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A Biblioteca da Daniela

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Ontem, finalmente recebi Never Let Me Go (na versão portuguesa: Nunca Me Deixes), de Kazuo Ishiguro. Decidi encomendar este livro logo depois de terem anunciado o nome do autor como o vencedor do Prémio Nobel da Literatura de 2017. Ainda assim, antes disso, eu queria ler um romance de Ishiguro, portanto, fiquei ainda mais entusiasmada depois da semana dos Prémios Nobel. Escolhi este romance, porque é um dos mais adorados pelo público e, depois, pretendo ver a adaptação cinematográfica.


Como podem ver pelas imagens, o livro chegou em boas condições e demorou, pelo menos, uma semana e meia a chegar. As minhas encomendas literárias costumam demorar duas semanas ou um pouco mais e fiquei muito contente por este livro ter chegado mais cedo do que é habitual.





Sinopse da edição portuguesa retirada do site da Bertrand:


Kazuo Ishiguro foi elogiado no Sunday Times por «ampliar as possibilidades da ficção». Em Nunca Me Deixes, que se encontra certamente entre as suas melhores obras, conta-nos uma extraordinária história de amor, perda e verdades escondidas.

Kathy, Ruth e Tommy cresceram em Hailsham - um colégio interno idílico situado algures na província inglesa. Foram educados com esmero, cuidadosamente protegidos do mundo exterior e levados a crer que eram especiais. Mas o que os espera para além dos muros de Hailsham? Qual é, de facto, a sua razão de ser?

Só vários anos mais tarde, Kathy, agora uma jovem mulher de 31 anos, se permite ceder aos apelos da memória. O que se segue é a perturbadora história de como Kathy, Ruth e Tommy enfrentam aos poucos a verdade sobre uma infância aparentemente feliz — e sobre o futuro que lhes está destinado.

Nunca Me Deixes é um romance profundamente comovedor, atravessado por uma percepção singular da fragilidade da vida humana.
CRÍTICAS DE IMPRENSA

"(...) a verdade é que este livro não é, apesar dos clones, seus protagonistas, nem estapafúrdio, nem reduzível a ficção científica (se é que essa categoria é, como alguns defendem, artisticamente inferior). Em poucas palavras, Ishiguro procura explorar, através das figuras de Kathy, Ruth e Tommy (são eles os referidos clones, concebidos como meros doadores de órgãos), as fronteiras do humano. E fá-lo de uma maneira muito curiosa, usando como lupa coisas das mais humanas que os humanos podem ter: recordações da infância, sentimentos, impulsos artísticos, traumas, segredos. Será que estes clones têm alma?"
Humberto Brito

"Já considerado como a sua melhor obra depois de 'Os Despojos do Dia' o livro 'Nunca me Deixes' foi anunciado como um dos seis finalistas do Prémio Booker deste ano. [...] O registo, em tom de 'thriller' contemporâneo pode estar longe do dos mais conhecidos romances históricos de Ishiguro, mas as questões são as mesmas: a solidão, o desajuste em relação ao mundo e a recusa em encarar uma realidade dura mas por demais evidente."
Vanessa Rato, Público, Mil Folhas




E vocês? Já leram algum livro deste autor?


No dia 13 de setembro, foi divulgada a lista dos 6 finalistas do Man Booker Prize de 2017, tendo como integrantes os americanos Paul Auster, Emily Frindlund e George Saunders. Os restantes finalistas, Mohsin Hamid (que também é paquistanês), Fiona Mozley e Ali Smith são do Reino Unido.





The Man Booker Prize 2017 shortlist
Livros finalistas do Man Booker Prize. Imagem retirada do site dedicado ao prémio.




No dia 17 de outubro, George Saunders, autor de Lincoln in the Bardo foi o nome anunciado como o vencedor da 49.ª edição do prémio. O americano de 58 anos foi o escolhido por ter escrito um romance que revela "uma narrativa espirituosa, inteligente e profundamente comovente". Acrescentou-se que "esta história de almas assombradas na vida no além do jovem filho de Abraham Lincoln criou paradoxalmente uma evocação enérgica e nítida das personagens que povoam o outro mundo".




