be the One, de Lyla Lee, é um romance contemporâneo YA sobre Skye Shin, uma jovem coreano-americana gorda e bissexual que participa num concurso televisivo de K-Pop, querendo quebrar as regras de que raparigas gordas não podem fazer parte de grupos de K-Pop. Depois de ter sucesso nas primeiras provas, Skye passa por imensos treinos, atuações chocantes e pelo drama típico de um reality show. No entanto, ela não contava com os padrões de beleza extremamente gordofóbicos da indústria musical coreana, a fama, o escrutínio e as borboletas na barriga causadas por Henry Cho, que também é um participante do concurso.

Apesar de tudo, Skye ainda quer ser a primeira cantora plus-size de K-Pop sem perder a competição e a si mesma.
 
 
Foi das minhas leituras favoritas de 2020, ou até mesmo a favorita. Claro que, algum dia, iria fazer uma Batalha de Capas sobre este livro! E aqui está, primeiro, a capa americana:
 
 
 
I'll Be the One
 
 
 
Eu ADORO esta capa, pois as cores são muitos alegres, correspondendo à felicidade estampada na expressão facial e na linguagem corporal da modelo. Além disso, é uma modelo gorda que vemos na capa, algo que, parecendo que não, é muito raro ainda em capas, principalmente no mundo editorial tradicional. É uma capa que me faz sorrir sempre que a vejo!
 
  • Designer: Molly Fehr
  • Art Director: Amy Ryan
  • Fotógrafo: Michael Frost
  • Editora: Katherine Tegen Books

 

Passemos para a capa coreana. Fiquei muito contente pela autora, pois ela nasceu na Coreia do Sul e gosta imenso do seu país natal, mas.... Enfim, vejam a capa:

 

난 그저 미치도록 내가 좋을 뿐 - 예스24

 

Em primeiro lugar, a protagonista simplesmente desapareceu. Nenhum destes desenhos é o de uma rapariga gorda. Em segundo lugar, o estilo funciona muito bem na Coreia do Sul e não é isso que estou a pôr em causa. Apenas acho que deveriam ter optado por outros estilos que são muito usados lá e que são muito mais bonitos. Também não me parece que seja o estilo ideal para uma história como esta. Nem as cores ganham por inteiro aqui, pois o rosa ficou tão esquisito aqui...

  • Ilustrador: Joseph Finger
  • Designers: All Contents Group
  • Editora: Bluemoose Books

 

E, por fim, temos a capa mexicana, que é muito fofa:

 

Tiempo de brillar - Lyla Lee | PlanetadeLibros

 

Dá para ver que é uma protagonista plus size e as cores são lindas e combinam muito bem! Adoro o pormenor do finger heart com outros corações à volta. Para quem não sabe, o finger heart é um gesto muito comum na Coreia do Sul.

A ilustração, no geral, é mesmo muito bonita, desde a roupa até à própria personagem. Um trabalho muito bem conseguido!

 

  • Não encontrei os criadores da capa
  • Editora: Cross Books

 

E, para mim, a capa vencedora é.... A capa da edição mexicana! Continuo a adorar a capa americana, mas capas ilustradas são as minhas favoritas e a capa mexicana é fenomenal!

 

Qual é a vossa capa favorita?

 

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A Batalha das Capas.png

 

 

A Batalha das Capas voltou e vão para o ringue capas de uma novidade de setembro!

 

Em Liga às Tias, de Jesse Q. Sutanto, "o que acontece quando se mistura um assassinato (acidental) com uma festa milionária e uma antiga maldição de família? Liga às Tias, elas vêm em teu socorro!

Um encontro às cegas termina mal, muito mal, com um morto no porta-bagagens do carro de Meddy. Pragmáticas, inventivas e ferozmente protetoras uma das outras, a mãe e as tias organizam-se para se livrarem do corpo.

Infelizmente, o cadáver revela-se difícil de descartar, seguindo junto com o bolo de casamento para o resort onde vai decorrer a festa. As coisas vão de inconvenientes a angustiantes quando o grande amor de Meddy faz uma aparição surpresa em pleno caos.