Foto de The Man Booker Prize.
George Saunders ao receber o Man Booker Prize de 2017.




O escritor, numa entrevista à revista TIME, disse que ele não queria escrever sobre Lincoln, mas nunca se esquecera da história que ouvira há uns anos atrás de Lincoln a entrar na cripta do filho.





Edição portuguesa de Lincoln in the Bardo.
Sinopse retirada do site da Bertrand: Lincoln no Bardo é o primeiro romance de George Saunders. Nestas páginas, o autor revela-nos o seu trabalho mais original, transcendente e comovedor. A ação desenrola-se num cemitério e, durante apenas uma noite, a história é-nos narrada por um coro de vozes, que fazem deste livro uma experiência ímpar que apenas George Saunders nos conseguiria dar. Ousado na estrutura, generoso e profundamente interessado nos sentimentos, Lincoln no Bardo é uma prova de que a ficção pode falar sobre as coisas que realmente nos interessam. Saunders inventou uma nova forma narrativa, caledoscópica e teatral, entoada ao som de diferentes vozes, de modo a fazer-nos uma pergunta profunda e intemporal: como podemos viver e amar sabendo que tudo o que amamos tem um fim?






O Man Booker Prize é patrocinado pelo Man Group e o vencedor recebe £50.000, enquanto cada finalista recebe £2.500.
Também há uma versão que abrange outros países, o Man Booker International Prize. Este ano, foi atribuído ao israelita David Grossman, o autor de A Horse Walk into a Bar. É narrado o último espetáculo de um comediante de stand-up, Dovaleh Gee. O júri sublinhou "a prontidão de Grossman em correr riscos emocionais, bem como estilísticos: cada frase conta, cada palavra é importante neste exemplo supremo da habilidade do escritor". O prémio de £50.000 foi dividido com a tradutora da obra, Jessica Cohen.





Edição inglesa.




Sinopse traduzida por mim (retirada do site do Man Booker Prize): O cenário é um clube de comédia numa pequena cidade israelita. Uma audiência veio contando com uma noite de divertimento, mas veem um comediante a desmoronar-se no palco; um ato de desintegração, um homem a desfazer-se perante os olhos deles como se tivesse sido uma escolha. Eles poderiam ter-se levantado e saído, ou vaiado e assobiado e tirá-lo do palco, se não estivessem interessados em ver de relance o inferno pessoal dele.
Dovale Gee, um comediante de stand-up veterano- fascinante, excêntrico, repelente- expõe uma ferida com a qual ele tem vivido há anos: uma escolha fatal e macabra que ele teve que tomar entre as duas pessoas que lhe são muito querida.



O que acharam das escolhas? Já leram algum livro destes vencedores e dos finalistas?
Eu fiquei curiosa em relação ao livro de George Saunders!






Decidi traduzir, na íntegra, as informações partilhadas através da página oficial no Facebook do Prémio Nobel.


The Nobel Prize Medal for Literature. Registered trademark of the Nobel Foundation. © ® The Nobel Foundation
O Prémio Nobel da Literatura já foi atribuído a 114 autores desde 1901. Apenas 14 são mulheres.




"O Prémio Nobel da Literatura de 2017 é dado ao autor inglês Kazuo Ishiguro, que, em romances de grande força emocional, revelou o abismo debaixo do nosso sentido ilusório da conexão com o mundo.


Kazuo Ishiguro nasceu a 8 de novembro de 1954, em Nagasaki, no Japão. A família mudou-se para o Reino Unido quando ele tinha cinco anos. Ele visitou o seu país de nascença apenas em adulto. Nos últimos anos da década de setenta, Ishiguro formou-se em Inglês e Filosofia na Universidade de Kent e, depois, estudou Escrita Criativa na Universidade de East Anglia.

Kazuo Ishiguro tem sido um escritor a tempo inteiro desde o seu primeiro livro, A Pale View of Hills (1982). Tanto o primeiro romance como o seguinte, An Artist of the Floatin World (1986), passam-se em Nagasaki uns anos depois da Segunda Guerra Mundial. Os temas aos quais Ishiguro está mais associado já estão presentes nessas obras: memória, tempo e autoilusão. Isto é particularmente notável no seu romance mais célebre, The Remains of the Day (1989), que foi adaptado como filme com Anthony Hopkins a interpretar Stevens, um mordomo obcecado pelos deveres.