Será possível escapar das acusações de assassinato, reconquistar o ex e ainda preparar um casamento deslumbrante no mesmo fim de semana?"

 

A capa usada pela Clube do Autor é a mesma da edição americana:

 

 

É uma capa bem conseguida por não só usar cores chamativas (o amarelo, os tons esverdeados sobre o mesmo e o vermelho do T), mas também por ter as personagens mais importantes no meio. Além disso, têm um aspeto divertido (óculos de sol e olhares subtis), o que torna a capa engraçada.

 

 

 

A próxima capa é a da edição britânica, da HQ, chancela da HarperCollins UK.

 

 

Apesar de, novamente, termos um bom contraste de cores (desta vez, somente cores quentes, como o cor-de-rosa, o laranja e o vermelho), a ilustração, para mim, não é tão bonita como a ilustração da capa portuguesa/americana. Também acaba por não transmitir a componente cómica que o próprio enredo do livro tem.

 

 

 

A seguir, temos a capa da República Checa, da editora Jota:

 

 

Não me diz nada. Cores em tons pobres e demasiado escuros e ilustrações preguiçosas, a meu ver. Uma capa que deve ter ficado perdida no meio de centenas de novidades, certamente. Não há muito a dizer, sinceramente.

 

 

 

De seguida, temos a capa alemã, da editora Aufbau Taschenbuch Verlag:

 

 

Tendo em conta o fracasso da capa checa, esta acaba por ser muito superior. Já segue a linha que vimos na capa americana/portuguesa, ou seja, a ideia das tias divertidas, prontas para ajudar a protagonista. Conseguiram, ainda, realçar melhor do que a capa original o cenário do enredo, isto é, o facto de ser num resort, num espaço próprio de férias, digamos assim. O contraste de cores também é bonito. Apesar disso, ainda prefiro o tipo de ilustração que vemos na capa original.

 

 

 

E, finalmente, temos a capa da Lituânia, da editora Briedis:

 

 

Infelizmente, isto faz lembrar um livro de não-ficção sobre empoderamento feminino. Julgo que o livro até pode falar sobre isso mesmo, mulheres fortes que ajudam entre si. Contudo, é uma comédia romântica com elementos de thriller, e não um livro de não-ficção. Quem vai à livraria e vê uma capa como esta fica a pensar que isto é sobre como ser uma Mulher-Maravilha da vida real. As ilustrações são bonitas e o jogo de cores está bem conseguido. Todavia, não é a capa ideal para um livro como este.

 

 

 

Tendo em conta a análise feita a cada capa, a capa vencedora é... A capa portuguesa/americana! Já a pior capa é... A capa da República Checa.

 

Qual é a vossa capa favorita? E a que menos gostaram?

 

 

A primeira Batalha das Capas de 2022 tinha de estar relacionada com um próximo lançamento no mercado literário nacional. É, portanto, sobre as várias capas de Fala com o Ex, de Rachel Lynn Solomon.

Sinopse oficial: Shay Goldstein sempre sonhou trabalhar na rádio. Por vocação mas também por amor ao pai, que perdeu demasiado cedo. Não se deixou abater por não ter voz de apresentadora, e rapidamente encontrou o seu (muito feliz) lugar como produtora numa estação de rádio de Seattle. Mas ultimamente, o seu porto seguro tem sido tudo menos isso.

Dominic Yun, acabado de sair da prestigiada Universidade de Northwestern, é o pior pesadelo de Shay. A sua arrogância - como se a experiência dela fosse inútil em comparação com o diploma dele - deixa-a furiosa. Mas a estação de rádio está a enfrentar dificuldades e precisa de um novo conceito.

Shay tem algo original para propor: Fala com o Ex, um programa em que um casal de ex-namorados dará conselhos sobre relações amorosas em direto. Para consternação de Shay, ela e Dominic são os coapresentadores perfeitos, dado o quanto já se desprezam mutuamente. Nunca namoraram, e a ideia de enganar os ouvintes não lhes agrada, mas estão entre a espada e a parede: ou põem de parte os seus sentimentos ou ficam sem emprego.

O sucesso do programa é inesperado, tal como a crescente atração entre Shay e Dominic. Mas a mentira começa a pesar cada vez mais, e numa indústria que valoriza a verdade, ser apanhado em falso pode significar o fim de mais do que apenas as suas carreiras.

Estarão Shay e Dominic dispostos a arriscar?

 

Este romance contemporâneo Adulto será lançado a 25 de janeiro pela Quinta Essência, chancela do Grupo Leya.

 

E aqui está a capa portuguesa. A chancela decidiu, e muito bem, usar a capa original/americana, não sendo necessário eu incluir a edição americana. É melhor deixar espaço para as restantes imagens.

 

Fala com o Ex

É uma capa ilustrada simples, mas muito eficaz na sua mensagem. Afinal, traduz muito bem, pelo visual, a sinopse do livro. É, de certa forma, claro que os protagonistas estão em lados opostos e têm empregos relacionados com o mundo da rádio. E já viram como funciona muito bem o jogo da cor fria (azul) com uma cor mais quente (cor-de-rosa)? Além disso, o cor-de-rosa está muitas vezes associado ao amor. Ainda temos o fio do microfone a formar um coração, ou seja, é muito claro que é uma história romântica.

 

 

A próxima imagem é a da capa alemã. O livro foi publicado pela dtv.

 

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A ideia de usar o cenário radialista mantém-se nesta capa e esta versão ficou boa nesse sentido. Também dá uma sensação de descontração, principalmente as posições das personagens e a presença de um cão adorável. Não sei se as cores funcionam tão bem quanto as cores usadas na capa original. Embora estejamos perante, novamente, um jogo de cores frias com cores quentes, o azul é demasiado escuro e, por sua vez, a clareza do salmão (ou laranja?) não fica muito bem com um azul tão escuro. Há, ainda, o facto de terem usado algo semelhante a sombras e bolinhas. Ou usavam uma, ou usavam a outra. Os dois elementos enchem demasiado a capa. De qualquer forma, não é uma capa feia.

 

 

Eis, agora, a capa dinarmaquesa. O romance foi editado pela Palatium Books ApS.

 

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A capa estaria muito melhor se o título não tivesse sido feito desta forma. Como puderam colocar cores tão pesadas sobre um fundo tão amoroso e alegre como este? No entanto, tenho de confessar que a fofura dos corações cor-de-rosa com auriculares usados na rádio dão um ar mais juvenil ao livro, podendo passar a imagem errada em relação ao público-alvo da história. Isto é algo que, ainda assim, é aceitável. O formato e as cores usadas no título é que não funcionam nada bem nesta capa.

 

 

E, por fim, temos a capa russa. A editora chama-se Эксмо.

 

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É interessante como os responsáveis por esta capa decidiram manter o design original, mas conseguiram, ao mesmo tempo, fazer algo diferente, principalmente quanto às cores usadas. Penso que o tom do castanho é bom, bem como os rosas utilizados. Aliás, não fazem lembrar o São Valentim (chocolates e corações)? Todavia, não gosto do desenho do microfone. As ilustrações das personagens estão bem feitas. Percebo o uso do azul para o cabelo do homem, ou seja, não quiseram colocar mais cores escuras e pesadas na capa. Contudo, não sei se seria melhor se tivessem, realmente, usado o preto. É uma capa suficientemente boa na mesma.

P.S.: É interessante como mostram que o livro é para adultos. Colocaram um 18+ como se fosse um filme!

 

 

E a capa vencedora é.... A capa original/portuguesa! Todos os ingredientes são os corretos e foram usados nas medidas certas. A pior capa é a da Dinamarca. É uma pena o que escolheram fazer ao título...

 

E vocês? O que acham destas capas?