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A edição portuguesa de The Remains of the Day encontra-se esgotada.



Os trabalhos de Ishiguro são marcados por um modo de expressão cuidadosamente contido, independentemente de quaisquer eventos que estejam a ocorrer. Ao mesmo tempo, a sua ficção mais recente contém características fantásticas. Com o trabalho distópico Never Let Me Go (2005), Ishiguro introduziu um fundo frio da ficção científica na sua obra. Neste romance, como em outros, encontramos também influências musicais. Um exemplo admirável é a coleção de contos, Nocturnes: Five Stories of Music and Nightfall (2009), onde a música tem um papel fundamental em retratar os relacionamentos das personagens. No seu último romance, The Buried Giant (2015), um casal de idosos vai numa viagem pela estada com uma paisagem inglesa arcaica, e espera reunir-se com o filho adulto, que não veem há anos. Este romance explora, de forma comovente, como a memória se relaciona com o esquecimento, a história com o presente, e a fantasia com a realidade.

Para além dos seus oito livros, Ishiguro já escreveu guiões para filmes e para a televisão."




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Kasuo Ishiguro, autor britânico de origem haponesa, tem 62 anos. Segundo Sara Danius, secretária permanente da Academia Sueca, "o estilo de escrita de Ishiguro é como uma mistura de Jane Austen com Franz Kafka", sendo necessário adicionar "um pouco de Marcel Proust nessa mistura". Acrescentou que Ishiguro é um "escritor de grande integridade".



Agora, deixo-vos uma lista de 6 livros editados pela Gradiva, em Portugal:

Os Despojos do Dia

Os Inconsolados

Quando Éraamos Órfãos

Nunca Me Deixes

Nocturnos

O Gigante Enterrado



Kazuo Ishiguro não contemplava a lista de favoritos do público relativamente ao Nobel. Como se já fosse uma tradição, o japonês Haruki Murakami estava presente nas apostas, bem como a canadiana Margaret Atwood, o queniano Ngugi wa Thiong’o, o português António Lobo Antunes, entre outros.




A rede de livrarias Bertrand decidiu, no ano passado, criar o primeiro prémio literário português que tem como júri os leitores e os livreiros. As votações começaram no dia 20 de dezembro e os votantes poderiam escolher uma obra em prosa (romance, conto ou novela) que tivesse sido editada em 2016 e que tivesse sido marcante. A pré-seleção contou com 55 livros e, em janeiro, divulgaram a lista dos dez livros finalistas.

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Neste concurso, participaram livros nacionais e internacionais, como podem ver pela lista dos 10 finalistas.

Esta semana, finalmente anunciaram a obra vencedora da 1.ª edição do Prémio Livro do Ano Bertrand. Os portugueses escolheram....




História da Menina Perdida, de Elena Ferrante, é o quarto volume da coleção A Amiga Genial. Desde a publicação do primeiro livro, A Amiga Genial, que Ferrante tem conquistado os leitores portugueses, bem como leitores de outras partes do mundo. É também importante indicar que Elena Ferrante é, na realidade, um pseudónimo, o que intriga muitos leitores quanto à identidade da escritora que, em princípio, vive em Nápoles, Itália.


Como obra vencedora, História da Menina Perdida terá, ao longo de 2017, um lugar de destaque nas livrarias Bertrand.


O concurso contou com mais de 20.000 votos, número que veio mostrar "uma enorme vontade e interesse por parte de todos aqueles que lidam diariamente com livros e que ganharam voz para reconhecer publicamente os seus livros e autores preferidos", segundo fontes da rede de livrarias portuguesa.

O segundo lugar foi atribuído a Vaticanum, de José Rodrigues dos Santos, enquanto O Evangelho Segundo Lázaro, de Richard Zimler, ficou em terceiro lugar. Mais abaixo, poderão verificar os lugares ocupados pelos restantes finalistas.





Leram algum destes livros? Ficaram contentes com a escolha?