 

Bem-vindos a mais uma Batalha das Capas! Desta vez, irei analisar capas diferentes de Tokyo Ever After, de Emiko Jean. Volto a lembrar que este romance contemporâneo YA é a leitura em inglês de agosto do Read with Daniela.

Nesta história, uma rapariga japonesa e americana normal, Izumi Tinaka, nunca sentiu como se realmente pertencesse a algum lugar, até porque não é fácil ser japonesa e americana na sua pequena cidade no norte de Califórnia, um lugar praticamente composto por pessoas brancas. Tem sido sempre ela e a sua mãe solteira contra o mundo. Mas, entretanto, Izumi descobre que o pai é o príncipe herdeiro do Japão, o que significa que ela também é uma princesa. De repente, Izumi vai até ao Japão e conhece o pai e um país que esteve sempre nos seus sonhos. No entanto, ser princesa não tem apenas a ver com vestidos e bailes. Há primos que conspiram, jornalistas ávidos, um guarda-costas carrancudo, mas bonito que poderá ser a sua alma-gémea e milhares de anos de tradições e costumes para aprender rapidamente. Izumi está entre dois mundos e versões de ela mesma. Em casa, nunca era suficientemente "americana". No Japão, ela deve provar que é suficientemente "japonesa". Irá Izumi cair sob o peso da coroa ou irá ela conseguir viver o seu conto de fadas?

 

Em primeiro lugar, temos a capa original/estadunidense. O livro foi editado pela Flatiron Books. John Ed De Vera foi o artista que fez a arte em papel. A própria autora afirmou que adora como a capa faz lembrar a arte de papel japonesa.

 

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De facto, esta capa é LINDA e foi o que me cativou mais quando ouvi falar deste livro pela primeira vez. Os detalhes do trabalho em papel, as cores e a simplicidade da fonte do título foram muito bem conjugados. Adoro como os diferentes tons de amarelo e verde ficam bem sobre o fundo azul. Além disso, este trabalho em papel mostra a mestria e o talento do artista acima mencionado. Está de parabéns.

 

 

 

De seguida, temos a capa da versão russa, que foi editada pela ACT.

 

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Não sei qual é a intenção da capa. As flores são lindas e este cor-de-rosa é maravilhoso. A fonte do título é simples, o que fica bem com a complexidade de formas das flores. Ainda não li o livro e a capa original apresenta algumas flores. Será que têm algum papel relevante na história? Talvez, mas o facto de a protagonista ser uma adolescente japonesa-americana que de repente descobre que é da realeza tem mais importância do que flores e, por isso, deveria ser a imagem que os leitores deveriam ter da história.

 

 

 

A seguir, apresento-vos a capa espanhola. O livro foi publicado pela Montena.

 

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Adoro quando optam por capas ilustradas. Não aprecio muito a cor que escolheram para a palavra Tokio, mas as restantes cores ficaram fenomenais. A predominância dos rosas e dos roxos funciona muito bem. A inclusão de elementos ligados à realeza, à gastronomia japonesa e à juventude também funciona muito bem, tendo em conta que o livro é um YA que irá captar a atenção de muitos leitores que adoram histórias sobre princesas e/ou o Japão. O título é mesmo o ponto fraco da capa.

 

 

 

Por fim, temos uma outra capa estadunidense, mas, desta vez, é da edição de capa mole. Foi publicada pela Macmillan Children's Books.

 

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Esta capa é muito estranha. Tendo em conta a predominância das pessoas brancas em capas literárias, acho excelente que a editora tenha optado por mostrar a personagem tal como ela é. Infelizmente, muitas editoras (europeias, por exemplo) acabam por "branquear" personagens não brancas porque acham que as mesmas não são "rentáveis" e irão prejudicar as vendas, o que é uma teoria extremamente racista. Portanto, se era para incluir uma pessoa real e não uma pessoa ilustrada, fizeram bem em colocar alguém que é como a protagonista. No entanto... Esta capa não funciona. É demasiado cor-de-rosa, os tons de azul mal existem na capa, a fonte do título deveria ser mais chic e a modelo deveria estar mais em destaque e não tanto o título. Apesar disso, foi inteligente usar como slogan "Who, me? Princess?", pois pode ser uma referência ao filme The Princess Diaries. Aliás, Tokyo Ever After tem como uma inspiração os livros do mesmo nome.

 

Concluindo, para mim, a capa vencedora é... A capa original. É mesmo uma obra de arte. As cores, o tipo de arte utilizado, a delicadeza do seu aspeto no geral... Uma capa muito bem conseguida. A capa espanhola é uma segunda favorita. A capa russa não faz sentido nenhum, mas a edição de capa mole americana é uma tremenda confusão e apenas uma grande mancha cor-de-rosa.

 

Por agora, é tudo. Até breve!

 

 

 

Já tinham saudades de uma boa batalha de capas? Hoje, várias edições de Três Coroas Negras, de Kendare Blake, irão lutar, mas apenas uma poderá ser a vencedora!


Escolhi analisar as capas deste livro porque a tradução portuguesa do quarto e último livro desta coleção foi lançado em abril pela Porto Editora. Abaixo, deixo a sinopse do primeiro livro, pois será importante para perceber os elementos que cada capa tem. É a sinopse oficial portuguesa e foi retirada do site da Bertrand:

Três rainhas negras,
Fruto da mesma terra.
Três gémeas meigas,
Agora entrarão em guerra.

Três irmãs negras –
Quais delas não se adivinha –
Mas duas terão de morrer:
Só uma será rainha.


A CADA GERAÇÃO, NA OBSCURA ILHA DE FENNBIRN, NASCEM TRÊS IRMÃS GÉMEAS.

Três rainhas herdeiras de um só trono, cada uma possuindo um poder mágico muito cobiçado. Mirabella é capaz de inflamar o incêndio mais violento ou a tempestade mais terrível. Katharine consegue ingerir um veneno mortal sem sentir os seus efeitos. De Arsinoe diz-se capaz de fazer florir a rosa mais vermelha e controlar o leão mais feroz.

Mas para uma delas ser coroada rainha, não basta ter a linhagem certa. As trigémeas terão de conquistar o seu direito à coroa, lutando por ele… até à morte.

Na noite em que as irmãs completam 16 anos, a batalha começa. E a rainha que sobreviver, conquistará a coroa!

O bestseller do New York Times finalmente em Portugal.


Comecemos pela capa original. Nesta capa de fundo preto, vemos três coroas completamente diferentes. Cada uma delas representa uma irmã. A primeira representa Arsinoe, tendo em conta que tem um aspeto floral e possui elementos naturais. A segunda coroa é a de Mirabella, que consegue praticar magia com 4 elementos naturais. Por fim, temos a coroa de Katharine, que tem uma cobra como animal de estimação.

Para além de nos apresentar de forma imediata as personagens principais, também é uma capa que explica logo que o livro pertence ao género da Fantasia. As coroas são muito bonitas e as suas cores contrastam bem com o fundo escuro. É uma capa bem conseguida que mostra como é importante valorizarmos os detalhes e que não é necessário haver exageros para ter uma boa capa.


Capa americana/original: Quill Tree Books.

 

 

A seguir, temos a capa portuguesa, que, por acaso, é como a capa da edição alemã, mas com um fundo diferente. Só temos uma coroa na capa, mas a própria coroa e os detalhes que a rodeiam também são representativos das personagens principais. É possível ver os ursos (Arsinoe), a cobra (Katharine) e os cavalos poderão representar Mirabella.

A capa é bonita e os detalhes são magníficos e dignos de um livro de Fantasia, mas será que se destacaria entre todos os outros livros deste género dispostos nas estantes? O fundo branco funcionaria melhor, como podemos ver abaixo.

 

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Capa portuguesa: Porto Editora.

 

 

O fundo branco da edição alemã dá mais destaque à coroa e à restante decoração da capa. Espero que o autocolante vermelho não seja daqueles que fazem mesmo parte da capa. Se não der para remover o autocolante, é uma pena. Estraga uma capa muito bonita.


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Capa alemã: Penhaligon.


 

Agora, apresento-vos a capa da Indonésia. Apesar das cores muito bonitas na água, penso que é uma capa pobre e que não mostra bem a essência da história. Fazer a água parecer-se com uma coroa é uma ideia interessante, mas esta coroa não tem nada a ver com as protagonistas. Além disso, a capa está demasiado simples e, se não fosse o título, acho que muitos leitores iriam olhar para ela e pensar que o livro era ficção contemporânea e não de Fantasia.


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Capa da Indonésia: Puspa Populer.



A seguir, temos a capa chinesa. É muito diferente das outras, pois optaram por uma ilustração que mostra as irmãs e os seus respetivos poderes. De facto, fizeram um bom trabalho em mostrar o que cada uma é e acho interessante o facto de terem realçado as cores dos seus poderes. Ainda assim, não posso dizer que adoro esta capa. Gosto, mas apenas isso.


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Capa chinesa: 臉譜.

 

 

Na capa da edição da Pérsia, devem ter seguido o raciocínio da editora chinesa. Em vez de fazerem mais do mesmo, isto é, dar um grande foco a coroas, esta editora também decidiu ter uma capa ilustrada. Também segue a mesma lógica da capa chinesa ao terem as irmãs presentes na capa a mostrar os seus poderes. Penso que prefiro esta ilustração. Só mudava o fundo. Seria melhor se tivessem escolhido um fundo mais natural e não tão iluminado.


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Capa da Pérsia: Baazh. 


 

Por fim, temos a capa da Sérvia. É uma capa horrorosa. Não gosto do aspeto das coroas. São demasiado simplórias e são muito comuns tendo em conta outros livros cujas capas também ostentam coroas. Deveriam ter feito como as capas anteriores, ou seja, deveriam ter incluído os poderes das personagens. Não percebo a existência das manchas amarelas no topo da capa. Não fazem nada ali, não acrescentam nada à capa. Foi uma tentativa fraca de não terem uma capa demasiado escura.

 

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Capa da Sérvia: Publik Praktikum.



E a capa vencedora é... A capa da Pérsia. A ilustração é muito bonita e tenho pena apenas do fundo. As irmãs poderiam, talvez, estar à frente de um trono, por exemplo. Percebo que tenham escolhido um fundo claro para a capa não ser demasiado escura, mas acho que poderiam ter feito outra coisa. De resto, é uma boa ilustração. A grande derrotada é a capa da Sérvia. A da Indonésia não é nada de especial e não é capaz de mostrar a essência da história, mas as cores salvam-na. A capa da Sérvia não é bonita, na minha opinião.


Qual é a vossa capa favorita?


Até breve!
















A Batalha de Capas de hoje é sobre Children of Blood and Bone, de Tomi Adeyemi. É o primeiro livro de uma coleção de Fantasia sobre um mundo inspirado na cultura Yoruba onde a magia já não existe. Zélie lembra-se de quando havia vários grupos com poderes fascinantes diferentes. No entanto, tudo mudou quando um rei implacável decidiu mandar capturar e matar todos os detentores de magia. Ainda assim, algumas pessoas com poder sobreviveram, mas vivem escondidos. Zélie é uma delas e pensa que está na altura de a magia regressar. Ela passará a ajudar uma princesa que não concorda com o que vê, lidando, também, com um príncipe que pode vir a ser tão mau quanto o seu pai. Além disso, novos obstáculos irão aparecer e Zélie terá de lutar contra si própria e perceber que vale mais do que aquilo que pensa. Como irá Zélie lidar com o seu poder? Será que está rodeada de amigos? Será que a magia irá regressar?

Li este livro em 2019 e podem ler a minha opinião sobre o mesmo aqui.

Em primeiro lugar, temos a edição portuguesa, publicada pela Editorial Planeta. Usaram a capa original, ou seja, da editora americana Henry Holt Company. É uma boa capa, pois coloca a protagonista em destaque. Os detalhes como o cabelo e os adornos usados na cabeça chamam a atenção do leitor. O olhar forte da personagem também é cativante. É uma ilustração muito bem feita.



Capa portuguesa/original (editora: Editorial Planeta)


De seguida, apresento-vos a capa da Tatran, uma editora da Eslováquia. É completamente o oposto da capa original. Os detalhes não são suficientemente atraentes. É uma capa pobre. Parece que quiseram seguir o lema de "menos é mais", mas só fez com que a capa ficasse demasiado simples e, por sua vez, fraca. No entanto, é interessante como tentaram manter uma característica da edição original, isto é, a fonte do título. Na minha opinião, é uma capa que se perde facilmente entre muitas.
 


Capa da Eslováquia (editora: Tatran)


Depois, temos uma capa da editora Elex Media Komputindo, da Indonésia. Mais uma vez, estamos perante uma ilustração rica em detalhes. Neste caso, não temos apenas a personagem principal. Aqui, está acompanhada por um animal que está sempre com ela. Infelizmente, não me recordo do nome deste ser, mas é como um aliado da personagem, um animal que está sempre por perto e pronto a ajudá-la. O jogo das cores claras do animal e das cores mais escuras da personagem é muito interessante. Ainda assim, acho que a capa ficaria melhor se não tivesse os pormenores que rodeiam a ilustração principal. Penso que a personagem, o fundo e o animal seriam elementos suficientes nesta capa.



Capa da Indonésia (editora: Elex Media Komputindo)



Por fim, temos a capa da editora Urban Reads, da Sérvia. Gosto das cores e de como fugiu dos fundos pretos. Quanto à ilustração em si, gosto da maneira como a cara da personagem está desenhada, mas os restantes detalhes não são tão bonitos quanto a cara. Também não aprecio a fonte que escolheram para o título.



Capa da Sérvia (editora: Urban Reads).


A capa vencedora é a portuguesa/original. A da Indonésia não fica atrás e até poderia ter vencido esta batalha, mas não gosto dos pormenores à volta da ilustração principal, que deveria ser o suficiente para a capa.


Para vocês, qual é a melhor capa?


Até breve!


Bem-vindos à primeira Batalha das Capas de 2021!

Para começar as Batalhas de 2021 bem, escolhi analisar capas de um romance contemporâneo Young Adult que até já foi mencionado no blogue. Podem clicar aqui para lerem a minha opinião sobre I Believe in a Thing Called Love, de Maurene Goo. 

Este livro tem como protagonista Desi Lee, uma rapariga coreano-americana que, ao estar quase a terminar o ensino secundário, apercebe-se de que nunca teve um namorado. Já este apaixonada várias vezes, mas nunca teve um relacionamento. Para ver se consegue mudar isso, ela decide ver vários kdramas (séries coreanas) para aprender como deve conquistar a sua nova paixoneta. Será que isso irá resultar? 

A protagonista é muito ingénua e comete erros irresponsáveis (e acho que a autora soube realçar que, de facto, são erros maus), mas é uma história leve e amorosa.

 

Em primeiro lugar, temos a capa dos EUA, ou seja, a capa original:


Capa original/americana: Square Fish.
 
A capa da editora Square Fish é muito bonita e as cores usadas, cor-de-rosa e amarelo, dão um ar jovial à capa. Faço questão de lembrar que há uma clara falta de diversidade nas capas de livros, principalmente quando são livros escritos por autores não-brancos e/ou com personagens não-brancas. Portanto, a editora tomou uma ótima decisão ao mostrar a protagonista da história, que é coreano-americana. A literatura deve ser um reflexo da humanidade e, por isso, não faz sentido e é extremamente preconceituoso as editoras não colocarem protagonistas não-brancos em destaque. É o mesmo que dizerem que não têm um lugar na sociedade ou que não são capazes de vender alguma coisa por não ser alguém branco na capa. Portanto, fiquei contente quando vi esta capa. Amorosa, alegre e bonita.



Capa espanhola: V&R Editoras.   

De seguida, temos a capa da V&R Editoras, uma editora espanhola. Gosto como quiseram manter os detalhes principais da capa original, mas, ao mesmo tempo, criaram uma capa diferente. É tão adorável quanto a capa original. As fontes das letras do título e do nome da autora são muito bonitas e combinam muito bem com a boa disposição da modelo.



Capa da Indonésia: Gramedia Pustaka Utama. 

A seguir, apresento-vos a capa da edição da Gramedia Pustaka Utama, uma editora da Indonésia. É diferente das primeiras duas capas por ser ilustrada. É um bom exemplo de como foi possível manter a essência da capa original, mas num medium diferente, a ilustração. É uma capa sonhadora e fofa. Sem dúvida que poderá agradar muitos leitores jovens.

 

Capa francesa: Milan

A penúltima capa é da Milan, uma editora francesa. É uma capa horrorosa e sem vida. Os únicos elementos bons são o título e os pequenos detalhes que ele tem, já que têm muito a ver com a personagem. Percebo a presença da televisão e do casal, uma vez que a protagonista vê muitos kdramas românticos. No entanto, é horrível. Pelos vistos, na Europa, é muito comum as editoras "gostarem" de excluir a identidade das personagens das capas. Qual é a lógica que as editoras têm ao não quererem mostrar personagens não-brancas nas capas? Pessoas não-brancas não merecem ver alguém como elas noutros sítios? Ter uma personagem não-branca faz com que ninguém queira comprar o livro? Enfim, não estarão as editoras, ao fazer este disparate, a admitir que pensam que o seu público-alvo é somente o público branco?

Podem pensar que isto não é um assunto sério e que "ah, tudo é racismo hoje em dia", mas isto é mesmo feio. Muitas pessoas brancas podem não perceber a seriedade desta questão porque passaram a vida a ver o seu reflexo nos livros e nas suas capas, nos filmes, nas séries, nas novelas, etc. Quero que saibam que a arte é de e para todos. Negar a presença e a visibilidade de pessoas que não seguem um determinado padrão imposto por uma sociedade enraizada em relações e hierarquias de poder é mau e completamente errado. Repito, mas especifico desta vez: a literatura é de e para todos. Ponto.


Capa brasileira: Seguinte.  

Por fim, temos a capa brasileira, ou seja, a edição da Seguinte. Mais um lindo exemplo de como é possível manter detalhes da capa original e, ao mesmo tempo, ter algo muito diferente. Uma ilustração lindíssima com as cores do original, mas em tons mais escuros e igualmente cativantes. Adoro como a capa tem pequenos detalhes relacionados não só com a protagonista, mas também com a paixoneta dela, como os tubos de tinta. A tradução do título ficou diferente do original. Contudo, este título chega a ser amoroso.


Tendo em conta tudo o que eu disse, para mim, a vencedora é... A capa brasileira!

Sinceramente, acho que há editoras brasileiras que poderiam dar masterclasses às editoras portuguesas. As nossas editoras parecem ter medo de capas ilustradas. Não sei porquê, pois, normalmente, um leitor também aprecia outras formas de arte, como a ilustração. Além disso, num mar de capas com caras humanas ou objetos mudanos, porque não ter, de vez em quando, capas como a da edição brasileira deste livro?

Isto nada tem a ver com as minhas questões anteriores relativamente à falta de visibilidade de pessoas não-brancas nas capas. Pessoas não-brancas merecem destaque quer em capas com pessoas, quer em capas ilustradas. É tão simples quanto isto.

Também quero esclarecer que nós temos, de facto, casos de sucesso relativamente a capas ilustradas. Já viram as novas edições de clássicos da Porto Editora? São capas feitas por artistas urbanos portugueses. São capas lindas.


Termino, assim, esta Batalha de Capas. Qual é a vossa capa favorita? E qual é, para vocês, a pior capa?